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Resumo do livro de Nelly Novaes. Literatura Infantil

Por:   •  7/5/2019  •  Abstract  •  3.057 Palavras (13 Páginas)  •  353 Visualizações

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COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil. Teoria * Análise * Didática. 3ª ed. São Paulo: Moderna, Julho de 2000. Atualizada: 2010.

    Backcover: Que lugar ocupa a Literatura Infantil, neste limiar de século, num mundo como o nosso, dominado pela imagem e pela velocidade eletrônica? Esta é a interrogação-eixo a que este volume pretendeu responder, tendo no horizonte duas premissas: a crença na energia mágica da palavra ou da experiência literária (que leva o eu a se autodescobrir em relação ao outro e, também, a ver além das aparências do real) e a urgência de pensarmos na nova educação, ou melhor, nos novos caminhos do saber a serem trilhados pelas novas gerações.

    Amplo painel de análises, questionamentos e “sínteses provisórias” acerca do fenômeno literário, este Literatura Infantil inscreve-se na linha de pensamento que, em meio à crescente complexidade e desumanização do mundo atual, busca novas soluções para a reintegração harmoniosa eu-mundo, que se faz urgente.

    Daí começar pelo começo: pela criança, pelo seu imaginário e sua possível descoberta da vida real, através do ouvir, ler, contar ou inventar histórias... como tem acontecido desde as origens do tempo...

Uma questão de Terminologia

    Para facilitar a exposição das ideias, usaremos o rótulo geral Literatura Infantil ou Infantil/Juvenil (LIJ) para indicar tanto os livros infantis (destinados a pré-leitores, leitores iniciantes e leitores-em-processo), como os infanto-juvenis (para os fluentes) e os juvenis (para leitores críticos). Só quando for necessário especificar, lançaremos mão dos demais rótulos citados.

    Todos os que lidam com essa literatura não-adulta conhecem as dificuldades de se encontrar um termo abrangente que não falseie a matéria por ele nomeada. Devido a essa mesma dificuldade, usaremos o termo criança para indicar, na generalidade, o pequeno leitor (o ser em formação ou em processo de aprendizagem da vida e da cultura), para quem tal literatura é criada ou produzida. Obviamente não nos preocupamos aqui com as irredutíveis diferenças que fazem de cada criança um caso especial...

Para todas as crianças, aprendizes e continuadoras da Vida.

    Introdução

    Revisão e atualização são exigências inevitáveis dos livros que se pretendem sintonizados com o contemporâneo, isto é, com as transformações em curso do novo milênio. É o caso desta Literatura Infantil, que começou a ser pensada em fins dos anos 70, em meio à efervescência dos debates (Congressos, Seminários, Simpósios nacionais e internacionais) em torno da literatura destinada às crianças e sua importância como formadora das mentes infantis. Debates que se acirravam, principalmente ao denunciarem a defasagem existente entre as novas propostas (ou leituras de mundo) implícitas na Nova Literatura Infantil, que surgia com o boom dos anos 70, e a literatura preconceituosa ou “menor” que ainda predominava nas escolas, através de manuais e procedimentos didáticos já superados.

    Era um momento de transformações evidentes que atingiam, ao mesmo tempo, o âmbito da criação literária e o da educação e ensino. Foi dentro desse contexto que, circunstancialmente, desviamos nossa atenção da literatura “adulta” (que, desde os anos 60, vinha sendo nossa área oficial de trabalho na USP), para investigarmos a chamada literatura “infantil” (por ser destinada às crianças). Desse “desvio”, surgiu-nos um novo caminho de pesquisa. Em 1979, propusemos a criação da disciplina Literatura Infantil/Juvenil, na área de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. A partir de 1980, a disciplina passou a integrar o elenco dos cursos de Letras em nível de graduação e, a partir de 1990, em nível de pós-graduação.

    Entre 1979 e 1980, escrevemos a primeira versão desta Literatura Infantil (publicada em 1981). Posteriormente, essa primeira versão foi desdobrada em dois volumes independentes: Literatura Infantil e Panorama Histórico da Literatura Infantil/Juvenil, publicados em 1984. Completando esses estudos gerais com uma pesquisa sobre a produção de LIJ no Brasil, publicamos, em 1983, o Dicionário Crítico de Literatura Infantil/Juvenil Brasileira. A seguir, O Conto de Fadas (1987). As sucessivas reedições desses títulos receberam sempre pequenos acréscimos ou cortes, sem que as intenções e estruturas originais fossem alteradas.

    Fiel à nossa linha de trabalho, fundamentamos as pesquisas e análises, de que resultaram as obras acima referidas, em duas ideias básicas:

  1. Literatura é um fenômeno de linguagem plasmado por uma experiência vital/cultural direta ou indiretamente ligada a determinado contexto social e à determinada tradição histórica.
  2. Literatura é arte e, como tal, as relações de aprendizagem e vivência, que se estabelecem entre ela e o indivíduo, são fundamentais para que este alcance sua formação integral (sua consciência do eu + o outro + mundo, em harmonia dinâmica).

    Em relação a essa formação, pode-se afirmar que a literatura é a mais importante das artes, pois sua matéria é a palavra (o pensamento, as ideias, a imaginação), exatamente aquilo que distingue ou define a especificidade do humano. Além disso, sua eficácia como instrumento de formação do ser está diretamente ligada a uma das atividades básicas do indivíduo em sociedade: a leitura.

    A despeito das muitas discordâncias que, hoje, se defrontam no âmbito do Ensino, principalmente quanto aos métodos ou objetivos do ensino/aprendizagem da leitura e escrita, um fator permanece comum a todos: a certeza de que o domínio da leitura pelo indivíduo é um fenômeno que ultrapassa de muito a mera alfabetização. Ou melhor, a alfabetização deixou de ser vista como simples aquisição de habilidade mecânica (que se desenvolve ao nível superficial do texto), para ser entendida como possibilidade de penetração no mundo da cultura atual, em acelerado processo de transformações estruturais.

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