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Leitura do Texto O Mundo de Sofia

Por:   •  24/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  9.120 Palavras (37 Páginas)  •  289 Visualizações

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O Mundo de Sofia

O romance da história da filosofia intitulado "O Mundo de Sofia", narra a história de Sofia Amundsen, uma menina de quase quinze anos que morava com sua mãe, pois o trabalho de seu pai o deixava ausente boa parte do tempo.

Certo dia, quando vinha da escola, encontrou dois pequenos envelopes brancos, não simultaneamente. Em cada um havia uma indagação e elas levaram Sofia a refletir sobre a vida e a origem do mundo. Também recebeu um cartão-postal que deveria ser entregue a uma pessoa que ela nem conhecia e cujo nome era Hilde.

Sofia recorreu a um esconderijo no jardim de sua casa para pensar e refletir sobre as perguntas. Para ela, ele representava um mundo à parte, um paraíso particular, como o jardim do Éden mencionado na Bíblia.

Desenvolvimento Histórico do Pensamento Ocidental

Começamos a observar, primeiramente, um pensamento não definido no tempo-espaço, sem começo determinado e que imperava no início dos tempos até antes do aparecimento dos filósofos pré-socráticos: o mitológico.

Este pensamento foi a forma primordial das populações, cada qual a seu modo, entender os processos naturais a sua volta. Estava este relacionado ao panteísmo, sendo suas divindades as mantenedoras de um precário equilíbrio entre as forças do bem e do mal. Para que os povos se comunicassem com estas foram criados rituais religiosos, onde ofereciam sacrifícios ou oferendas para aplacar a fúria de determinado deus ou pedisse sua ajuda para determinada tarefa.

Tal pensamento foi o precursor de vários modismos que persistem ainda hoje em nosso inconsciente, bem como a superstição, muito em voga na antiga Grécia, antes do aparecimento dos filósofos.

Atenas, com a vitória grega sobre os persas, tornou-se capital ocidental da cultura e do saber. Isto ocorreu pois o desenvolvimento democrático dessa cidade permitiu que seus cidadãos (não se encaixavam os escravos) mais célebres começassem a refletir sobre o mundo que os cercavam. Apareceram pois os filósofos da natureza.

        

Tais filósofos procuravam entender os processos naturais que os cercavam, de uma forma genérica e abrangente. Tanto a base primordial de tudo que existe quanto o mundo dos sentidos foram levados em consideração, as vezes em conjunto ou defendidos separadamente por filósofos diferentes, que se opunham em relação ao que é eterno e imutável e o que é efêmero e sempre mutável, como a vida e a ação do tempo na natureza. São também conhecidos como pré-socráticos, e seu principal pensador era Demócrito, para quem o que denominou como átomo, partículas que se agregavam para formar o mundo efêmero e sensível aos nossos sentidos, que se desagregavam mas eram eternas em sua forma única. Sua concepção, conhecida como teoria atômica, uniu as duas correntes de pensamento contrárias em sua época, já discursadas acima.

Após o desenvolvimento de tais teorias sobre a natureza do mundo, começaram a aparecer filósofos que se concentraram em descobrir a natureza do homem, sua relação com o mundo e a melhor forma de bem viver com este e consigo próprio, dando origem ao pensamento ético e moral baseado na razão, primórdio para uma feliz e reta vida. Com o aparecimento do primeiro grande filósofo grego, mundialmente reconhecido, Sócrates, há um divisor de águas entre os filósofos até então. Sócrates preocupou-se em descobrir e depois ensinar as pessoas que o verdadeiro conhecimento vem de dentro e só este pode lhe fornecer o discernimento necessário para a vida, sendo este só possível através do emprego da maior faculdade do Homem: sua razão. A razão era a medida das coisas e não a sociedade, como diziam certos contemporâneos de sua época, conhecidos como sofistas, que desenvolviam a arte da retórica e cobravam por seus préstimos a humanidade, principalmente a classe dominante grega. Embora seu fim tenha sido trágico, ao ser obrigado a cometer suicídio tomando um veneno chamado cicuta, deixou muito de sua filosofia, retratada por seu principal aluno, Platão.

Platão foi o responsável pelo registro do pensamento socrático, realizado através de seus diálogos, preservando a retórica na escrita. Suas principais preocupações giravam em torno daquilo que seria eterno e imutável, a origem de todas as coisas que vemos e como podemos defini-las quando as observamos. Sabemos como é um cavalo, conhecemos sua forma, pois segundo sua filosofia, há uma forma pré-concebida no mundo das idéias, uma forma ideal e perfeita, imutável e divina, já que na natureza tudo flui, nada é perfeito e imutável no mundo dos sentidos. Procurava o que era eternamente bom, eternamente belo e eternamente verdadeiro. Em relação ao homem, tal concepção do mundo garantia-lhe a existência de uma alma que transmigrava para seu corpo e, quando da morte deste, retornava ao mundo das idéias.

Sua busca pela forma perfeita também o levou a desenvolver uma teoria e subsequente forma ideal de governo, descrita em seu livro “A República”, onde, entre várias coisas, definia a maneira correta do bom governar e desenvolvia seus raciocínio em relação a participação ativa da mulher na sociedade. Desagradado em relação a não compreensão de seus ensinamentos conclui mais uma obra “As Leis” onde descrevia uma segunda melhor forma de governo, adaptada a cultura social preponderante na época.

Da academia de Platão surgiu o terceiro e último grande filósofo da antigüidade: Aristóteles. De pensamento analítico e formação científica, este macedônio desenvolveu uma teoria contrária a de seu predecessor e mestre. Segundo ele, tudo possuía forma e substância, sendo a primeira relacionada ao espécime masculino e a segunda ao feminino, originado-se deste pensamento sua reprovação em relação a capacidade real da mulher na sociedade e em relação ao mundo das idéias de seu mestre: pois não podemos ter uma forma pré-definida de um cavalo se não conhecemos nenhum ainda. Grande cientista, pesquisador de várias áreas do saber, não só o da filosofia, foi um dos fundadores da pesquisa empírica e da noção de classificação natural de espécie, sendo seus moldes a base do desenvolvimento e separação das ciências como as conhecemos ainda hoje.

Aristóteles também desenvolveu algo de peculiar em seu raciocínio filosófico em relação a causa primeira das coisas: segundo ele, tudo que acontecia na natureza tinha uma dada finalidade, um propósito de ser e acontecer, para houvesse a manutenção da vida e o equilíbrio no mundo.

Já na época de Aristóteles o império grego começara a se desfazer ante o avanço do império macedônio de Alexandre Magno. Através de suas conquistas, este conseguiu unir culturalmente a Europa, o Egito e a Ásia Menor, quebrando as fronteiras e dando origem a uma era de grande desenvolvimento cultural e do saber, através da experiência adquirida de vários povos reunidos no pólo cultural e científico da cidade de Alexandria, onde a filosofia grega e sua língua tiveram papel preponderante, a chamada era do Helenismo. Filosoficamente, várias ramificações do pensamento socrático e platônico ocuparam seu devido espaço na procura de uma concepção humana de vida.

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