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A CRIANÇA SURDA E SEU DESENVOLVIMENTO ESCOLAR

Por:   •  16/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  4.270 Palavras (18 Páginas)  •  791 Visualizações

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ

A CRIANÇA SURDA E SEU DESENVOLVIMENTO ESCOLAR

CURITIBA/PR

2016

FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ

LUZIANE SCIPIONI

A CRIANÇA SURDA E SEU DESENVOLVIMENTO ESCOLAR

Trabalho entregue         à         Faculdade de Educação São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de Educação Especial – com Ênfase na Deficiência Múltipla conforme Norma Regimental Interna e Art.47, Inciso 2, da LDB 9394/96.

Orientador(a):

CURITIBA/PR

2016

RESUMO

Encontrar sustentação teórica para descoberta e estudos sobre o que leva o surdo a ter comportamentos diferenciados, as possíveis interferências e como auxiliá-los juntamente com os professores que se encontram envolvidos a desenvolver uma didática que os ajudem a conviver em sociedade foi o objeto de estudo deste TCC. Pautado numa metodologia bibliográfica, buscou-se referenciais teóricos, fundamentação para uma interação entre a linguagem sinais (LIBRAS) e a nossa língua mãe, colocando com isso a nossa gramática como um referencial para que o surdo tenha uma melhor compreensão de nossa língua mãe. Antes de iniciar a pesquisa alguns questionamentos estão em evidência: Devido ao fato de alguns professores acharem que o surdo não possui condições de aprendizagem, o mesmo, é excluído em sala de aula? Ocorre dificuldade de incluir essa criança no convívio familiar, escolar, social e até mesmo econômico? O comportamento do surdo prejudica o desenvolvimento ocasionando comportamentos não aceitáveis dentro das normas estabelecidas pelo sujeito dito “normal”? O objetivo desse estudo é proporcionar a postura de leitor nos alunos surdos, criando assim uma maior interatividade entre surdos e sociedade, através de perguntas os professores devem incentivar os alunos a produzirem pequenos relatos, os quais são escritos pelos professores, em português na lousa. Os professores fazem o papel de escriba, escrevendo os relatos que as crianças apresentam em língua de sinais, levando assim, a uma interação entre a língua de sinais e a língua portuguesa.

Palavras-chave: Surdos; Aprendizagem significativa; Inclusão.


  1. INTRODUÇÃO

O atendimento às crianças surdas tem sido um desafio para as escolas de ensino regular.

Infelizmente a sociedade ainda hoje, exclui os surdos, não valorizam suas potencialidades, os tratam como incapazes de aprender, pois associam a surdez com deficiência mental devido a demora que essas crianças tem no aprendizado da linguagem e no desenvolvimento cognitivo.

Este trabalho propõe um estudo sobre essa problemática da aquisição da linguagem e sobre a interação entre a linguagem e a língua de sinais (LIBRAS) e como a criança surda desenvolve sua aprendizagem.

O objetivo é saber como ocorre à aquisição da linguagem e a comunicação da criança surda, sua interação com os outros e com o meio onde está inserida.

Este estudo é relevante a partir dos desafios que a criança surda encontra para se desenvolver. É preocupante saber que não temos profissionais capacitados para atender a demanda de crianças surdas que necessitam de um atendimento especial, porém, os poucos profissionais que tem são comprometidos com seu trabalho e focam suas prioridades na troca de experiências e interação das crianças  surdas com as ouvintes.

Se a criança diagnosticada surda tem acesso à língua de sinais desde cedo, com certeza, seu desenvolvimento cognitivo, emocional e educacional será bem mais rápido e efetivo.

Será uma pesquisa de cunho bibliográfico fundamentada em autores especialistas no assunto, com o objetivo de tornar esse estudo em uma reflexão sobre as dificuldades que as crianças surdas e professores enfrentam no processo de ensino aprendizagem e na socialização destas com os demais dentro e fora da escola.

  1. BREVE RELATO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

        

Atualmente, o tratamento dados aos indivíduos tem sido motivo de grande preocupação, principalmente ao futuro de pessoas com limitações impostas pelas deficiências de que são portadoras agravadas pelos estereótipos que, socialmente, se criaram a seu respeito.

No que se refere à aprendizagem, a principal função docente, nem sempre tem sido a prioritária da prática pedagógica, pois alguns professores, além de se sentirem desqualificados, estão mais preocupados com as metodologias de ensino. Não sem razão, solicitam “receitas prontas” para transmitir os conteúdos curriculares, bem como e, principalmente, para manter seus alunos ocupados e quietos.

