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Cultura Surda

Por:   •  11/11/2015  •  Dissertação  •  647 Palavras (3 Páginas)  •  271 Visualizações

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 “Cultura surda e ouvinte”

Graças ao seu organismo e à sua faculdade de raciocínio, o homem, não se sabe quando, desenvolveu a linguagem.  Através dessa incrível e complexa capacidade de comunicação, tomou um lugar privilegiado no reino animal, cujos outros seres podem se comunicar, porém de maneira mais simples, já que há menos números de combinações de sons possíveis, não articulam e não produzem, segundo relatos científicos atuais, frases ou textos.

Visto a importância da comunicação oral, o homem, como ser social, definiu e contou a sua história: dominou, influenciou, constituiu leis, enganou, catequizou, inventou, etc. Mas seria o homem dependente da língua ou a língua seria dependente do homem? Os antigos gregos acreditavam que o homem acessa a realidade a partir da linguagem e dos signos criados através dela, então, ora, àqueles que não conceituam a sua realidade por intermédio da oralidade, o que lhes resta? Através de pensamentos retrógrados desse tipo, surdos e mudos foram oprimidos por séculos, impossibilitados de usufruir de seus direitos e de suas reais capacidades.

O homem é um ser social e reforça seus laços interacionais, inclusive, recorrendo à língua em ação, ou seja, à fala. Incapazes de ouvir e falar, os surdos e mudos construíram, segundo Quadros (1997, p.47) a sua modalidade linguística utilizando o canal espaço-visual, advindas de suas necessidades naturais de comunicação. Como dito anteriormente, a língua é um sistema complexo de comunicação constituída de combinações infinitas de palavras, munidas ou não de ideologias, utilizadas pelos seres humanos. Ora, sendo os mudos e surdos seres humanos e a linguagem de sinais sendo a sua língua, esta não poderia ser menos complexa e importante do que a oral.

A identidade, a forma como conceituam o mundo, o vinculo e aproximação fortalecido entre aqueles que utilizam a linguagem gestual, a infinita possibilidade de combinações, os novos sinais e os que caem em desuso e o afeto à língua de sinais por ser seu meio de expressão, cultivam experiências e fatos sociais que determinam a cultura surda, que não se faz melhor, pior, tampouco desigual, apenas diferente.

Como foi gerado o conceito de Cultura ao longo dos tempos?

Dizem os livros que até século XVIII, quando aconteceu o movimento questionador e intelectual conhecido como Iluminismo, cultura carregava apenas o sentido literal de cultivo. Nos anos seguintes, já com mais liberdade de pesquisa, Edward Burnett Tylor, considerado o precursor das ciências antropológicas, defendia a ideia de unidade psíquica da espécie humana em que a cultura se desenvolvia de um modo progressivo, linear e uniforme. Desta visão, os antropólogos delinearam os níveis de evolução a partir da comparação entre diferentes culturas, sendo as civilizações europeias o cume da evolução e as demais estariam em constante transição e evolução, rumo à civilidade.

Posto isto, ora, verificamos que os antropólogos não levaram em consideração, em sua teoria, os costumes, sistemas, etc. estabelecidos por outros povos, necessários ou influenciados pelo meio em que viviam, pela interação ou falta de interação com outras culturas, considerando-os inferiores, já que não estavam no mesmo “patamar” das civilizações europeias, ditas como superiores.  Por estas considerações, os países colonizadores possuíam embasamento cientifico para impor a civilização aos povos que ainda não tinha a alcançado, considerados, portanto, inferiores.

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