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A MEDIAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA ENTRE A ESCOLA E A FAMÍLIA DOS JOVENS NO ENSINO MÉDIO ATRAVÉS DE PROJETOS DE LETRAMENTO

Por:   •  25/7/2018  •  Artigo  •  4.147 Palavras (17 Páginas)  •  506 Visualizações

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A MEDIAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA ENTRE A ESCOLA E A FAMÍLIA DOS JOVENS NO ENSINO MÉDIO ATRAVÉS DE PROJETOS DE LETRAMENTO

Magna Cristina de Oliveira Silva[1]

1 INTRODUÇÃO

         Este trabalho propõe-se a examinar estudos enfocando as contribuições percebidas na mediação do professor de Língua Portuguesa entre a escola e a família dos alunos matriculados no 1º ano do ensino médio, da Escola Estadual José Quintella Cavalcanti, em Arapiraca – AL. O referido espaço educacional é pertencente à rede estadual de ensino público e desenvolve regularmente projetos que envolvem leitura, os quais são pensados, estudados e elaborados democraticamente entre a coordenação pedagógica e os professores envolvidos na área de linguagens.

Observa-se que o acompanhamento dos pais na vida escolar dos jovens alunos é escasso e suas presenças nesses eventos escolares configuram-se em uma necessidade. Portanto busca-se instrumentos eficazes a essa possibilidade, pensando a práxis envolvendo o letramento mediado pelo professor de Língua Portuguesa. A priori, realiza-se uma revisão bibliográfica a partir das perspectivas de letramento embasadas por autores como Paulo Freire, Ângela Kleiman e Roxane Rojo.

Em seguida, investiga-se utilizando o gênero entrevista, a qual é realizada pelos alunos junto aos pais. As respostas das entrevistas são ouvidas, descritas e organizadas em categorias de acordo com o conteúdo proposto, através de atividades solicitadas em sala de aula acerca da origem do nome da referida escola e do bairro onde a mesma se localiza. Os resultados iniciais mostram que as práticas de leitura mediadas pelo professor de linguagem, como as anotações nos cadernos, estão relacionadas a possibilidade de promover a inserção da família no acompanhamento aos filhos, revelando que há um vínculo entre o letramento predominante no ensino médio e à prática docente, inerente à função social nas práticas de letramento.

O ensino público requer devida atenção por parte dos componentes responsáveis pelos jovens matriculados nas escolas de ensino básico. Não é uma tarefa fácil mediar à inter-relação entre escola e família, fazendo-se necessários alguns instrumentos que tornem viáveis o acompanhamento dos pais. Nessa linha de pensamento surge a figura do educador, especificamente do professor de Língua Portuguesa mediando o conhecimento. Desta feita, vislumbra-se a perspectiva de letramento como instrumento eficaz, o qual se faz intrínseco aos projetos de leitura a fim de permitir a contribuição efetiva do referido profissional.

De acordo com Kleiman (1995), as experiências de letramento, denominado de letramento acadêmico, acontecem em meio ao espaço educacional e são desenvolvidas no decurso da interação professor aluno, em que o sujeito percebe a ligação entre práticas de letramento nas aulas assomadas ao pertinente uso da escrita no cotidiano. Isto requer variadas formas de oralidade e escrita, imprescindíveis à escolarização as quais emergem das atividades sociais cientificamente sofisticadas em sociedades escolarizadas (ROJO, 2001).

O espaço escolar é considerado como “o lugar privilegiado” à circulação de variados processos discursivos e textuais, nas modalidades orais e escritas. Amiúde, a inserção das práticas de letramento em consonância com os conteúdos curriculares, orientando os discentes no processamento textual escrito, bem como oral, possibilita a aprendizagem e uso da linguagem tanto culta quanto formal (ROJO, 2001). Nesse ínterim, surge o papel da escola, através do profissional de língua materna visar à transformação da oralidade do aluno introduzindo o código escrito, apontando às marcas oriundas da fala e da escrita. Assim, o professor introduz novos conhecimentos selecionando tópicos de linguagem aos exercícios de aspectos discursivos habituais.

O espaço institucional escolar precisa oferecer oportunidades para que os discentes adquiram e desenvolvam o domínio a língua materna, materializada pelo código escrito envolvendo habilidades cognitivas básicas as quais permeiam a compreensão e atuação nas diversas expressões culturais, atrelando formas críticas reflexivas à leitura e escrita, entendendo sua função social, estando apto a interagir com os meios comunicativos e sociais.

De acordo com essas perspectivas, a tarefa pedagógica aspira à inserção de espaços de leitura e escrita, com textos significativos cumprindo as variadas funções sociais e psicológicas (RIBEIRO, 2001). Essas práticas devem ser concretas na sala de aula, na sistematização dos conteúdos programáticos e no contexto educacional como um todo.

De acordo com as novas Diretrizes Curriculares que embasam o Ensino Médio como o ciclo final da educação básica e sua duração de três anos, o letramento dos jovens do ensino médio visa não somente desenvolver no aluno o conhecimento técnico, mas o desenvolvimento das competências de aprendizagem para o entendimento do mundo que o cerca, social e culturalmente (MEC, 2013). As diretrizes contemporâneas propõem habilidades de pesquisa, investigação e análise, assim como aprender, elaborar e enunciar pressuposições no que concernem as atividades habituais, ao invés de memorizar prescrições modelares. Por isso, a importância do letramento entre os jovens, provocando e promovendo mudanças de paradigmas acerca dos projetos pedagógicos nas escolas.

Em meio a essa discussão, emerge um elemento preponderante nesse processo: o acompanhamento dos pais na vida escolar dos jovens matriculados no ensino médio. É mister perceber a ligação entre a ausência da família no apoio escolar dos filhos e os índices de baixo rendimento nos resultados quantitativos e qualitativos, os quais envolvem deficiências de aprendizagem, casos de evasão culminando muitas vezes com a repetição escolar.

Portanto, observa-se que o acompanhamento dos pais na vida escolar dos jovens alunos é escasso e suas presenças no cotidiano dos eventos escolares, a exemplo dos projetos de leitura e escrita, configuram-se em uma necessidade. Cabe à escola possibilitar a assistência efetiva dos pais como viabilidade de descerrar os caminhos para uma aprendizagem participativa, configurando os responsáveis legais como parceiros da transfiguração no ensino de uma maneira geral.

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