RESENHA: TERMOS DA ORAÇÃO

DUARTE, Maria Eugenia. Termos da Oração. In: VIEIRA, Silvia e BRANDÃO, Silvia. (Orgs.) Ensino de Gramática. Descrição e uso. São Paulo. Contexto, 2008, p. 185-201.

Cleide dos Santos de Jesus^[1]

 Termos da Oração

Uma oração pode ser constituída de vários termos, entre eles: os essenciais, os integrantes e os acessórios, são chamados de termos essenciais da oração aqueles que são necessários para que a oração tenha significado, ou seja, sujeito e predicado. Encontramos diversas definições para o que vem a ser sujeito, entre elas que o sujeito é o elemento do qual se diz alguma coisa ou sujeito é o ser que pratica ou recebe a ação que o verbo expressa, entre várias outras. Já sobre predicado podemos dizer que é aquilo que se diz sobre o sujeito. Os termos integrantes da oração são os termos que complementam o significado dos termos essenciais da oração. São classificados como termos integrantes da oração: os complementos verbais, o complemento nominal e o agente da passiva. E os termos acessórios da oração são aqueles considerados dispensáveis, porém necessários para o entendimento daquilo que é enunciado, entre eles temos: o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto. O vocativo é um termo independente da oração

Maria Eugênia Duarte é graduada em Letras pela Faculdade de Filosofia Santa Marcelina (1969), mestre em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1986) e doutora em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (1995). Atualmente é Professor Titular da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq. Atua junto ao programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas da UFRJ, que coordenou entre 2003 e 2005, desenvolvendo pesquisa e orientações em mudança linguística, com foco em mudanças no sistema pronominal do português brasileiro e suas consequências na realização do sujeito, dos complementos verbais e na ordem dos constituintes. Vem se dedicando também a estudos sobre a escrita contemporânea, que procuram observar como se dá, nessa modalidade, a “implementação” de formas inovadoras bem como a “recuperação” de formas obsoletas na fala.

A autora no texto inicia sua reflexão explicando que uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas pessoas que buscam compreender a estrutura das orações baseadas nas gramáticas tradicionais são os chamados termos das orações. Ou seja, Duarte afirma que a clássica tripartição dos termos da oração os quais são classificados em essenciais, integrantes e acessórios não contribui para uma relação entre os termos da oração e, além disso, essa classificação clássica introduz ao aluno a pensar que os termos essenciais são mais importantes do que os integrantes e acessórios não dando uma real importância e um valor para o mesmo dificultando o processo de ensino-aprendizagem.

A autora no decorrer do seu texto afirma que além das dificuldades de caráter estrutural outras dificuldades que as gramaticas tradicionais apresentam são de ordem conceitual, ou seja, muitas vezes os conceitos que são expostas pelas gramáticas tradicionais não auxilia o aluno a compreender tais conceitos e fazer uma relação com o conteúdo trabalhado em sala.

A autora apresenta que nesse estudo ela procura refletir sobre os termos da oração levando em conta os níveis da hierarquia sintática, ou seja, de acordo com os graus de dificuldade. Para isso a mesma procura interpretar o que está por trás das classificações tradicionais, reconhecendo o quanto ela contribuíram, apesar de todas as críticas, para os estudos recentes sobre a sintaxe da língua.

Duarte organiza seu texto em tópicos. No primeiro tópico intitulado confronto entre abordagem tradicional e outras perspectiva a autora nos faz refletir que ao contrário do que costuma fazer as descrições tradicionais, que sempre iniciam as lições de análise sintática pelo “sujeito” ela iria iniciar pelo predicado. Para isso ela faz um questionamento onde se pergunta se as gramáticas tradicionais classificam os predicados em “verbais”, “nominas” e “verbo-nominais”, pois de acordo com ela é justamente nos predicados que encontram aos elementos que projetam os constituintes da oração, incluindo também o próprio sujeito afirma a autora.