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Resenha Crítica - "A Trégua"

Por:   •  16/5/2017  •  Resenha  •  904 Palavras (4 Páginas)  •  235 Visualizações

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

RESENHA CRÍTICA: A TRÉGUA

Resenha crítica apresentada como exigência parcial para a disciplina Equações Diferenciais, do curso de Engenharia de Produção da Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação do Prof. Marcos Bonfadini, de acordo com o projeto Universidade Que Lê.

São Paulo

2014


UMA PAUSA PRA RESPIRAR ENQUANTO SE CAI NO PRÓPRIO ABISMO

A Trégua é uma publicação de 1960, escrita pelo uruguaio Mario Benedetti (falecido em 17 de maio de 2009, com 88 anos). Foi traduzido para 19 línguas, sendo que sua tradução para português foi desenvolvida por Joana Angelica d’Avila Melo.

O livro narra a história de Martín Santomé. Um homem beirando os 50 anos, prestes a se aposentar e pai de três filhos. É contado em terceira pessoa, em formato de diário e mescla lembranças antigas com fatos cotidianos para que seja possível estabelecer uma visão consistente sobre o personagem principal.

O perfil de Martín pode ser descrito como “um homem conformado com seu próprio mundo”. Foi casado com Isabel, com quem teve três filhos (chamados Esteban, Blanca e Jaime), no entanto sua esposa faleceu quando deu a luz ao último filho, Jaime.

Seu casamento com Isabel não era firmado em uma relação amistosa, no entanto, todas as diferenças eram deixadas de lado e os dois se completavam sexualmente. Assim, quando Martín escreve sobre seu amor por Isabel, ele se entristece por não se lembrar de suas feições, uma vez que tudo o que era válido entre os dois era o toque físico. Ele lembrava a textura de sua pele, mas não lembrava sua expressão de alegria.

A viuvez fez com que Martín vivesse apenas para o trabalho, único ambiente onde se sentia estável. Como pai, Martín não conseguiu criar laços com seus filhos, o que resultou em um ambiente denso, onde diversas vezes palavras adquirem formas ofensivas e se tornam mágoas. O trabalho era a sua válvula de escape: lidando com números, ele não precisava lidar com emoções.

No entanto, quando percebe que sua aposentadoria se aproxima, Martín sente a necessidade de registrar seus dias que antecederiam o ócio, deixando a impressão de que buscava algo para lembrar quando viessem as longas tardes sem finalidade de sua declarada velhice. Ele tinha medo da liberdade que o ócio traria, sentia necessidade de buscar alternativas. Mas que alternativa restaria a um homem que se define como ingênuo e imaturo, com os defeitos da juventude e quase nenhuma de suas virtudes? Pela primeira vez Martín se vê desafiado, com a opção de se jogar de vez no comodismo ou usar seu resto de vida e encontrar novamente a felicidade que lhe fugira quando Isabel partiu para a eternidade.

Martín encontra uma alternativa para sua melancolia quando observa Laura Avellaneda, uma nova funcionária em sua equipe no trabalho, que em princípio não inspirava competência alguma, mas que o surpreendeu com sua perspicácia e facilidade em compreender suas funções e objetivos dentro da empresa.

Conforme os dias passam, Martín percebe que algo na jovem Avellaneda o atrai. A dificuldade em identificar aquilo que faz com que ele perca o foco de seu comodismo e se atente a ela faz com que ele chegue inclusive a sonhar com ela e passe assim a buscar maneiras de aproximar-se sem que isso seja confundido com mais um caso de assédio sexual.

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