Observa-se no cotidiano de nossas escolas que na maioria das salas de aula o objetivo geral estabelecido pelo Plano Nacional de Educação: “satisfazer as necessidades básicas de aprendizagens das crianças, jovens e adultos garantindo oportunidades a todos” (BRASIL, 1998, p.37), tem se transformado em discurso vazio, lamentavelmente.

De pouco adianta em documentos oficiais, mencionar as necessidades básicas de aprendizagens das crianças, jovens e adultos se, em vez de se perceber como profissional da aprendizagem e especialista no aprendiz o professor se mantiver como profissional do ensino.

Com esta atitude, os alunos que apresentam dificuldades para aprender, com métodos tradicionais de ensino, são percebidos como deficientes incapazes e impedidos. Criam-se, nos professores, representações sociais estereotipadas e preconceituosas, acerca das dificuldades de aprendizagem de tais alunos. Na suposição de que poderiam ser ajudados, costumam ser encaminhados para a Educação Especial, entendida como subsistema à parte, dissociado do processo educativo escolar, dito norma.

Ainda, segundo a autora Carvalho (2000, p.47):

No imaginário coletivo, há uma relação clara e biunívoca de que o aluno normal vai para a educação comum ou regula, ficando a educação especial (incomum, irregular) para os outros alunos, considerado deficiente.(CARVALHO, 2000,p.47).

                Há que se revisar o conceito de Educação Especial, tendo em vista as várias reflexões que são feitas e que atualmente têm alimentado discussões a seu respeito. Posições divergentes são encontradas entre os pensadores quanto ao futuro das classes e escolas especiais. No entanto, há um ponto consensual referente à não segregação, como os primeiros patamares das propostas inclusivas, integradoras de alunos no ensino dito normal.

Como também há um consenso de que, sob a égide de uma escola para todos, há que rediscutir a finalidade, objetivos e estratégias da educação especial, para garantir no destino de seu alunado, a inclusão na aprendizagem.

Nas novas tendências de educação, em geral, entende-se que a educação para todos é também, a educação para cada um. Para tanto, se faz necessário ressignificar as diferenças individuais, considerando-as em termos das necessidades básicas para a aprendizagem.

Entende-se hoje, que há um contínuo de necessidades educacionais especiais que vão desde as mais elementares e transitórias, até aquelas mais complexas de caráter permanente. Independente da trilogia das necessidades e das diferenças individuais nas quais se alicerçam, cabe à escola examinar as barreiras de aprendizagem para eliminá-las, favorecendo a aprendizagem dos alunos.

A Educação Especial precisa ser moldada e baseada em respeito e ética, renovando o processo da aprendizagem para que, diante de todos os desafios, as crianças surdas possam adaptar-se ao ambiente onde está inserida e ao contexto educacional atual.

É dentro dessa ótica que a Educação Especial deve ser analisada, caso contrário estaremos contribuindo muito mais para a manutenção do processo de segregação do aluno diferente, do que para a democratização do Ensino, cujo caminho não pode se pautar na divisão abstrata entre os que, em si, têm condições de frequentar a escola regular e os que, por características intrínsecas, devem ser encaminhados a processos especiais de ensino. (BUENO, 1993, p.81).

Ou seja, neste sentido, a inserção do aluno surdo dentro do contexto escolar se torna fundamental para seu desenvolvimento em todos os sentidos, tornando-o capaz de exercer seu papel de indivíduo consciente, participativo e transformador de sua realidade com acesso à uma vida digna preparando-o para enfrentar as dificuldades cotidianas e qualificando-o para o estudo, trabalho e para a vida sem sociedade.

A filosofia da inclusão deixa claro que não devemos realizar uma leitura individual dos problemas e processos, mostrando que o problema não está nos sujeitos e sim na maneira como o sujeito e a sua deficiência é concebido no seu ambiente social. (MRECH, 1999, p.22)

A inclusão é uma condição desejada por todos os deficientes, é a conquista de um espaço dentro da sociedade que os torne membros efetivos e integrados socialmente.

  1. Educação dos Surdos

As pessoas com surdez enfrentam inúmeros entraves para participar da educação escolar, decorrentes da perda da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das escolas. Muitos alunos surdos podem ser prejudicados pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio – afetivo linguístico e político – cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem (DAMÁZIO, 2007, p.13).

