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O DEBATE REGRADO COMO ENSINO DA ORALIDADE NO COMPONENTE CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA

Por:   •  9/1/2020  •  Artigo  •  3.717 Palavras (15 Páginas)  •  251 Visualizações

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O DEBATE REGRADO COMO ENSINO DA ORALIDADE NO COMPONENTE CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA

Elizangela Tavares Ferreira

Universidade Federal do Pará (UFPA), Oeiras do Pará, PA

Rui Leal Guimarães Filho

Universidade Federal do Pará (UFPA), Oeiras do Pará, PA

Suzana da Costa Silva

Universidade Federal do Pará (UFPA), Oeiras do Pará, PA

Resumo: O artigo, sob o título “O debate regrado como ensino da oralidade no Componente Curricular de Língua Portuguesa”, apresenta uma proposta de avaliação da oralidade para alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e contribuir no processo de ensino e aprendizagem da modalidade formal da língua por meio de textos orais, com ênfase no gênero textual debate regrado. Busca-se com isso, desenvolver a argumentação, bem como as habilidades e competências comunicativas do sujeito, necessárias para o uso da oralidade em suas práticas sociais. A proposta também tem intuito de auxiliar os professores na mediação do trabalho com a linguagem oral, uma vez que o debate regrado possui importante relevância para o domínio discursivo do aluno, oferecendo-lhe inúmeras possibilidades de intervenção em cada turno de fala, a partir de pontos de vista distintos sobre uma determinada temática. Na busca de alcançar os objetivos pretendidos, fundamentamos esta pesquisa nos estudos de Dolz e Schneuwly (2004) que afirma que os gêneros constituem um ponto de referência concreta para os alunos, Suassuna (2006), Porto (2009) e nos fundamentos teóricos e metodológicos presentes nos PCN (Brasil, 1998) e na BNCC (Brasil, 2017). Trata-se então de uma pesquisa bibliográfica que concebe a avaliação como um conjunto de fatores que possibilitam maior protagonismo do discente no processo de ensino e, ao professor, maiores possibilidades metodológicas e estratégias de ensino que primam pela formação do sujeito no que tange ao domínio da fala em diferentes contextos comunicativos.

PALAVRAS-CHAVE: Oralidade. Debate Regrado. Avaliação.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como foco o gênero debate regrado, através do qual será trabalhado o eixo oralidade em sala de aula. Partindo desse eixo, será feita uma proposta de avaliação voltada para o ensino oral da Língua Portuguesa (LP). Com o intuito de auxiliar os professores nesse processo, sugerimos que este material seja trabalhado em turmas do 9º ano do Ensino Fundamental, podendo também ser adaptado para outras séries. Através desse gênero, pretendemos trabalhar a oralidade como ferramenta principal em sala de aula, visando a formação de indivíduos ativos. Nesse sentido, acreditamos que, com as intermediações do professor e sua boa relação com os educandos em sala de aula, esta proposta contribuirá para a aprendizagem dos alunos em diversos aspectos, colocando-os como pessoas protagonistas do processo de ensino-aprendizagem.

Reconhecendo a grande importância da oralidade, mas percebendo que essa prática ainda é pouco desenvolvida nas escolas do Brasil, escolhemos trabalhar com essa modalidade de ensino, pois ela contribui para a formação de alunos críticos e conhecedores de certas habilidades importantes para serem trabalhadas, desenvolvidas e usadas em suas práticas sociais.

Neste trabalho, tomamos como base de aprofundamento as pesquisas feitas nos Parâmetros Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum Curricular, bem como os estudos teóricos de Porto (2009), Dolz e Schneuwly (2004), entre outros.

Estruturado em tópicos, o presente artigo está dividido em quatro segmentos, a saber: o primeiro está pautado na importância do ensino da modalidade oral formal; o segundo, cita o gênero debate regrado como ferramenta para o ensino e avaliação da oralidade na disciplina de LP; o terceiro apresenta a avaliação em LP, voltada para a oralidade; o quarto, apresenta a metodologia que poderá ser aplicada durante a regência em sala de aula quando se pretender avaliar a oralidade.

2 O ENSINO DO ORAL FORMAL NAS ESCOLAS

Por muito tempo a modalidade oral da linguagem foi usada na escola como instrumento para se trabalhar apenas o ensino dos conteúdos, ocupando um lugar limitado nas práticas docentes, pois acreditava-se que era papel da família e não da escola ensinar a modalidade oral. Porém, com a criação e introdução dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), em 1998, nos ambientes escolares, surgiram novas ideias que contribuíram para a correção dessa problemática e dessa lacuna presentes nas instituições.

Acreditando que a aprendizagem da língua oral, por se dar no espaço doméstico, não é tarefa da escola, as situações de ensino vêm utilizando a modalidade oral da linguagem unicamente como instrumento para permitir o tratamento dos diversos conteúdos (BRASIL, 1998, p. 24).

O próprio PCN enfatiza que a escola tem o papel primordial para o ensino da linguagem oral formal com intuito de desenvolver um indivíduo crítico e participativo, pois segundo ele “cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral no planejamento e realização de apresentações públicas [...] propor situações didáticas que façam sentido de fato” (BRASIL, 1998, p. 24).

Apesar da introdução desses parâmetros, essa modalidade de linguagem ainda está em um lento processo de aplicabilidade na área de Língua Portuguesa. Isso talvez seja causado pelas lacunas deixadas nas formações docentes ou até mesmo pela pouca importância que boa parte do quadro de professores dá a essa prática devido esse documento ter sido implantado com a finalidade de servir apenas como referência e não como obrigação para os debates do currículo de cada área de ensino.

Porém, com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2017, o ensino da oralidade ganhou mais ênfase, pois deixou de servir apenas como orientação e, em 2020, passará a ser obrigatoriedade, ano em que todas as escolas do Brasil terão que trabalhar as competências e habilidades que estão previstas nesse documento. Nesse sentido, é importante mencionar que a BNCC não anula os PCN’s e vice-versa, mas ambos se completam como ferramentas que regem os nossos currículos escolares e veem a oralidade como um dos eixos para o trabalho de LP nas escolas do Brasil.

A homologação da BNCC veio reforçar, mais ainda, a importância do ensino da modalidade oral formal já orientada pelos PCN’s. Tal afirmação

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