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Liguística Textual

Por:   •  26/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  896 Palavras (4 Páginas)  •  818 Visualizações

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Aula-tema 01: Breve histórico da Linguística Textual

A Linguística Textual desenvolveu-se a partir da mudança de foco da investigação da linguagem. Na primeira metade do século XX, os interesses de grande parte dos estudos linguísticos eram voltados à análise formal da linguagem, como por exemplo: a sintaxe, a fonética e fonologia e a morfologia. Diferentemente destas áreas, a Linguística Textual elegeu como objeto de estudo um fenômeno de linguagem específico e recorrente em nossa sociedade: os textos.

Embora seja difícil datar com precisão o surgimento da Linguística Textual, podemos dizer que os primeiros estudos dessa disciplina sugiram na década de 60, na Alemanha. No Brasil, principalmente na década de 80, a Linguística Textual ganhou maior visibilidade.

A trajetória da Linguística Textual percorre três fases distintas, que são:

  1. Análise transfrástica

Da segunda metade dos anos 60 até a década de 70, a Linguística Textual privilegiou os estudos das relações entre as frases de um texto: a chamada análise transfrástica.Nesta fase dos estudos da Linguística Textual, o objeto de estudo ainda não era propriamente o texto, mas sim as relações entre as frases que não conseguiam ser explicadas pelas análises sintáticas ou semânticas. O ponto de partida para análise eram as frases e as suas combinações, que resultavam na veiculação de uma ideia, ação ou condições expressas nos enunciados linguísticos. O exemplo abaixo ilustra este tipo de abordagem da análise transfrástica:

Esther foi ao teatro. Ela aplaudiu muito a peça.

Ao observamos esse exemplo, percebemos que a relação entre o nome (Esther) e o pronome (ela) não é apenas uma simples substituição de referentes (o pronome ela substitui o referente Esther). A relação estabelecida é de predicação. O pronome (ela) estabelece a conexão entre a ação que é predicada e o nome (Esther), que também já possui uma informação (a ação de ir ao teatro).

Podemos perceber que o interesse da análise transfrástica era a relação dos elementos mínimos, como ilustrado. No caso do exemplo, um nome e um pronome explicariam o sentido do texto. Portanto, na análise transfrástica parte-se da frase para o texto, ou seja, de uma unidade menor para uma unidade maior de análise.

  1. Gramática textual

Na década de 70 houve uma tentativa de delimitar ainda mais o texto como o objeto de análise da Linguística Textual. A gramática textual propôs estabelecer um sistema de regras gerais que explicassem a constituição e o funcionamento dos textos. Postulava-se que existiria uma competência textual responsável pela formação de textos. Em outras palavras, acreditava-se que um falante de uma língua seria dotado de um sistema de regras internalizado e abstrato (a gramática textual) que o possibilitaria parafrasear, resumir, compor e reconhecer textos que fossem bem formados ou não (a competência textual).

Na perspectiva da gramática textual, o objeto de análise parte do texto, uma estrutura maior, que é o texto, para uma estrutura menor, que são os constituintes da frase. Podemos perceber que o foco da gramática textual é considerar o texto não apenas como uma simples soma ou lista de frases, mas, sobretudo, como o produto da organização da linguagem. Cabe destacar que a gramática textual foi diretamente influenciada pela teoria da gramática gerativa de Noam Chomsky.

A gramática textual tem três características importantes:

  1. insere-se no quadro teórico da gramática gerativa;
  2. utiliza teorias e métodos da lógica formal;
  3. tem por objetivo especificar as chamadas estruturas macrotextuais, ou seja, propriedades gramaticais capazes de explicar a organização dos textos.
  1. Teoria do texto

Entre o final da década de 70 e os 80, consolida-se uma teoria do texto. Esta nova abordagem teórica postula que os textos devem ser considerados como elementos constitutivos da comunicação social e da intencionalidade dos falantes. Assim, nesta perspectiva, os textos não devem ser analisados somente pela sua dimensão semântica ou sintática.

Ao contrário da análise transfrástica e da gramática textual, que buscavam explicar os textos a partir da relação das frases ou de um sistema de regras gerais de formação, a teoria do texto propõe-se a investigar a constituição, o funcionamento, a produção e a compreensão dos textos que circulam em nossa sociedade.  Assim, a teoria textual atribui ao texto a dimensão efetiva de forma de interação verbal e social.

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