A LITERATURA DE CORDEL EM SALA DE AULA

Um dos principais objetivos da educação é o de tornar o aluno um cidadão, devidamente incluído na sociedade. Para isso, o professor deve ter como finalidade incentivar seus discentes a desenvolver, de forma significativa e prazerosa, habilidades como escrita, leitura e oralidade.

Sabe-se que praticar a leitura de textos literários contribui para o entendimento da linguagem subjetiva em seu contexto social. Assim, aprimoramos a capacidade de expressar e interpretar sentimentos e emoções.

Logo, o sentido produzido na interação texto-leitor é fundamental para a formação do homem. Segundo Zilberman (1985, p. 21), “a leitura é necessariamente uma descoberta de mundo, procedida segundo a imaginação e a experiência individual”

Porém, esta relação entre o leitor e a arte escrita, que proporciona experiências essenciais para os educandos, não é prestigiada em sala da aula pelas instituições e pelas práticas docentes cotidianas. O uso do texto literário é desconsiderado ou feito de maneira equivocada, de modo a levar o aluno ao desinteresse, e dessa forma, “negando a riqueza interior que a leitura pode nos proporcionar” (PINHEIRO, 2002, p. 29)

Esta atitude é prejudicial para o senso de criatividade e interpretação dos alunos, e acarreta em maiores problemas para um sujeito da Educação de Jovens e Adultos. Ele busca as instituições na expectativa de concluir seus estudos e obter habilidades que sejam de grande valia para sua vida, mas muitas vezes refuta a leitura literária como desnecessária, além de demonstrar indiferença e desconforto ao debater ideias e escrever sobre alguns assuntos. Outro empecilho é a precariedade em que se encontram os materiais didáticos voltados a este público, que enfrenta dificuldades financeiras e sociais.

Por fim, acredita-se que a literatura de cordel é um recurso muito importante para favorecer e induzir nos alunos práticas bem-sucedidas. Um dos fatores que justificam isso é a presença de uma linguagem simples e objetiva nos cordéis, também capaz de promover reflexões sobre determinado tema, cruciais para o andamento da formação de novos leitores com posicionamento crítico verbal e oral.

Referências

PINHEIRO, Hélder. Poesia na sala de aula. 2. ed. João Pessoa: Ideia, 2002.

ZILBERMAN, Regina (org.) Leitura em crise na escola: alternativas do professor. 4.ed.[por] Vera Teixeira Aguiar [e outros]. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985.

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