Resenha Por Uma Linguística Crítica

Designação: a arma secreta, porém incrivelmente poderosa, da mídia em conflitos internacionais, escrito por Kanavillil Rajagopalan, tem seu corpo textual discorrido em três partes além da introdução, nas quais o autor aborda o contexto dos conflitos entre ocidente e oriente, e tomando os mesmos como exemplo, traz uma reflexão acerca do uso dos termos, da designação, como poderosa arma utilizada pelos meios de comunicação no sentido de formar opiniões. Muito mais que uma análise, o artigo é um alerta a todos nós, que estamos sempre sujeitos, de uma forma ou de outra, à poderosa manipulação promovida pela mídia.

Na primeira parte aparece no título uma pergunta: “Nomes, afinal o que há de tão curioso nessas palavras?”, que desencadeia uma análise teórica do estudo dos nomes próprios e suas representações. Mesmo que primeira seção tenha sido compreensível, as ideias poderiam ter sido apresentadas de forma mais sucinta, trazendo de forma mais breve algum exemplo da relação inseparável entre palavra e nome.

A segunda seção chama-se “O discurso jornalístico e a escolha dos termos de designação” e alterna muito bem com a primeira. Neste, o linguista demonstra como o termo “terrorismo” tornou-se, logo nos primeiros discursos, um símbolo do mal. E aponta também como os termos designados pelas matérias jornalísticas são utilizados intencionalmente e o modo no qual isso fabrica algo que conquista a atenção do leitor. Mas nem sempre esses termos trazem boas consequências, no caso do famoso Osama Bin Laden, resultou no reconhecimento mudial, ao ser chamado de “O cabeça dos terroristas” e assim passou a ser odiado, quase que totalitariamente pelo mundo.

Na terceira e última seção, entitulada de “O poder da designação”, Rajagopalan retoma a tese central ressaltando o perigo da utilização de alguns termos e os efeitos que eles causam em leitores ingênuos, que acreditam fielmente no que a mídia imprime sem questionar-se a respeito do que está sendo dito. Afinal a partir do momento que é feita uma narrativa jornalística, tendemos a acreditar no que foi passado, porém esquecemos que os termos podem estar expressando alguma ideologia e, sem querer, estamos nos deixando influenciar por ela apenas por intermédio de um simples nome.

Afirmo que a leitura é absurdamente recomendada às pessoas que têm contato direto com a mídia, pois o artigo provoca a reflexão um pouco mais aprofundada sobre o poder deste meio de difusão de informação e desperta a curiosidade de buscar mais a respeito dos conflitos entre ocidente e oriente.

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