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A RESENHA SOBRE O FRACASSO ESCOLAR

Por:   •  25/11/2022  •  Resenha  •  1.908 Palavras (8 Páginas)  •  141 Visualizações

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RESENHA SOBRE O FRACASSO ESCOLAR

Carolina Luiza Feldkircher Gonzaga

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS

Licenciatura em História

Maio/2022

Referência:

LADEIRA, Thalles Azevedo. Fracasso escolar e desigualdade social: Uma perspectiva crítica e emancipatória. Revista Educação Pública, v. 21, nº 5, 9 de fevereiro de 2021. Disponível em:https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/4/fracasso-escolar-e-desigualdade-social-uma-perspectiva-critica-e-emancipatoria

O presente artigo pretende analisar o fracasso escolar (principalmente nas camadas mais populares) como resultado das desigualdades sociais, frutos de uma desigualdade de classe, principal característica do sistema capitalista.

Destaca-se que uma sociedade dividida é fruto de tal desigualdade, onde os principais detentores dos recursos possuem muito mais do que precisam para sobreviver, enquanto a grande maioria da população é inserida em um cenário de pobreza extrema. Tal desigualdade se reflete na falta de oportunidades para esta camada mais necessitada, quando comparamos com uma minoria que recebe tais oportunidades, pois é ela a detentora de inúmeros privilégios.

Essa desigualdade, quando refletida na esfera da Educação, pode ser vista pelos do PNE - Notas Críticas (2014), onde foi constatado que apenas 0,6% das escolas brasileiras possuem infraestrutura próxima ao padrão mínimo para escolarização, como biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva e laboratório de ciências. Vale lembrar que os itens citados foram pensados para uma educação, mesmo que mínima, de qualidade, pois alguns elementos que foram considerados “mínimos” para a escolarização, são considerados luxo na maioria das escolas, mesmo algumas particulares, como laboratório de informática e laboratório de ciências.

Cabe destacar também que “somente 44% das instituições de Educação básica possuem água encanada, sanitário, energia elétrica, esgoto e cozinha, em sua infraestrutura” (LADEIRA, 2021).

A crítica do texto continua, afirmando que esta realidade apresentada aos mais desfavorecidos serve como mecanismo de dominação do ponto de vista da classe dominante, visto que o acesso aos conhecimento sistematizados nas escolas não foi pensado para estarem disponíveis à classe popular.

Com o intuito de manter o seu poder por meio da alienação do proletariado, a elite mantém uma divisão social com o conhecimento disponibilizado às escolas de suas respectivas classes, enquanto que um saber crítico e um sistema idealizado para o desenvolvimento do pensamento sempre esteve disponível à burguesia, um ensino profissionalizante a fim de preparar uma camada de trabalhadores para um mercado de trabalho mais exigente, perpetuam um sistema alienador que mantém o conhecimento, o incentivo ao pensamento e a crítica longe dos menos favorecidos socialmente, a fim de evitar mudanças sociais profundas.

Partindo desse contexto, o texto alega que o fracasso escolar seria uma produção capitalista, com o objetivo de produzir uma escolarização precária dos mais pobres, através do sucateamento da educação com baixos investimentos financeiros, a fim de preservar os interesses de dominação e de manutenção do próprio capitalismo.

O texto continua, afirmando que há uma naturalização das desigualdades, com os sistemas políticos que no decorrer da história sempre garantiram que todas as riquezas culturais produzidas pela humanidade fossem apropriadas e monopolizadas pela classe dominante, como forma de manutenção da governabilidade.

Devemos ter em mente que o sistema capitalista nunca caminhará para uma igualdade social. Tudo o que se pode esperar são ações assistencialistas com o objetivo de minorar a desgraça e manutenir a miséria do indivíduo com uma dependência do governo, mas nunca com o intuito de melhorar a situação do sujeito a longo prazo. Quanto mais dependente do sistema o sujeito é, menos ele verá o abuso desse sistema.

Além dos recursos financeiros, o sistema capitalista utiliza de um mecanismo ideológico, utilizado para ocultar a natureza predatória desse sistema social, que é responsabilizando o próprio indivíduo pelo seu “fracasso” ou “sucesso” na sociedade. Dessa maneira o sujeito acaba por muitas vezes se culpando pelo próprio fracasso, acreditando na própria incompetência, ao invés de visualizar os abusos do sistema.

Esse acúmulo infrene de riquezas por uma elite minoritária é o resultado dessa desigualdade a qual estamos aqui salientando, compreendendo que a negação da oportunidade de acesso a uma Educação crítica, de qualidade e emancipadora, é a estratégia utilizada pela classe dominante para se manter no poder gozando de todos os privilégios que os circundam.

A escola historicamente não foi pensada para estar disponível ao pobre, mas sim para servir como mais um aparelho ideológico do Estado, isto desde a sociedade feudal. Logo, o alargamento ao acesso à escola e o prolongamento da escolaridade devem ser vistos como o resultado de uma série de pressões da classe trabalhadora pelo direito de ter um acesso digno a ela.

Desde muito tempo sempre podemos ver dois tipos de escola, uma com o caráter formativo, de ampla base científica e cultural para a elite, e outra com o caráter de preparação profissional para os trabalhadores, oferecendo um conhecimento voltado para o trabalho, limitando a gama de conhecimento produzido historicamente pela humanidade, para melhor capacitá-los e serem utilizados no projeto de desenvolvimento pensado pelas classes dirigentes. A dominação da classe trabalhadora sempre esteve presente.

O discurso utilizado para justificar a disponibilidade limitada de conhecimento oferecida para o proletariado é de que a própria natureza humana age dessa maneira, os pobres devem aprender sobre o trabalho e como trabalhar, enquanto o pensamento crítico e filosófico era reservado para a classe erudita, pois é isso que se espera desses sujeitos no futuro.

Os interesses da elite dominante são demonstrados no ambiente escolar por meio de certas tendências pedagógicas neoliberais, como o tecnicismo, construtivismo, pedagogia dos projetos, entre outras, porém, só serão abordadas estas três.

O tecnicismo possui uma perspectiva de valorização dos princípios mercadológicos de produtividade, introduzindo na escola a lógica do mercado, valorizando a racionalidade técnica em detrimento do conhecimento científico.

O construtivismo, por sua vez, tem como característica

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