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A LEITURA E OS SENTIDOS DO TEXTO

Por:   •  25/5/2015  •  Resenha  •  534 Palavras (3 Páginas)  •  349 Visualizações

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LEITURA E OS SENTIDOS DO TEXTO

Há diferentes concepções de leitura, das quais são decorrente da concepção de sujeito, de língua, de texto e de sentido que se adote.

Afirma-se que à concepção de língua como representação do pensamento corresponde à de sujeito psicológico, individual, dono de sua vontade e de suas ações. Dentro disso, o texto é visto como um produto do pensamento do autor, nada mais cabendo ao leitor senão “captar” essa representação mental, juntamente com as intenções do produtor, exercendo, pois um papel passivo. A leitura, assim, é entendida como a atividade de captação das ideias do autor, sem se levar em conta as experiências e os conhecimentos do leitor, a interação autor-texto-leitor com propósitos constituídos sociocognitivo-interacionalmente. O foco de atenção é, pois, o autor e suas intenções, e o sentido será centrado no autor, bastando tão-somente ao leitor captar suas intenções.

Por sua vez, o foco no texto, ou seja, a concepção de língua como estrutura corresponde a de sujeito determinado, “assujeitado” pelo sistema, caracterizado por uma espécie de “não consciência”. Nessa concepção de língua como código e de sujeito como (pre)determinado pelo sistema, o texto é visto como simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando a este, para tanto, o conhecimento do código utilizado.

Consequentemente, a leitura é uma atividade que exige do leitor o foco no texto, em que caiba o leitor reconhecer as intenções do autor e o sentido das palavras e estruturas do texto, ou seja, o leitor é caracterizado em realizar uma atividade de reconhecimento, de reprodução.

Diferenciando as concepções, temos o foco na interação autor-texto-leitor, numa concepção interacional da língua, os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais, sujeitos ativos que se constroem e são construídos no texto, considerado o próprio lugar da interação, e da constituição de interlocutores. Nessa perspectiva, o sentido de um texto é construído na interação texto-sujeitos e não algo que preexista a essa interação. A leitura é uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos.

A partir disso, na interação autor-texto-leitor, a atividade de leitura, o papel do leitor enquanto construtor de sentido, utiliza-se, para tanto, de estratégias, tais como seleção, antecipação, inferência e verificação.

Espera-se que o leitor processe, critique, contradiga ou avalie a informação que tem diante de si, que a desfrute ou a rechace, que dê sentido e significado ao que lê, em outras palavras, que haja estrategicamente, permitindo dirigir e autorregular o próprio processo de leitura.

Acima disso, a constante interação entre o conteúdo do texto e o leitor é regulada pela intenção com que lemos o texto, pelos objetivos da leitura. De modo geral, pode-se dizer que há textos que lemos para nos manter informado, para realizar trabalhos acadêmicos, por prazer, para consulta, ou até mesmo aqueles por “obrigação”. São, pois, os objetivos do leitor que nortearão o modo de leitura.

Por outro lado, é preciso também levar em conta os conhecimentos do leitor, condição fundamental para o estabelecimento da interação, com maior ou menor intensidade, durabilidade, qualidade. É por essa razão que falamos de um sentido para o texto, não do sentido, e justificamos essa posição, visto que, na atividade de leitura, ativamos: lugar social, vivencias, relações com o outro, valores da comunidade, conhecimentos textuais.

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