Conceito de Leitura Tecendo Sentidos: Reescrita e Produção de Texto

Tarefa: Resenha

Tecendo Sentidos: Reescrita e Produção de Texto

ARAUJO, Liane Castro. Tecendo Sentidos: Reescrita e Produção de Texto. Revista da FACED, Salvador-Bahia, 2001. 6 p.

        Liane é professora adjunta, lotada na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Linguagem - GELING, do PPGE/FACED/UFBA. Leciona, na graduação em Pedagogia e supervisiona os Estágios curriculares em Pedagogia. Tem outras publicações, como Reflexão fonológica em contextos lúdicos e letrados na Educação Infantil e no Ciclo de alfabetização.

        Afirma que o texto e o tecido são palavras que vêm de emaranhados. Um texto não é um simples amontoado de frases, é necessário coesão e unidade. Sendo ainda que nos textos há forças como a polissemia e a intertextualidade, sendo que estes são tecidos na escritura e atualizados, completados, na leitura.

        Diz que é na perspectiva da construção dessa trama textual pelo sujeito que escreve que abordou a questão da revisão e da reescrita. Fala que seu texto não foi construído linearmente, e sim num intenso entrelaçar e recursivo ir e vir. Quem escreve revela certa consciência da não transparência da linguagem.

        O sentido de um texto não se firma de maneira estável e definitiva na literalidade do tecido textual. Ele é construído pelo leitor, que processa o texto a partir dos elementos que o autor arranja e rearranja na sua escrita em busca de uma textualidade. O rascunho desvela as marcas do processo de textualização que se escondem no produto pronto. Mais ainda, o rascunho revela a elaboração de um pensamento, a gênese de um enunciado.

        Texto é trama, é rede. Mesmo quando dado como pronto, editado, impresso, nenhum texto se fecha em uma completude, um acabamento, uma monossemia. Texto é trama aberta, viva. E eis aí, um lugar para a liberdade do outro, do leitor, do ouvinte - nas malhas do já traçado, nos interstícios do previsto por quem escreve.

        Aprende-se a escrever usando a modalidade escrita da língua, aprende-se a tecer textos escrevendo-os, dentro de um contexto comunicativo, interlocutivo, no qual dizer - e trabalhar esse dizer - fazem sentido. Reescrever é parte do processo da tecelagem da escritura, parte da “burilação” dos sentidos, jogo de constituição do sujeito da linguagem, desejo sempre aberto de completar e aprendizado de silenciar.

        No inicio do texto a autora compara textos com tecidos. Sendo que os dois são emaranhados, cabendo ao escritor e leitor “pegar os fios soltos” e emaranhar, tornando-o um texto com sentido.

        Ao transcorrer da escrita, diz que cabe ao escritor utilizar-se do rascunho, para que este leia, releia e reescreva seu texto, e que o leitor deve também ler e reler o texto, com intuito de novamente formar a trama da obra.

        Findando, afirma que aprende-se a escrever usando a modalidade escrita da língua, aprende-se a tecer textos escrevendo-os, dentro de um contexto comunicativo, interlocutivo, no qual dizer - e trabalhar esse dizer - fazem sentido. E que reescrever o texto faz parte do processo de tecelagem da escrita.

        Propondo a reescrita, por parte do autor e do leitor, a autora consegue incitar que façamos uma releitura com maior ênfase melhorar oque se está lendo, sabendo que num texto seja ele de qualquer caráter, pode haver ”fios soltos”. Participando assim do processo de tecelagem da escrita.

        O texto é muito simples, com linguagem informal, muito útil qualquer pessoa que se interesse pela leitura, principalmente aos docentes e discentes das áreas da educação.

        

Fonte:

ABAURRE, M. B. M, FIAD, R. S, MAYRINK-SABINSON, M. L. Cenas de aquisição da escrita, o sujeito e o trabalho com o texto, Campinas, SP: Mercado de Letras, ABL, 1997.