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A Análise Sociológica

Por:   •  22/10/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.174 Palavras (5 Páginas)  •  92 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO - ICED

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO

Disciplina: Sociologia da Educação

Professora: Dra. Edna Marzzitelli Pereira

Turma: Ped. 2019 - Período: 2019.2

FRACASSO ESCOLAR: UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA[1]

ABIGAIL PINTO DO CARMO[2]

RESUMO: Este trabalho pretende analisar os fatores sociais que levam ao fracasso escolar na visão sociológica de Pierre Bourdieu, realizando uma breve trajetória do contexto educacional brasileiro, sobretudo no século XX. Para isto, fez-se necessário a conceituação do que é fracasso escolar, assim como sua origem na sociedade brasileira.

PALAVRAS-CHAVE: Bourdieu, Fracasso escolar.

INTRODUÇÃO

O fracasso escolar é, ainda, bastante frequente na sociedade atual, é um desafio a ser enfrentado pela educação formal. Não é um fenômeno recente na educação, muitas políticas públicas foram criadas em razão desse fato, porém, pouco tem mudado no decorrer da história da educação.  Mesmo com vários estudos e dos esforços na história da educação, faz-se necessário encontrar explicações quanto à causa do não aprendizado. É imprescindível abordá-lo, uma vez que os problemas de aprendizagem persistem e se manifestam de diversas maneiras no cenário educacional brasileiro.

Este trabalho pretende analisar o tema supracitado na perspectiva sociológica de Pierre Bourdieu, buscando entender os motivos que levam ao fracasso escolar e promover uma reflexão do tema proposto. O trabalho inicia-se pela definição de fracasso escolar; após traça-se o contexto histórico dos problemas relacionados à aprendizagem, frutos de um sistema que privilegia uma minoria e tem como consequência o fracasso escolar, em seguida, tomando-se como referência a abordagem sociológica de Bourdieu sobre a função social da escola na sociedade vigente.

  1. Conceito

O fracasso escolar é compreendido como “reprovação ou evasão do aluno durante algum período de seu percurso educacional, que pode estar arrolado a múltiplos aspectos que submergem as várias instâncias da vida dos indivíduos” (MOYSÉS, COLARES, 1997 apud DAMASCENO, COSTA, NEGREIROS, 2016, p. 8), portanto, o fracasso escolar pode estar ligado a diversos fatores da vida escolar, é um fenômeno social.

  1. Breve histórico

Os termos evasão e reprovação estão intrinsecamente ligados ao fracasso escolar e são problemas recorrentes da educação brasileira. Ele está presente desde o princípio do período Brasil República. No entanto, segundo Hidalgo (2014, p. 195) “em meados do século XX que os problemas não só se avolumaram, mas também se alastraram, tornando-se mais evidentes”, isso ocorreu devido aos ideais igualitários de oportunidade igual para todos. Para tentar “modificar” essa situação:

[...] ao longo dos anos 90 foram implementadas diversas políticas de melhoria do fluxo escolar, que conduziram à aceleração de estudos, à organização do ensino em ciclos e a aprovação automática de alunos. Como resultado, dados nacionais mais recentes apontam grande diminuição nas taxas de repetência, que contudo não indicam necessariamente uma efetiva diminuição dos problemas escolares de disciplina e aprendizagem, antes diretamente refletidos no úmero de repetências.” (CARVALHO, 2004, p. 250)

Nota-se que o governo estava mais preocupado com a quantidade do que com a qualidade da educação.

  1. Fracasso escolar na perspectiva de Pierre Bourdieu

Para Bourdieu, a função do sistema de ensino é servir de instrumento de legitimação das desigualdades sociais. Longe de ser libertadora, a escola é conservadora e mantém a dominação dos dominantes sobre as classes populares, sendo representada como um instrumento de reforço das desigualdades e como reprodutora cultural, pois há o acesso desigual à cultura segundo a origem de classe.

[...] “a sociedade produz e a escola reproduz uma oposição entre dois modos diferentes que os indivíduos apresentam de se relacionar com o mundo da cultura”. De um lado, aqueles que fazem parte do modo próprio dominante, cuja relação é do tipo aristocrático, familiar, íntimo da cultura “legítima”, portanto, resultante de uma relação “natural” com o conhecimento escolar. Por outro lado, aqueles que fazem parte da classe social dos dominados, cuja relação com a cultura é do tipo popular, “estranha” ou distanciada do saber escolar. (HIDALGO, 2014, p. 196)

O fracasso escolar, para Bourdieu, é uma dessas reproduções da sociedade na qual o indivíduo está inserido, sendo reflexo da desigualdade sociocultural.

Bourdieu chama a atenção para a necessidade de se identificar a posição do habitus nas relações da sociedade, suas condições concretas de existência e as possibilidades de autonomia ou dependência daí decorrentes, tanto em termos econômicos quanto sociais. É por isso que ele fala de capital social, capital cultural e capital escolar, em vez de utilizar somente o critério do capital econômico (...) para garantir o máximo de sucesso em cada campo (...). Ora, aqueles que serão mais bem-sucedidos serão justamente aqueles que possuírem maior capital cultural e social, que é adquirido, por definição, fora do ambiente escolar (LUGLI, 2007 p. 32- 34 apud HIDALGO, 2014, p.200-201).

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