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A INSERÇÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL NA REDE REGULAR DE ENSINO

Por:   •  5/2/2019  •  Ensaio  •  2.117 Palavras (9 Páginas)  •  236 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Um dos grandes desafios da educação nos dias atuais é conseguir que todos os alunos tenham acesso à educação básica de qualidade, respeitando principalmente as necessidades individuais. Garantir esta educação para todos implica respeitar o estilo de aprendizagem de cada criança. O processo de inclusão de crianças com necessidades especiais em escolas regulares é um avanço para as pessoas com deficiência, e em contrapartida, um enorme desafio para as escolas e pelo poder público.

Este trabalho se pauta em relatar a vivência de uma criança com deficiência visual inserida na escola regular de ensino. O aluno com deficiência visual possui uma forma de aprendizagem diferente, uma vez que seu conteúdo não é visual. Sendo assim, torna-se fundamental um conhecimento mais aprofundado pelo professor, a respeito das especificidades sobre o processo de ensino-aprendizagem desse aluno, sempre apoiado em materiais e metodologias específicas para atender as necessidades do aluno.

A escola está situada na região de Venda Nova em Belo Horizonte, fazendo divisa com a cidade de Ribeirão das Neves. A escola funciona nos turnos da manhã atendendo alunos do 5º ao 9º ano e da tarde para os alunos do 1º ao 4º ano, totalizando aproximadamente 1.400 alunos. A escola participa do programa Escola Integrada onde mais da metade dos alunos da escola frequentam este programa. É possível verificar que a maioria dos alunos vem de famílias com baixo poder aquisitivo.

O sujeito de analise deste trabalho é uma criança do sexo feminino que possui deficiência visual e frequenta uma escola municipal de ensino, cursando o 2º ano/9. Ela é uma criança muito ativa, sempre participa das aulas e gosta de interagir com todos. É o primeiro ano dela nesta escola e percebe-se que todos as partes envolvidos neste processo educacional estão confusos e com pouca informação de como agir diante da deficiência.

O Brasil possui uma legislação específica, com o objetivo de facilitar a inserção das pessoas com deficiência visual na sociedade. Entende-se por deficiência visual, uma impossibilidade total ou parcial da capacidade visual. A portaria nº 3.128/2008, em seu Art. 1º define quem pode ser classificado com deficiência visual:

1º Considera-se pessoa com deficiência visual aquela que apresenta baixa visão ou cegueira.

2º Considera-se baixa visão ou visão subnormal, quando o valor da acuidade visual corrigida no melhor olho é menor do que 0,3 e maior ou igual a 0,05 ou seu campo visual é menor do que 20º no melhor olho, com a melhor correção óptica (categorias 1 e 2 de graus de comprometimento visual do CID 10) e considera-se cegueira quando estes valores encontram-se abaixo de 0,05 ou o campo visual menor do que 10º (categorias 3,4 e 5 do CID 10). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).

Sendo assim, a deficiência visual inclui dois grupos de condições distintas: cegueira e baixa visão. A cegueira é uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade visual. A baixa visão é a alteração da capacidade funcional da visão, decorrente de inúmeros fatores isolados ou associados, que interferem ou que limitam o desempenho visual do indivíduo.

A escola infelizmente não possui a sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE), contudo, a aluna deveria ter este acompanhamento em outra escola que possua o AEE, mas por não ter condições financeiras para levar e acompanhar a filha para a outra escola, a mãe informa que esporadicamente consegue leva-la para ter o acompanhamento especializado.

Na sala de aula a aluna demonstra muito interesse em participar da aula, é uma criança comunicativa e agitada, assim como as outras crianças da sua sala que infelizmente, compromete o trabalho da professora dentro da sala de aula, inviabilizando um atendimento mais direcionado para a aluna de inclusão. É importante destacar que a aluna possui um Auxiliar de Apoio a Inclusão. Este profissional acompanha a aluna diariamente dentro do ambiente escolar auxiliando principalmente no âmbito da acessibilidade e locomoção nos espaços.

A aluna com deficiência visual apresenta especificidades que exigem um trabalho diferenciado por parte da escola e da professora, e é possível verificar que existem principalmente por parte da professora muitas dúvidas e preocupações em lidar com a deficiência da criança, e quando questionada, alega não possuir uma formação adequada. De certa forma, é bem verdade que os profissionais da educação, ainda não estão devidamente preparados para receber alunos com deficiência visual ou mesmo com qualquer outra deficiência, nas escolas regulares de ensino, problema esse que pode ser solucionado por maior empenho do poder publico e um interesse maior dos professores e demais envolvidos no processo educacional em obter qualificações específicas.

Analisando a respeito da deficiência visual, onde as habilidades tátil, auditiva e olfativa nestas pessoas são mais desenvolvidas, o correto seria a escola, possuir materiais e equipamentos que possibilitem o aprendizado da aluna com deficiência visual, havendo, também, um professor especializado, ou seja, um professor formado em Educação Especial que domine o Sistema Braille e todos os instrumentos necessários à educação desta aluna, tendo todas as suas necessidades supridas promovendo uma melhor qualidade de vida.

Por mais que a legislação determine que seja direito do aluno com necessidade educacional especial estar matriculado no sistema regular de ensino, não podemos ignorar que esse direito pode não estar sendo assegurado de maneira efetiva. Aceitar alunos com necessidades educacionais especiais é uma coisa, garantir a eles o real acesso em relação à aprendizagem é totalmente diferente. A inclusão da criança com deficiência visual na escola regular é um processo contínuo e precisa da dedicação, colaboração e da responsabilidade de todos os envolvidos neste processo.

DESCRIÇÃO DA ALUNA

A aluna descrita nesse trabalho se chama Izadora. Ela apresenta deficiência visual desde o nascimento, tem 7 anos e está no 2º ano do ensino fundamental numa escola da prefeitura municipal de Belo Horizonte situada numa comunidade carente. Com a observação da criança diária, percebemos que a mesma, apesar das dificuldades encontradas por sua limitação visual, adquiriu todas as habilidades previstas para a idade.

Izadora participa das atividades com colagem, pintura, reconto, inclusive a aluna apresenta muito interesse pela aula de teclado que participa na Escola Integrada. Participa parcialmente das atividades realizadas em sala, sempre

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