                Os vários argumentos e as acirradas disputas entre especialistas e professores que apoiam abordagens oralistas ou o uso da língua de sinais como modalidade preferencial para o desenvolvimento linguístico e cognitivo do aluno surdo existem desde a antiguidade. É possível deduzir, pelos atuais dados epistemológicos e pelas distintas causas da surdez, que esta condição esteve presente na sociedade humana desde sempre. As causas genéticas, aquelas relacionadas com traumatismos e infecções não tratadas do aparelho auditivo confirmam este raciocínio.

                Segundo a professora Couto (1985, p.11):

A surdez é a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons. Existem muitas crianças que podem ter nascido com deficiência ou ter perdido a audição após o nascimento. Dependendo do grau a criança poderá adquirir uma linguagem com apenas alguns defeitos, uma comunicação muito limitada, podendo ainda não chegar naturalmente a oralização se a perda for mais grave.” (COUTO, 1985, p.11).

Tanto a criança ouvinte como a criança surda precisa de um tempo para a aquisição efetiva da linguagem, porém, a ouvinte utiliza a linguagem oral-auditiva e a surda, visual-espacial e a língua de sinais.

O desenvolvimento cognitivo, a aquisição da linguagem e o aprendizado propriamente dito são princípios básicos para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança surda.

O desenvolvimento da criança surda deve ser compreendido como processo social, e suas experiências de linguagem concebidas como instâncias de significação e de mediação nas suas relações com a cultura, nas interações com o outro. (GÓES, 2002, p.37).

        A criança surda desenvolve melhor através da interação com o outro e com o mundo. Seu psicológico, seu cognitivo e seu social refletem seu contentamento e/ou seu descontentamento, suas experiências e seu envolvimento no contexto escolar, e tudo isso, só é possível através da interação da criança surda com o meio.

O ato de comunicar-se é troca, é interação e pode tornar-se um jogo interessante, se respeitadas às diferenças. Os alunos surdos possuem linguagem interna muito rica, possuem graus variados de informações que o saber formal tem potencial para expandir, e o reconhecimento desta potencialidade é fundamental para a escolaridade. (NIENDICKER; ZYCH, 2008, p.5).

A criança surda possui habilidades e potencialidades que a torna capaz de aprender como uma criança ouvinte, porém, utiliza a língua de sinais para se comunicar. Por isso, é muito importante que a criança diagnosticada surda aprenda a língua de sinais desde pequena, pois, quando ela estiver na escola poderá se comunicar mais facilmente, desde que na escola possua um professor intérprete para auxiliar essa criança a interagir.

Por meio da audição a criança que não apresenta nenhuma deficiência auditiva aprende naturalmente o modelo de sua língua. Porém, à criança com surdez, adquire sua linguagem ao relacionar a experiência que está vivendo com a verbalização e/ou sinais que ela observa em outra pessoa (colegas, pais, professores, etc.), bem como ao relacionar o que está sendo falado pelo outro com suas próprias experiências e também ao comunicar seus pensamentos e experiências de forma oral, escrita ou com sinais. (HONORA, FRIZANCO, 2009, p.20).

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  1.  Aquisição da leitura e da escrita por crianças surdas.

        

O maior desafio da inclusão de um aluno surdo é a comunicação. Muitos professores não são preparados para atender às necessidades desse aluno e por isso, acabam por excluí-lo e não incluí-lo no contexto escolar. É uma barreira que precisa ser vencida.

                Monteiro (1997, p.8) ao referir-se à linguagem diz o seguinte:

...A linguagem é um instrumento de comunicação e está ligada ao pensamento. Só haverá comunicação quando a linguagem é compreendida e tiver significado. O meio social vai influenciar muito na linguagem e está presente em todas as atividades, porque é significativa, quando comunica, quando a pessoa percebe e compreende o que foi dito. Então há necessidade de um ensino sistemático, o aprendiz deve estar preparado para ver, ouvir, falar e ler. (MONTEIRO, 1997, p.8).

Com as transformações da sociedade, faz-se necessário uma comunicação mais intensa, oral ou escrita, para possibilitar o nosso ajustamento. Compete, pois, à escola desenvolver um bom programa de linguagem, que ajude no desenvolvimento dos indivíduos. Esse programa deve considerar as tendências e atender às necessidades do meio social. Hoje, a escola precisa enfatizar cada vez mais o ensino de linguagem, porque esta facilita o entendimento entre os povos e a adaptação do indivíduo às exigências do mundo moderno.

