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Escola e Família

Por:   •  15/6/2018  •  Artigo  •  4.444 Palavras (18 Páginas)  •  241 Visualizações

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ESCOLA E FAMÍLIA:  Instituições que fazem da L1 instrumentos de base para   aquisição da L2 por surdos*

 Roseanny Pinheiro de Carvalho do ROSÁRIO  1

Professor/Orientador: Melque LIMA 2

  1. Resumo: Esse trabalho é resultado de uma pesquisa realizada na Escola Estadual Maria Cavalcante, localizada na Zona Norte de Macapá, e teve como objetivo analisar o papel da escola e da família como Instituições que fazem da L1 instrumentos de base para   aquisição da L2 por surdos. Primeiramente foi realizado uma conversa com os professores, as famílias e alunos surdos, no qual foram expostos os objetivos da pesquisa. Em seguida foram aplicados questionários em sala de aula para docentes e discentes, e nas casas, para os responsáveis dos alunos. Deste modo, optou-se por realizar uma pesquisa de abordagem qualitativa, como fundamentação teórica será de grande importância as contribuições de  GRANNIER 2007, VESCHI, 2005, STROBEL, 2008, SILVA e LACERDA, 2015, SAVIANI, 2009 e QUADROS 2000. Reafirma-se que a família e a escola são instituições que juntas podem melhorar as condições sociais e cognitivas do sujeito surdo, dando suporte necessário à aquisição da segunda língua.
  2. Palavras-chave: Escola; Família; L1; L2.

1 INTRODUÇÃO

  1. A educação de surdos passou por vários processos que marcaram significativamente o modo de ensino. Dentre eles, cita-se o método oralista, a comunicação total, o bilinguismo e por último a inclusão, sendo este, o mais adotado no contexto educacional vigente. A proposta inclusivista tem mostrado vários entraves como o  despreparo  de alguns professores pela falta de conhecimento em língua de sinais.

Tais entraves, possivelmente, ocorrem devido alguns educadores não conseguirem elaborar  métodos que levem em consideração as particularidades dos surdos. Ressalta-se que as   estratégias  educacionais  trazidas  para  sala  de  aula ,  infelizmente,  têm sido elaboradas apenas para o aluno ouvinte, ou seja, o aluno surdo está tendo de se adaptar à forma de ensino, voltando aos modelos integracionistas do passado.

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* O título deste estudo surgiu de inquietações sobre o modo como o aluno surdo aprende a segunda língua e a importância da contribuição da escola e da família nesse processo de aquisição.

1 Graduada em Letras; Especialista em Educação Especial e Linguística Aplicada; Mestre em Ciência da Educação; Aluna de Letras Libras pela Universidade Federal do Amapá.

2.  Graduado em Pedagogia e  Docente na Universidade Federal do Amapá.

Cita-se também, o papel fundamental que exerce a família no processo  de ensino aprendizagem dos surdos, pois se em casa a comunicação é feita em língua de sinais, possivelmente, a aquisição da L2 será muito mais rápida e fácil,     promovendo a igualdade e o desenvolvimento intelectual e individual do sujeito surdo. Analisando escola e família, percebe-se que, ambas, são pontes que levarão o sujeito  surdo  a  ter um contato maior com a segunda língua.

        Estudos que enfatizam a aquisição da L2 para surdos vêm sendo discutidas com mais veemência tanto no contexto de sala de aula, quanto na comunidade surda, tais exigências reivindicam estruturas diferenciadas e professores de fato capacitados para o ensino da segunda língua.

Neste sentido, observa-se a importância dos currículos escolares e até que ponto eles condizem com a realidade do aluno surdo, respeitando à sua língua, sua cultura e identidade a fim de cumprirem seu papel norteador no desenvolvimento e aprendizagem dos conteúdos. Considera-se também que as relações interpessoais, principalmente as familiares, é de fundamental importância. Porque é nesse contexto que o surdo desenvolverá sua comunicação, quando a família desconhece a língua de sinais, possivelmente o surdo se comunicará por gestos, por apontamento ou mímicas, causando o aprendizado tardio da língua de sinais.

2 O SUJEITO SURDO NA REDE REGULAR DE ENSINO

A inclusão de surdos no ensino regular tem trazido dificuldades para alguns docentes, da mesma forma como têm instigado discussões e polêmicas sobre a formação desses profissionais. O ensino inclusivista deve proporcionar a plena transformação do sujeito surdo no sentido de torná-lo capaz de interagir e aprender em uma classe regular de ensino, pois este é um direito já estabelecido em lei, diga-se de passagem, que ainda caminha a passos lentos.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a educação especial que engloba todas as deficiências é conceituada no artigo 58 e, no artigo 59 enfatiza o que as instituições de ensino devem assegurar, a saber:

I-Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às suas necessidades;

II- Terminalidade específica para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

III- Professores com especializações adequadas em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos na classe comuns;

IV- Educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho;

V- Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares, disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

Levando em consideração o que prevê a legislação acima, ressalta-se que é preciso revê-la, porque com o advento de outras Leis e Decretos como: a Lei nº 10.436/2002 que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais, e o Decreto 5.626/2005 que regulamentou a Lei no 10.436/2002, o que se espera é que todas as escolas já estejam preparadas para receber o aluno, seja ele surdo ou com qualquer outra deficiência, visto que a lei e o decreto citado já vigoram tempo suficiente para que todos que fazem parte do contexto educacional se adequem as necessidades dos discentes.

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