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A LITERATURA E A FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO: UMA EXPERIÊNCIA A PARTIR DO GÊNERO POEMA

Por:   •  12/8/2017  •  Artigo  •  1.303 Palavras (6 Páginas)  •  302 Visualizações

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1.INTRODUÇÃOv

        O presente artigo visa discorrer sobre a estilística poética usada em alguns poemas do escritor oeirense Rogério Newton de Carvalho Sousa, os poemas analisados estão contidos na obra 12 poetas de Oeiras onde podemos perceber a presença de diversos recursos estilísticos. O poeta Rogério Newton é um escritor brasileiro situado na categoria dos poetas performáticos do Piauí, tributário da geração dos anos 70. As características do autor já conhecidas e reconhecidas pelos amantes da boa literatura, como sensibilidade e uma linguagem simples que facilita o entendimento do leitor. Para construção do trabalho serão utilizadas algumas das dimensões da estilística, como a estilística fônica, sintática, léxico e da enunciação e algumas dimensões estilísticas. Levando em conta algumas definições encontradas na obra as dimensões da estilística com Mattoso Câmara.

2.EMPREGO DA ESTILISTICA NOS POEMAS DE ROGÉRIO NEWTON

        Monteiro (2005) entende a estilística com base em metodologia da analise linguística, procura descrever os níveis estruturais da linguagem poética, que seriam a fonte da “literalidade” ou “expressividade literária”. Desse modo podemos dizer que ela se ocupa de descrever os artifícios utilizados que possibilitam a expressividade do poeta.

        Segundo Câmara (2004), p.110 afirma que:

 Estilística- disciplina linguística que estuda a expressão em seu sentido estrito de expressividade da linguagem, isto é, a sua capacidade de emocionar e sugestionar. Distinguisse, portanto, da gramática, que estuda as formas linguísticas na sua função de estabelecerem a compreensão linguística.

        Como vimos à estilística é a parte dos estudos da linguagem que, como o próprio nome denota, preocupasse com o estilo, nela a linguagem é utilizada para fins estéticos, conferindo a palavra dados emotivos extrapolando a mera função de informar.

        A estilística nos ajuda a compreender certos fenômenos do uso da língua ignorados pela regra gramatical padrão, auxiliando-nos na exploração do signo linguístico de forma consciente, percebendo as variantes de estilo de cada classe social ou intenção comunicativa do indivíduo, tendo como base os diversos efeitos textuais alcançados pela escolha do léxico e a forma em que é utilizada. Veremos detalhadamente as dimensões estilísticas utilizadas pelo poeta Rogerio Newton com intuito de oferecer mais expressividade a língua em seus poemas.

2.1 Estilística Fônica

         A estilística fônica ou fono-estilística que ressalta a expressividade do material fônico dos vocábulos tanto isolados quanto agrupados em frases. Fonemas e prosodemas (acento, entonação, altura e ritmo) constituem um complexo sonoro de extraordinária importância na função emotiva e poética. A matéria fônica desempenha uma função expressiva que se deve a particularidades da articulação dos fonemas, as suas qualidades de timbre, altura, duração, intensidade. Os sons da língua como outros sons podem provocar-nos uma sensação de agrado ou desagrado e ainda sugerir ideias, impressões. O modo como o locutor profere as palavras da língua podem também denunciar essas impressões, estados de espirito ou traços de sua personalidade, tendo como objeto de análise o material fonético da língua.

         Nos poemas do escritor Rogerio Newton, podemos perceber o uso de alguns recursos estilísticos, tais como a anáfora no poema:

rosário negro

rosário pedra

rosário pólvora

pés de deuses

pés de diabos

pés de homens

a cor sobre os lajedos

a dor sobre os lajedos

a flor sobre os lajedos

rosário negro

rosário pedra

rosário antiode

                                        

                                        (Newton, 2013, pg.108)

        

        A anáfora é um dos recursos estilísticos sonoros, que consiste na repetição de uma palavra (expressão) no início de uma sequência de orações ou de versos. No poema acima a primeira e última estrofe do poema à repetição da palavra Rosário, que se repete no início dos três primeiros versos, assim como na segunda estrofe, que à repetição da palavra Pés.

        A aliteração que é o recurso sonoro que consiste na repetição regular de um som consonantal ou de sons consonantais semelhantes. No poema, à presença da repetição sonora na terceira estrofe, no início dos três versos, as palavras cor, dor, flor formam juntas sons consonantais semelhantes (os sons sê) letra c, o som dê letra d e o som fê, da letra f).

        Em outro poema o escrito faz uso do recurso estilístico sonoro, à assonância, que por meio da distribuição regular e alternada de vogais abertas e vogais fechadas, realça a sonoridade do texto.

na margem esquerda

do riacho pouca vergonha

o pé do cão e o pé de deus

sobre os lajedos ásperos

do bairro rosário

o pé do cão e o pé de deus

por um caminho de grotas

até a casa da pólvora

o pé do cão e o pé de deus

na breve e estranha luz

dos teus olhos nos meus

o pé do cão e o pé de deus

                

                        (Newton, 2013, p.109)

        No poema acima é possível percebermos a alternância dos sons abertos e fechados das vogais, são as caraterísticas pertencentes as dimensões estilísticas sonoras, como veremos detalhadamente.

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