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A TEORIA CURRICULAR DE MICHAEL YOUNG E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA EDUCAÇÃO MARANHENSE

Por:   •  12/11/2022  •  Artigo  •  5.647 Palavras (23 Páginas)  •  144 Visualizações

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A TEORIA CURRICULAR DE MICHAEL YOUNG E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA EDUCAÇÃO MARANHENSE

Ádrya D'arc Amaral Magalhães Moraes

Joselia Reis Barros

Maria Eduarda Neves Barbosa

Mariana Yolanda Silva Costa

Nayla Alves Costa1

Valéria Luiza Costa Gonçalves 1

Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar a teoria curricular de Michael Young e suas contribuições para o papel do currículo nas escolas maranhenses.  A partir de uma breve exposição sobre sua biografia e seus princípios que levam a construção dos conhecimentos: poderoso e dos poderosos e o papel do currículo nas escolas que em sua concepção ignora o contexto dos educandos. Prosseguindo a partir da contextualização de sua proposta curricular, auxiliando como os sistemas de ensino, podem estabelecer uma relação indissociável entre o conhecimento escolar e o contexto no qual ele se desenvolve e se realiza como forma de viabilizar a necessária criatividade para a transformação da sociedade. E no âmbito escolar maranhense, apresentamos concepções que envolvem a região.

Palavras-chave: Escola; Currículo; Conhecimentos; Michael Young; Saberes.

Introdução

No contexto da educação, pode-se entender currículo como um texto que abrange desde os planos de aula que o professor elabora até os documentos curriculares de uma rede ou sistema de ensino que reflitam a visão dos educadores e da comunidade escolar sobre aspectos políticos e sociais locais e sua inter-relação com a educação.

De acordo com, Michael Young influente sociólogo inglês, defende que o currículo deve ser visto para além de um instrumento com vistas ao alcance de objetivos, centrados em questões tais como: quais os melhores métodos ou as melhores estratégias para garantir que se atinjam os resultados esperados em relação ao processo de escolarização e quais as melhores formas de organizar o ensino e o currículo para esse mesma finalidade. Nessa abordagem, não havia espaço para discutir o que se ensinava, possibilitando diagnosticar o que seria desnecessário refletir.

Diante disto, com base nas leituras buscamos apresentar em partes, o pensamento e as contribuições de Michael Young que fundamentam sua teoria curricular.

O artigo inicia-se com a biografia do teórico e suas concepções sobre conhecimentos que auxiliaram na sua composição teórica curricular. Em segundo e terceiro momento, abordaremos o papel primordial da escola e a sua ligação entre desejos emancipatórios associados com a expansão da escolarização. E a teoria curricular baseada na perspectiva de evidenciar o campo do currículo como espaço de luta, contestação e resistência. E que por fim, irá abordar e relacionar-se sobre a educação maranhense e suas concepções de currículo e escola.

Os aspectos da trajetória de Michael Young e a sua estruturação teórica 


      Michael Young nasceu em 1915 em Manchester,  filho de um violinista e crítico de música australiana e uma pintora e atriz irlandesa, ficou conhecido como Barão Young de Dartington[1], foi um sociólogo britânico, ativista social e político que cunhou o termo “meritocracia”[2]. Durante sua vida ele foi fundamental para moldar o pensamento do Partido Trabalhista, no qual, em meio a Segunda Guerra Mundial, foi secretário, diretor do grupo de pesquisa do Planejamento Político e Econômico do Partido Trabalhista, tendo por responsabilidade a elaboração do livro “Let Us Face the Future” (Deixe-nos enfrentar o futuro)[3] e ainda foi um dos principais protagonistas da reforma social.

Ele frequentou várias escolas, uma delas em Dartington Hall, conhecida por ser uma nova escola progressiva em Devon na década de 1920, onde teve uma longa associação com esta pequena escola não só como aluno, mas como administrador, vice-presidente e historiador. Ele estudou economia na London School of Economics, então se tornou um “Barrister”[4].

Ele começou a estudar para um doutorado na London School of Economics em 1952, baseando seus estudos de habitação e política do governo local em East London, que mais adiante, o deixaram desiludido com o estado das relações com a comunidade e os conselheiros locais do trabalho, o que levou a fundar o Instituto de Estudos Comunitários[5], que foi seu principal veículo para explorar suas ideias de reforma social.

Young promoveu as redes de parentesco de apoio da classe trabalhadora urbana e uma concepção idealizada das relações entre as mulheres, sugerindo que a família tinha sido negligenciada pela esquerda e deveria ser recuperada como uma força progressiva, com o objetivo de fortalecer a família da classe trabalhadora, no qual esta se configura como modelo para o socialismo cooperativo, o que o levou a fundar o Centro de Assistência Mútua . A pesquisa social de Young também contribuiu para a mudança no ensino secundário, que levou à abolição generalizada das escolas de gramática e sua substituição por escolas abrangentes entre 1965 e 1976, bem como a abolição dos eleven-plus[6].

Em 1960, iniciou o Centro de Assessoria para a Educação, o National Extension College e, com Peter Laslett, uma universidade do amanhecer na Anglia Television que se tornaram protótipos da Universidade Aberta. Em 1987, ele fundou o Open College of the Arts.  Ele também fundou a Language Line, um negócio de interpretação de telefone, para permitir que pessoas, que não falassem em inglês tivesse acesso igual a serviços públicos. Ele fomentou o trabalho de muitos pesquisadores mais jovens e empreendedores sociais, fundando a seguir a School for Social Entrepreneurs (Escola de Empreendedores Sociais) em 1997.

Os aspectos do trabalho de Young estão sendo desenvolvidos pela Young Foundation, criada a partir da fusão de seu Institute of Community Studies e seu Mutual Aid Centre, sob a direção de Geoff Mulgan. De acordo com seu amigo Eric Midwinter:

Todo o seu pensamento, toda a sua escrita incisiva, todos os seus esquemas brilhantemente concebidos, todas as suas iniciativas manipuladas com astúcia foram guiadas por um método notável. Ele era um socialista utópico. Seu pensamento decorreu dos pontos de vista radicais do século XIX com seu ódio pelo institucionalismo maciço, seja nas mãos da autoridade pública ou da grande empresa comercial.

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