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A TERCEIRA GERAÇÃO MODERNISTA OU GERAÇÃO DE1945

Por:   •  20/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.794 Palavras (12 Páginas)  •  607 Visualizações

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Colégio Hercílio Boeno de Camargo –
Palmas, 27 de setembro de 2017
Aluno(a): Liamara Correa     Turma: 3° ano


A TERCEIRA GERAÇÃO MODERNISTA OU GERAÇÃO DE 45
         A Terceira geração modernista ou Geração de 45 estava inserida num contexto histórico de teor intenso e causador de grandes mudanças tanto em âmbito social, quanto político. Dentre estes acontecimentos podemos ressaltar a Segunda Guerra Mundial, que durou seis anos, indo de 1939 a 1945. Após isso, ainda em contexto mundial, pode-se destacar como consequência da Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, que foi um dos grandes formadores da sociedade contemporânea e precursor de várias tecnologias utilizadas em larga escala até os dias de hoje.
         No contexto de âmbito nacional destacava-se o Fim da Era Vargas, que perdurou de 1930 até 1945 e foi um período repleto de discursos favoráveis à democracia, e houve uma onda de otimismo em relação à adoção de um sistema político eleitoral que garantisse a alternância na condução dos rumos da nação, entretanto, Vargas acabou tornando-se um ditador em alguns períodos de seu mandato. Alguns anos após o Fim da Era Vargas ocorreu o Golpe Militar, que viria à censurar os veículos de comunicação e a produção cultural de alguns artistas e escritores.
         A Literatura brasileira no pós-guerra era classificadora e caracterizadora do período complexo em que se inseria, mesmo que didaticamente, ela casou grandes impactos na escrita da época e deixou um grande legado, visto que é muito recente e os escritores da época seguiam tendências muito distintas. A poesia produzida pela terceira geração modernista seguiu algumas tendências herdadas da geração modernista de 1922, às quais somaram-se pesquisas mais aprofundadas. Alguns autores também aderiram às características tradicionalistas da escrita, como por exemplo a acentuação que seguia rigor formal, temáticas universais e linguagem erudita, com influência parnasiana. No entanto, alguns escritores não aderiram a escrita mais tradicionalista e foram inovadores na sua escrita, dentre eles, Clarice Lispector, Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto. Alguns textos desses autores serão analisados a seguir.

O PRIMEIRO BEIJO – CONTO DE CLARICE LISPECTOR.
          Clarice Lispector foi considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século XX. Nascida na Ucrânia em 1920, e mais tarde, por conta do casamento de seus pais, mudando-se para o Brasil, tornou-se um grande ícone da literatura nacional.
         Sua escrita foi caracterizada como intimista, e estreou no Brasil como o que ficou conhecido como “prosa sem história” pois tentava expressar a angústia e desta mesma, foi feita matéria-prima, o trabalho sobre o inacabado e aquilo que se encontrava em processo. Dentre os aspectos centrais da escrita de Clarice podemos citar a prosa intimista, em que seus romances e contos aprofundam a investigação do interior, do íntimo dos personagens e o texto literário adquire um ar filosófico. O intenso questionamento, o existencialismo que consiste na eterna luta do homem para se adaptar o meio em que vive, que é previamente organizado. Quanto a linguagem, ressalta-se a revalorização da palavra, explorando os limites dos significados, muitas vezes, tornando o texto ambíguo e também, os recursos de diálogo, como o fluxo de consciência e a epifania.
         No conto, O primeiro beijo, de Clarice Lispector, o enredo trata-se, inicialmente, da conversa entre um casal de jovens que está prestes a dar o seu primeiro beijo, e em seguida, há uma indagação por parte da menina que pergunta se o menino já havia beijado alguma mulher e diante da resposta, que é sim, o menino acaba por se lembrar da cena de seu primeiro beijo. E ao final do episódio, descobrindo tornar-se “homem”. Clarice da simbolicamente ao leitor a possibilidade de interpretar como a entrada da puberdade pelo menino, que começa a obter diferentes sensações as quais nunca havia experimentado.
         Uma das definições que podemos atribuir a este conto, é de prosa psicológica, pois observamos muito disso na narrativa que fala do personagem e da descrição elaborada de suas sensações, utilizando uma figura de linguagem intitulada sinestesia, que remete à ideia dos cinco sentidos. – “Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva...”. Metáforas e metonímias também podem ser encontradas, como por exemplo – “E soube então que havia
colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. ”
          No trecho “Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia-se intrigado, mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida...olhou a estátua nua” pode-se observar claramente um recurso muito marcante na narrativa de Lispector, a epifania, que nesse caso, levou o personagem à reflexão que o levou a conclusão de uma ideia, o fazendo tomar consciência de algo importante.

A TERCEIRA MARGEM DO RIO – CONTO DE JOÃO GUIMARÃES ROSA
          João Guimarães Rosa nasceu em Minas Gerais, em junho de 1908. Um dos maiores escritores da Literatura brasileira, também sendo participante da terceira geração modernista que se caracterizou pela ruptura com os modelos tradicionais da escrita do romance. Consagrou-se ao apresentar em suas obras “estórias” próximas à tradição popular, ao dar visibilidade para a população sertaneja e ao estabelecer uma síntese entre o tradicional e o moderno.
         Em relação às suas características literárias podemos considerar sua linguagem original e personalizada que é responsável por recriar a linguagem literária a partir do vocabulário e sintaxe próprios, com muitos neologismos. Concilia o popular e o erudito com a intenção de reinventar a fala e a visão do mundo sertanejo. Podemos caracterizar, muitas vezes, sua prosa como prosa poética, a qual recomenda-se ler em voz alta por conta da sonoridade, que se assemelha à da poesia remete.
         O conto “Terceira margem do rio”, do autor é quase inteiramente baseado na figura de linguagem metáfora. Pois o título leva ao questionamento do leitor que se pergunta que se afinal, o rio tem duas margens, qual seria a terceira? Só pode-se constatar a resposta desta incógnita após o termino da leitura do conto.
         O texto usa a narração do personagem, filho, que fala do pai e de si mesmo. Uma das características mais marcantes no texto é o silêncio do pai, que desde o início do conto age desta forma. Pode-se observar uma característica marcante de Guimarães Rosa, que faz o uso da linguagem inovadora e regionalista para retratar a vida dos ribeirinhos. O experimentalismo formal da terceira geração modernista pode ser vista várias vezes no conto, que também abrange a introspecção psicológica, em que o narrador é ao mesmo tempo confidente.
         “Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não para, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio. ”


ANÁLISE – POEMAS DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO
          João Cabral de Melo Neto foi um grande poeta da terceira geração modernista. Nasceu no Rio de Janeiro, em janeiro de 1920.
Seu trabalho é basicamente cerebral e "sensacionista", buscando uma poesia construtivista e comunicativa, objetiva.
 Sua obra poética, que vai da tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético. O antilirismo, a objetividade, a concisão e a precisão, a metapoesia e o engajamento da denúncia social são grandes marcos da poesia do escritor.[pic 1]

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