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A Educação Infantil

Por:   •  13/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.367 Palavras (10 Páginas)  •  196 Visualizações

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Caros alunos,

Este gabarito comentado tem a intenção de explicar os conceitos principais apresentados nas questões. Mais do que apresentar a resposta certa, objetivamos apontar o que deve ser estudado em cada texto/aula, as noções importantes para a compreensão do tema, os conceitos que servem como ‘chave de compreensão’ das temáticas que envolvem a educação infantil. Dessa forma, em cada questão destacamos a temática do enunciado e fazemos uma breve abordagem do conceito principal.

Questão 1: Sabemos que as atuais propostas para a educação pautam-se na idéia de ruptura com o paradigma clássico que, desde o tempo da modernidade, vem norteando ideias e práticas educativas. Os textos “Novos paradigmas e espaços educativos” e “Ações educativas na sociedade contemporânea” (Aula 2 módulo 1 CEDERJ) apresentados na disciplina Educação Infantil 1 apontam algumas propostas de mudanças para a educação. Descreva, em linhas gerais, as principais críticas feitas ao paradigma da modernidade e as perspectivas de mudanças e/ou rupturas no contexto educativo.  

Comentário:  Paradigma é uma visão de mundo  que está pautada nas realizações científicas universalmente reconhecidas. Ele é que nos fornece ‘pistas’ para compreendermos uma dada realidade. O paradigma clássico é fruto da Modernidade. Modernidade não significa atualidade, tempos modernos, mas se refere à Idade Moderna, aproximadamente século XVII (embora alguns considerem seu início no século XV), consolidada com a Revolução Industrial. Diferentes autores se referem aos dias de hoje como Pós-Modernidade ou contemporaneidade, ou ainda Segunda Modernidade, como diz Sarmento (autor muito citado na disciplina de Educação Infantil 1). Temos o hábito de nos referirmos à modernidade como tempos atuais, mas no meio acadêmico-científico há o consenso de que o termo Modernidade se refere a esta época histórica da Idade Moderna.

Bem, nesse período histórico, a Modernidade, o pensamento dominante era fruto do conhecimento científico da época (paradigma). Esse modo de pensar era baseado nas verdades absolutas, nas comprovações, na certeza, na racionalidade posta nas descobertas científicas. Essa ideia de controle, de aferição e de medição influenciou as instituições educativas da época que tinham como meta controlar a vida escolar impondo ordem, disciplina, fragmentando o saber e considerando os conhecimentos nela veiculados como verdades absolutas. Os métodos de ensino refletiam a incorporação desse paradigma da Modernidade no ideário das instituições escolares. Paulo Freire considera este método de ensino como “educação bancária”, ou seja, o conhecimento era ‘depositado no aluno’ sem que ele o questionasse.  Essas são as críticas feitas ao modelo de ensino-aprendizagem da era da Modernidade.

As descobertas científicas no campo da física e da química, mais especificamente, abalaram esse paradigma das certezas. Einsten supera a ideia de tempo absoluto com sua ‘teoria da relatividade’ (procure ler sobre isso em livros, na internet, em revistas; veja também em programas de televisão), Heisenberg e Bohr superam a ideia de objetividade demonstrando que o pesquisador altera o objeto investigado, logo toda verdade é provisória, depende de tudo que diz respeito ao contexto em que a experiência acontece. Ilya Prigogine, químico russo, com a ‘teoria das estruturas dissipativas’ apontou que a instabilidade, a desordem, a imprevisibilidade são fatores que devem ser considerados em todo conhecimento. (ver texto da aula 3 da página 1 a 6 e aula 2 do módulo 1 de Educação Infantil 1, páginas 23 e 24. Neles há informações que possibilitam uma melhor compreensão do paradigma clássico).  

Essas ideias nos permitem estabelecer novos paralelos para pensar sobre o comportamento humano.  Elas podem mudar nossa visão de mundo, nosso paradigma. No entanto, percebemos que muitas instituições de ensino ainda se prendem ao modelo da Modernidade, negando formas de conhecimento que não se pautem no modelo clássico, na racionalidade. Os espaços e tempos escolares ainda se estruturam em uma perspectiva disciplinar, ordenada, segregada e progressiva. Daí a necessidade de se romper com esta lógica, visto que são essas as perspectivas de mudança, pois o conhecimento não se constrói apenas linearmente, os saberes devem ser interligados, tecidos juntos. Não se concebe mais a distinção corpo/mente, homem/natureza, objetividade/subjetividade. Não se trata de par de opostos, mas de dimensões que se fundem no processo educativo. O sujeito é parte do processo, ele contribui na construção do conhecimento a partir de sua história, sua cultura, seu contexto vivido. Logo a escola deve considerar a cultura do grupo, os saberes que eles adquiriram na e com a vida. A emoção, a fantasia, a criação devem fazer parte do processo educativo que não deve mais ser ‘bancário’. Há necessidade de relações dialógicas, da ligação de saberes e de se ter o aluno como partícipe nesse processo. (ver da página 6 em diante do texto da aula 3 e da página 25 a 31 da aula 2 do módulo 1 de Educação Infantil 1. Essa leitura ampliará a discussão do tema da questão). A ordem e a desordem, a norma e a vida, a objetividade e a subjetividade, a razão e a emoção devem se consideradas nos saberes e práticas que perpassam a escola.  Precisamos compreender que não existem verdades absolutas, que estamos em constante reformulação (de nós e de nosso fazer no contexto educacional). A escola deve deixar de ser a detentora da verdade, visto que o conhecimento da criança é construído em diferentes contextos, sendo ela produto e produtora de culturas, de saberes.

Questão 2: O tema central das aulas de Educação Infantil recai sobre a concepção de infância na atualidade. A partir das leituras feitas, explicite seu entendimento quanto ao seguinte questionamento: “Ser criança significa ter infância?”

Comentário:  A aula 3 do módulo 1 de Educação Infantil 1, da página 37 a 40, faz uma abordagem desses conceitos, principalmente com base nas ideias de Manuel Jacinto Sarmento, educador de Portugal que na atualidade vem contribuindo para a elucidação do entendimento sobre  infância, enquanto categoria de análise no contexto social da  contemporaneidade. Criança nos remete a ideia de ser humano, de fase do homem que, cronologicamente, se refere aos primeiros aos de vida.  Logo, todos nós fomos crianças, seres físicos com características dessa idade. Já infância se refere ao modo como vivemos socialmente a nossa fase de criança. Por isso ela é singular, pois cada um vive a sua maneira, em um dado contexto, em um local, sob esta ou aquela cultura. Nesse sentido é que Sarmento e outros autores se referem à infância no plural - infâncias. Para se responder se ser criança significa ter infância é preciso que se compreenda quais os conceitos e noções que são atribuídos a essas palavras por grande números de autores que abordam a educação infantil. Ter infância significa socialização (não adaptação ao meio), partilha e criação de cultura, apropriação e reinvenção de saberes, expressão de múltiplas de linguagens. Mas será que isso é garantido a todas as crianças? Se não, ser criança não significa necessariamente ter infância (ver página 38 da aula 3 do módulo 1 de Educação Infantil 1), visto que a infância compreende esses múltiplos aspectos. A infância varia de uma cultura para outra, é dependente de um contexto social, logo as infâncias são muitas e singularmente vividas por cada criança (ser humano de pouca idade). Você já deve ter escutado a seguinte frase: “Minha infância foi roubada!“. O que você pensa sobre isso?

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