A BIOÉTICA E EDUCAÇÃO

BIOÉTICA E EDUCAÇÃO

Caio Cesar Monteiro Aguirre

Prof. Jair Ary Guchert

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ciências Biológicas – Licenciatura (Turma BID1219)

Fundamentos de Ciências Biológicas

24/10/07

RESUMO

A inclusão da transversalidade do ensino de ética, está inserida de forma intrínseca na formação da “moral” do aluno, através da transposição de atitudes a serem desenvolvidas não só no ensino de ciências como em todas as demais disciplinas. Desta forma na caracterização de Bioética no ensino de Biologia, se vê a necessidade de antes de mais nada compreendermos a idéia de ética, e principalmente sua origem. “A ciência fez de nós deuses antes mesmo de merecermos ser homens”^[1], dessa forma vemos há necessidade de incluir no ensino de ciências,  a compreensão de que o avanço da biotecnologia é um bem necessário à humanidade, más que deve estar diretamente relacionada aos valores morais e princípios éticos respeitando o ser vivo como ser único,  e não como matéria-prima.

Palavras-Chaves: Bioética, Educação e Ciências;

1. INTRODUÇÃO

        “Max Weber, no início do século XX, já ensinava que responsabilidade moral consiste em querer e poder responder pelas conseqüências das decisões que se toma”^[2]. Por esta relação podemos determinar uma série de direitos de intervenção sobre o organismo vivo de uma forma em geral, ainda considerando o meio ambiente, porém de acordo com o formato de prudência aristotélica, onde nos permite uma infinidade de tomadas de decisões que, contudo não encontram amparo ético.

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        O que é importante lembrar sobre a questão de bioética é que antes de mais nada precisamos desvendar os segredos do que é ético ou não. Os gregos antigos valorizavam o natural como bom e o antinatural como mau. Esse raciocínio reconhecia a finalidade intrínseca do certo ou errado, e esta definição determinava o conjunto de valores morais que regiam uma sociedade.

        Ainda assim, encontramos outro mecanismo de discussão altamente necessária quando retratamos o termo bioética, com o advento da descoberta da estrutura do DNA por Watson e Crick, tivemos uma nova Revolução Tecnológica, Revolução esta que consegue modificar a estrutura de desenvolvimento de vegetais, que consegue produzir bebês de proveta, que mudaram as concepções sobre transplante de órgãos, e podem criar clones.

        A Revolução Biotecnológica, se moderniza rapidamente, e exige com a mesma rapidez que o ser humano consiga se adequar e se adequando desenvolva regras para controlar tudo o que esta sendo criado.

2.BIOÉTICA E EDUCAÇÃO

        No filme Frankenstein de Mary Shelly, percebemos uma discussão obtida em meados do século XVIII, onde há a proposta de que o avanço científico estaria associado a junção da química, física e biologia como propunha Paracelso, Cornélio de Agripa entre outros. O conhecimento deveria ocorrer além da realidade física,  da realidade filosófica. A idéia proposta para uma pesquisa era que a melhor maneira de lubridiar a morte, era criar a vida. Tudo valeria a pena pela possibilidade de derrotar a morte e a doença, e permitir que todos tenham uma vida saudável. Todos os que se amam pudessem ficar juntos para sempre. Assim, partindo do principio de que o fim justifica os meios, não importava o material de trabalho (corpos humanos), isto era apenas matéria-prima.

        Dentro do filme um importante aspecto bioético é levado em consideração, o organismo humano como matéria-prima, e não organismo. Não havia ponderação sobre a responsabilidade dos atos. A bioética já era discutida durante a idade média, reforçada no iluminismo, e esquecida nas primeiras décadas do século XX – Holocausto, más felizmente volta com toda força de atuação com a revolução biotecnológica.         

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        Desde o início da Revolução Biotecnológica, o mundo deixou de se preocupar com o presente e passou a se preocupar com o futuro, neste paradigma, temos o avanço científico associado aos elementos éticos que determinam seus limites de ações, e moraliza sua atuação. Esta correlação ética e ciência cria a idéia de um futuro sendo desenvolvido buscando uma melhoria na qualidade de vida, com a finalidade de atingir uma maior felicidade humana.

        O educador moderno deve estar atento aos avanços biotecnológicos, e ao nos referirmos este assunto, não referimos biologia exclusivamente as atividades genéticas e médicas, mas também ao exercício da antiga biologia, o estudo do ser vivo e do meio ambiente.

        De acordo com os PCN's, a escola deve ser o lugar onde o estudante desenvolve o diálogo, e com ele, os valores morais  que devem ser refletidos e pensados, desta forma o aluno poderá compreender as atitudes éticas associadas ao ensino de biologia, não só em relação ao organismo humano, más ao ecossistema de que faz parte, e se vendo como agente de intervenção moral, poderá também se ver como agente modificador do meio. O que esperamos é que tal atitude, respeite o ambiente para que o estudante, agora criador, não sofra as reações do meio modificado, visto como criatura. No acúmulo de sabedoria, acumula-se a tristeza, e quem aumenta a ciência aumenta a dor. Deus fará prestar contas de tudo que esta no oculto, todo ato, seja ele bom ou mal.

        Há anos temos estudado genética em nossas escolas com o estudo de drosóphilas e o retrocruzamento de de suas espécies. Precisamos lembrar que desde que tal estudo iniciou-se nas escolas secundárias, devemos lembrar nossos alunos que os organismos modificado geneticamente, como as nossas drosóphilas, devem ser “descartadas” em óleo. Este parecer representa um ensaio bioético, de não permitir que organismos criados pelo homem possam ser livremente misturados ao meio, criando uma modificação de raças.

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