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A Alfabetização De Alunos Com Deficiência Intelectual

Por:   •  9/9/2023  •  Artigo  •  4.543 Palavras (19 Páginas)  •  32 Visualizações

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ALFABETIZAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA PUBLICADA NA BASE DE DADOS SCIELO  ENRE OS PERÍODOS DE 2001 A 2014.

Angel Saucedo SILVERO1

RESUMO: O presente estudo teve como objetivo analisar o conhecimento científico produzido sobre alfabetização de alunos com deficiência intelectual apresentado em artigos de periódicos indexados na base de dados Scientific Electronic Library On-Line (SCIELO), publicados no período de 2001 a 2014. Para o levantamento bibliográfico foram utilizados os seguintes descritores: alfabetização, leitura, escrita, deficiência mental e deficiência intelectual. Selecionou-se 4 relatos de pesquisa que versam sobre a temática investigada. Foi utilizada uma ficha de caracterização constituída por itens tais como, título, nome dos autores, método, resultados e tipo de categoria de enquadramento, sendo elas, (1) Pesquisas que apresentavam generalização e aplicação imediata dos resultados; 2) Pesquisas que apresentam resultados imediatos para um grupo específico de participantes; 3) Pesquisas descritivas com achados inovadores; 4) Pesquisas de intervenção com achados inovadores e 5) Pesquisas descritivas que corroboram outras pesquisas. Para a caracterização dos artigos foi feito resumo dos principais conteúdos deles e realizado o enquadramento desses estudos em cinco categorias. Os dados foram tabulados e analisados quantitativamente e qualitativamente. Os resultados das pesquisas analisadas indicam que as produções científicas que versam sobre a alfabetização de alunos com deficiência intelectual são pouco exploradas, considerando a pouca quantidade de artigos encontrados em uma base de dados eletrônica que integra publicações científicas do Brasil e da América Latina. Contudo, a análise qualitativa dessas produções trouxeram dados importantes, que permitem discutir o tema desta pesquisa não apenas no campo teórico, mas, sobretudo no campo prático.

PALAVRAS-CHAVE: Educação inclusiva. Alfabetização. Deficiente intelectual. Produção científica.

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2 Pedagogo habilitado na área da Deficiência Intelectual pela Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, campus de Marília. Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Instituto de Ensino, Capacitação e Pós- graduação – INDEP, Marília-SP. Discente do Curso de Pós-Graduação lato sensu – Especialização “Formação de professores em Educação Especial: apoio à escola inclusiva”, pela Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, campus de Marília.

1        INTRODUÇÃO

Discussões referentes à inclusão escolar de alunos com deficiência vêm sendo há décadas levantadas para se abordar aspectos como políticos, educacionais e sociais que envolvem sua constituição. A simples inserção de alunos com deficiência em salas de ensino regular, garantida pelo pressuposto legal brasileiro, não significa a efetiva inclusão desses alunos, mas possibilita que com a presença deles em salas de ensino regular sejam realizadas revisões em relação às práticas pedagógicas direcionadas a esses alunos.

Em função disso, debates têm sido realizados para que sejam encontradas alternativas que possibilitem a concretização da inclusão escolar de alunos com deficiência por meio de sua escolarização em salas de ensino regular.

Discursos referentes à inclusão escolar podem ser encontrados em documentos oficiais nacionais e internacionais, em discursos políticos e ações governamentais, bem como em produções científicas da área de Educação Especial (BUENO, 2008).

Com relação aos discursos presentes na legislação educacional brasileira sobre a inclusão escolar de alunos com deficiência, percebe-se que ao longo da história do país ocorreram avanços por serem adotados oficialmente os princípios da Educação Inclusiva cujos ideais são coerentes aos ideais de uma sociedade que busca ser mais democrática. Contudo, tais princípios se tornam um desafio para as escolas brasileiras, visto que exige uma superação do paradigma escolar que anteriormente acolhia somente uma parcela seleta da população, ou seja, somente àqueles que se enquadravam em seu modelo de ensino. Nessas circunstâncias, a escola se eximia de qualquer responsabilidade pelo fracasso escolar de alunos com desempenho escolar inferior a média do alunato, atribuindo a ele a culpa por sua não escolarização.

Com o propósito de superar o modelo de educação que se baseia em práticas segregrativas e homogenizadoras, torna-se fundamental ampliar estudos e aprofundar as discussões acerca desse tema tão complexo que é a inclusão escolar. Tal tema torna-se ainda mais complexo, quando passamos a colocar em pauta para discussão a questão da alfabetização de pessoas com deficiência intelectual, uma vez que o processo histórico de exclusão e segregação que os impediram de ter acesso à educação em instituições escolares de ensino regular foi justificado por sua “incapacidade para a aprendizagem”.

Concordamos com Oliveira ao comentar que

[...] a presença de alunos com deficiência intelectual em ambientes comuns de aprendizagem é uma conquista da escola brasileira e poderá nos permitir

reconhecer a suas possibilidades de compartilhar experiências educacionais significativas, capazes de destacar a dimensão constitutiva da escola para o desenvolvimento humano, por meio da construção de espaços mistos de aprendizagem. O meio escolar precisa se organizar para explorar as esferas da atividade simbólica, num processo dialógico, para possibilitar as transformações do funcionamento intelectual para todos, isto é, para alunos com e sem deficiências (OLIVEIRA, 2010, p.347).

Pensar no processo de ensino e aprendizagem escolar de alunos com deficiência intelectual em outras épocas poderia parecer inconcebível, mas atualmente com a proposta da Educação Inclusiva é compreensiva a necessidade de pensar uma pedagogia corente com tal objetivo, a qual se organiza e se adéqua a realidade da diversidade humana.

Pode-se dizer que do rol de obras teóricas que contribui para revisão do modelo educacional no Brasil, sobretudo no que se refere à escolarização de alunos com deficiência intelectual, encontra-se as obras de Vygostki. Tais obras sugerem significativas reflexões sobre a escolarização de alunos com deficiência. Em uma de suas obras, ele conclui, depois de muitos estudos que, as características negativas, e principalmente as complicações da deficiência não estão no biológico ou na deficiência em sua forma primária, mas é o resultado de um “desenvolvimento social incompleto, de uma negligência pedagógica” (VYGOTSKI, 1997, p. 144).

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