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Análise de gêneros e compreensão

Por:   •  2/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.365 Palavras (6 Páginas)  •  227 Visualizações

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MARCUSCHI, Luis Antonio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. – São Paulo: Parábola Editorial, 2008. 296p. (Educação lingüística, 2)  

Breve resumo dos conceitos apresentados na Segunda parte: Gêneros textuais no ensino de língua

        O estudo dos gêneros é cada vez mais multidisciplinar, ou seja, as possibilidades de trabalho e de distintas formas de explorar os gêneros são grandes. A análise do gênero engloba uma análise do texto e do discurso e uma descrição da língua e visão da sociedade. (p.149)

Toda manifestação verbal se dá por meio de textos realizados em algum gênero. (p.154)

        Gênero é uma categoria cultural; um esquema cognitivo; uma forma de ação social; uma estrutura textual; uma forma de organização social; uma ação retórica.

        Quando dominamos um gênero textual, não dominados uma forma lingüística e sim uma forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares. (p.154)

  • Tipo textual – definido pela natureza lingüística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo). O tipo caracteriza-se muito mais como sequências lingüísticas (sequências retóricas) do que como textos materializados; a rigor, são modos textuais. São: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. Quando predomina um modo num dado texto concreto, dizemos que é um texto narrativo ou argumentativo, etc. (p.154-155)
  • Gênero textual – refere aos textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas. Os gêneros são formas textuais escritas ou orais bastante estáveis, históricas e socialmente situados. (p. 155)
  • Domínio discursivo: constitui-se muito mais uma “esfera da atividade humana” no sentido bakhtiniano do termo do que um princípio de classificação de textos e indica instância discursiva ( por exemplo: discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso, etc.). Não abrange um gênero em particular, mas dá origem a vários deles, já que os gêneros são institucionalmente marcados. Constituem práticas discursivas nas quais podemos identificar um conjunto de gêneros textuais que às vezes lhe são próprios ou específicos como rotinas comunicativas institucionalizadas e instauradoras de relações de poder. (p.155)

Para defender essas posições, admitimos, com Bakhtin, que todas as atividades humanas estão relacionadas ao uso da língua, que se efetiva através de enunciados (orais e escritos) “concretos e únicos, que emanam dos integrantes de uma ou de outra esfera da atividade humana” (1979:279). E com essa posição teórica chegamos à união do gênero ao envolvimento social. Não se pode tratar o gênero de discurso independentemente de sua realidade social e de sua relação com as atividades humanas. (p.155)

Os gêneros nãos são entidades formais, mas sim entidades comunicativas em que se predominam os aspectos relativos a funções, propósitos, ações e conteúdos. (p.159)

Em geral, damos nomes aos gêneros usando um desses critérios: 1) forma estrutural (gráfico, rodapé, debate, poema); 2) propósito comunicativo (errata, endereço); 3. Conteúdo (nota de compra, resumo de novela); 4. Meio de transmissão (telefone, telegrama, e-mail); 5) papéis dos interlocutores (exame oral, autorização); 6) contexto situacional (conversação, carta pessoal). (p.164)

- Intertextualidade – elementos de um texto que aparecem em outro texto para compô-lo.

- Intergenericidade – gênero que tem a função de outro. (p.163)

- heterogeneidade – um gênero com a presença de vários tipos de textos. (p.166-167)

- Interfuncionalidade – dois gêneros distintos assumindo uma função em formato novo (Ex.: artigo de opinião no formato de um poema). (p.168)

- Interculturalidade – a questão intercultural – a autora alemã Susanne Günther (1991:400), ao analisar o uso intercultural do gênero provérbio, observa que os gêneros não têm a mesma circulação situacional em todas as culturas. (p.171). Um gênero que serve a uma certa função interativa na mesma cultura pode se tornar inadequado numa situação cultural diferente.

        

        Dominique Maingueneau (2001:71) observa que “é necessário reservar um lugar importante ao modo de manifestação material dos discursos, ao seu suporte, bem como ao seu modo de difusão: enunciados orais, no papel, radiofônicos, na tela do computador, etc.” (ênfase do autor). O mídium, como o chama Maingueneau (2001:71) é importante, mas costumávamos desprezá-lo porque nos concentrávamos no texto como tal. É interessante a observação do autor quando afirma que “o mídium não é um simples “meio”, um instrumento para transportar uma mensagem estável: uma mudança importante do mídium modifica o conjunto de gêneros de discurso” (2001:71-72). Isso diz respeito tanto ao modo de circulação como ao modo de consumo dos gêneros e ainda mais ao modo como eles são estabilizados para serem “transportados” eficazmente. Um dia só transmitíamos os textos oralmente; depois passamos a fazê-lo por escrito; mais tarde, por telefone; e então pelo rádio, televisão e recentemente pela internet. Esses mídiuns são ao mesmo tempo modos de transporte e de fixação, mas interferem no discurso.  (p.174)

        Diante dessas poucas observações introdutórias, podemos indagar: qual o papel do suporte na relação com os gêneros? Tem o gênero características distintas adicionais quando realizado e acessado em um ou outro suporte? A ideia central é que o suporte não é neutro e o gênero não fica indiferente a ele. Mas ainda estão por ser discutidos a natureza e o alcance dessa interferência ou desse papel. Uma observação preliminar pode der feita a respeito da importância do suporte. Ele é imprescindível para que o gênero circule na sociedade e deve ter alguma influência na natureza do gênero suportado. Mas isso não significa que o suporte determine o gênero e sim que o gênero exige um suporte especial. Contudo, essa posição é questionável, pois há casos complexos em que o suporte determina a distinção que o gênero recebe. Tome-se o caso deste breve texto:

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