A linguagem não é apenas um meio de expressar o pensamento, ela é condição essencial à organização de nossa vida mental; a compreensão do mundo exterior e interior resume-se em uma construção e representação deste mundo, dentro do nosso espírito, através de um trabalho mental que depende da linguagem.

A língua, como qualquer instrumento, não tem finalidade em si mesma, mas existe para ser usada pelo homem; usando-a o homem torna a linguagem de fato correta. A esta uso da língua, que funciona dependendo da vontade e da inteligência do homem, dá-se o nome de fala. É fundamental que sendo a linguagem elemento de elevada importância na vida da humanidade, a escola deve dar-lhe um lugar de destaque nos programas de vários níveis, pois ela é elemento integrado de todo o trabalho educativo. Ela está intimamente ligada aos vários aspectos do desenvolvimento humano.

A linguagem, portanto, é o processo de transformar as idéias em palavras; a linguagem é o corpo e o pensamento é a alma. De início, os exercícios devem ser curtos e simples e devem ser precedidos de preparo oral. A criança quando aprende a falar não imita apenas a vocalização e os padrões de vida do meio, mas aos poucos, aprende o verdadeiro sentido das palavras.

A escola deve ter uma linguagem significativa utilizando-se de textos significativos, desde os orais, que cada aluno produz quando chega à escola e que revela as suas histórias de vida, usando inclusive a sua variedade lingüística, até os textos escritos e bem elaborados.

Do aluno considerado “normal ou deficiente” espera-se que, já alfabetizado, domine a linguagem falada e escrita, produza textos, compreenda textos orais e escritos. A alfabetização, do ponto de vista da sua dimensão social e histórica da linguagem, resultará na formação de um homem consciente, crítico e atuante.

Segundo Monteiro (1997, p.69): “A linguagem escrita é a capacidade que tem o ser humano de se expressar por meio de palavras utilizando símbolos gráficos.”

Já Cagliari (1989, p. 6) apresenta a seguinte definição:

A linguagem escrita é a capacidade de entender a escrita como uma representação desta em transformação, portanto uma atividade cultural complexa é fundamental para que o ensino deixe de se fixar em seus aspectos motores e se transfira para compreensão de seu valor e uso social. (CAGLIARI, 1989, p. 6).

Na expressão escrita do pensamento, duas condições se impõem como preliminares: a perfeita compreensão do assunto e a propriedade da linguagem escrita. Quanto mais nítida na mente estiver as idéias e quanto mais justos forem os termos que as traduzem, mais clara será a expressão.

O trabalho escrito deve ser sempre procedido de um preparo oral para que a criança adquira o conhecimento do que vai ser escrito e a capacidade de exprimí-lo com clareza.

A linguagem escrita é fundamental na aprendizagem e na comunicação, como fator preponderante na integração social do aluno. A linguagem é o elemento principal no crescimento da humanidade e cada vez mais ela se torna indispensável na comunicação com o mundo atual.

A linguagem escrita é tão importante que podemos afirmar que sem ela não haveria perpetuação da cultura dos povos, além disso, podemos observar que muitos problemas emocionais interferem na linguagem, daí a importância de um ambiente tranqüilo e agradável, onde as crianças se sintam à vontade e possam desenvolver plenamente suas atividades de linguagem escrita com eficiência, sejam alunos considerados normais ou com alguma deficiência.

  1.  A Língua de Sinais

(...) potencialidades como direito à aquisição e desenvolvimento da língua de sinais como primeira língua; potencialidade de identificação das crianças surdas com seus pares e com os adultos surdos; potencialidades de desenvolvimento de estruturas e funções cognitivas visuais; potencialidades para uma vida comunitária e de desenvolvimento de processos culturais específicos(...) (SKLIAR, 1998, p.26).

O aluno surdo independente de suas limitações possui potencialidades e habilidades que o torna um indivíduo capaz de modificar sua realidade através do estudo, da troca de experiências e do esforço para realizar atividades básicas do dia a dia, ou até mesmo complexas como dirigir, lecionar, trabalhar em empresas, etc.

