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Resenha A literatura e a formação do homem

Por:   •  28/6/2019  •  Resenha  •  537 Palavras (3 Páginas)  •  224 Visualizações

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Resenha

“A literatura e a formação do homem”

A palestra de Antonio Candido, “A literatura e a formação do homem”, transcrita no formato de um artigo, é dividida em três partes. Na primeira parte apresentando a situação como uma problemática da análise literária à época, Candido fala do impasse existente entre a visão estrutural e histórica da literatura, e questiona o fato das duas perspectivas serem tratadas como duais, sendo, portanto, auto excludentes. Argumenta contra essa noção recordando a ideia central do estruturalismo, que nunca foi a de simplesmente analisar a obra em si mesma, mas a de relacioná-la a um modelo virtual abstrato, que geraria as características em comum da maior parte das obras particulares de um dado momento. Nesse sentido, esses modelos, embora pairem historicamente sobre um grande conjunto de produções, serviriam para contextualizar as obras particulares.

Além disso, ele destaca que o interesse pela literatura se desperta principalmente por seus elementos contextuais, pois somos levados a ela por preocupações acerca da nossa própria identidade e destino. Sem contar que a noção de estrutura só se faz verdadeiramente pertinente por oferecer a compreensão de como o texto se forma a partir do dado contexto.

Na segunda parte, Candido focaliza sua atenção no papel que a literatura desempenha na formação do homem. Surge, primeiramente, a ideia de uma função psicológica, no sentido de que a própria produção da literatura reflete uma necessidade universal que o ser humano tem de ficção e fantasia. Essa fantasia, no entanto, está em constante relação com a experiência sensorial do ser humano com a natureza, seus sentimentos e hábitos. Isso o leva a distinguir uma bifurcação na capacidade mental do homem, que é composta de um lado especulativo (científico) e outro imaginativo (fantasioso). Utilizando-se de uma leitura de Bachelard sobre o surgimento das reflexões humanas, o autor conclui, por fim, que existe um laço entre a imaginação literária e a realidade concreta do mundo.

De outro lado, tanto quanto a literatura é uma projeção do pensamento humano, ela atua constantemente de maneira consciente e inconsciente na nossa formação, de forma que a nossa personalidade pode sofrer uma profunda influência do que lemos. Mas diferente de uma formação educativa no sentido pedagógico da palavra que presa por uma instrução moral e cívica perfeitamente adequada às normas vigentes, a literatura não corrompe nem edifica propriamente dito, mas humaniza no sentido mais profundo do termo.

E, por fim, propõe-se a literatura como a representação de uma realidade social e humana específica, e que possibilita relação de inteligibilidade com esta realidade, por isso, a literatura enquanto forma de conhecimento do mundo e do ser. Para comprovar essa ideia, Candido começa a citar alguns exemplos concretos de movimentos dentro da história literária que fazem jus a uma literatura que represente uma dada realidade e que ao mesmo tempo proporcione conhecimento sobre ela. O Regionalismo, para ele, é o exemplo melhor e mais palpável ao estabelecer uma tensão entre tema e linguagem, tenta-se representar personagens rústicos, de linguagem inculta e que reflita as peculiaridades dessa realidade, rompendo com a convenção normativa da língua.

Mas

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