A surdez compromete todo o processo de ensino aprendizagem, pois, o aluno surdo, o ouvinte e o professor não conseguem efetivar a aprendizagem quando não estão totalmente integrados no contexto. O professor precisa ter um conhecimento da língua de sinais para poder auxiliar o aluno surdo, este precisa, também, saber a língua de sinais para se comunicar com o professor e os alunos ouvintes precisam compreender que, se não há professor intérprete para o aluno surdo, o professor regente da classe precisa dispor de um tempo maior para ensinar esse aluno. Portanto, todos os envolvidos nesse processo de inclusão precisam estar comprometidos com suas responsabilidades e com sua participação nesse processo.

Deve-se levar em conta que o aluno realmente portador de deficiência auditiva apresenta uma lentidão em seu desenvolvimento, não podendo atingir, em um regime seriado, com limites de tempo, os conteúdos que lhe forem propostos na mesma ocasião em que as demais crianças.

A integração dos portadores dessa deficiência na escola regular não é fácil, principalmente para os educandos surdos, que  apesar da grande contingência de portadores de deficiência existente, os surdos são desvalorizados em decorrência da supervalorização das habilidades intelectuais pela sociedade.

À medida que os surdos estão se integrando gradativamente à vida comunitária, ainda persistem preconceitos em relação a eles. Vivem muito isolados em suas casas ou até mesmos nas próprias instituições, suas necessidades e interesses não são supridos como deveriam ser.

Quando a criança é bem estimulada nos primeiros anos de vida e freqüenta, depois, uma escola que lhe dê oportunidades de realizar trocas significativas, que lhe proporcione oportunidades de aprendizagem por meio de atividades que estimulem capacidades,

Desvios nas funções do sistema nervoso central, tais como danos especiais do cérebro, fatores hereditários, atraso no amadurecimento, disfunções químicas ou falta de dominância cerebral. Esses eventos provocam seqüelas que determinariam atrasos no desenvolvimento motor, perceptivo e cognitivo que, por sua vez irão trazer como decorrência dificuldades na aprendizagem escolar, uma vez que um certo grau de integridade e estabilidade psicoafetiva é necessária para que se possa realizar uma adequada aprendizagem. Os transtornos emocionais podem ser de diversos níveis, compreendendo desde o distúrbio de conduta até as neuroses mais graves, que podem comprometer significativamente o desenvolvimento da aprendizagem de muitos alunos. (SOUZA, 1984, p.78).

A surdez interfere diretamente nas aquisições lingüísticas e, conforme a gravidade pode chegar a impedir que a criança adquira a linguagem pelos processos naturais, por isso, torna-se necessário um trabalho pedagógico especializado que leve a criança ao desenvolvimento da linguagem oral.

Pode-se dizer que a linguagem é o material lingüístico ou o meio que uma pessoa utiliza para comunicar-se, ou seja, um conjunto ordenado de palavras, sinais, signos que transmitem algum significado. O modo de ordenar é o resultado de um sistema convencionado de uma determinada língua, portanto, a criança surda pode desenvolver uma língua oral/escrita e/ou de sinais dependendo da estimulação que receber nos primórdios de sua educação.

Portanto deve-se calcar permanentemente na atualização dos profissionais que trabalham com surdos, para que os mesmos possam passar uma maior interatividade entre aluno e professor.

Cada professor faz uso de estratégias adequadas ao interesse e nível de desenvolvimento dos alunos, no entanto, o que é comum a todas é que não se trabalha co9m vocábulos ou frases descontextualizadas e nem se pede para os alunos copiarem, incentiva-se o registro no papel e assim observa-se o desenvolvimento literário do aluno. Moldando o aluno a sociabilidade, a interagir com outros, não deficientes, o que leva o aluno a ter um bilingüismo, ou seja, as duas formas de comunicação, podendo assim comunicar-se com perfeição tanto oralmente com seus pares como literalmente com toda a sociedade em si. (CAMPOS, 1987, p.79).

O processo de alfabetização se identifica com a própria comunicação. Portanto, a alfabetização deve ser buscada na vivência do aluno na prática social. É nessa situação que a palavra ganha significado. Ler e escrever só se tornam instrumentos pelos quais o sujeito é capaz de ter autonomia de ação e pensamento, quando não significa apenas codificar e decodificar signos.

        De nada adiantará um número de informações e proposições sem que os alunos deficientes estejam implicados no processo. O surdo é um ser humano que merece respeito, atenção e qualidade de ensino para superar suas dificuldades, interagindo-se da melhor forma possível na sociedade em que vive.

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