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A retrospectiva da didática

Por:   •  10/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.342 Palavras (6 Páginas)  •  182 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO  

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA  

DISCIPLINA: DIDÁTICA I 

CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS  

PROFESSORA: IRACY DE SOUSA SANTOS

ALUNA: JOZIANA DE J. FERREIRA DE SOUSA 

NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA

Neste capitulo há uma análise crítica da prática, é uma exigência da relação teoria/ prática, por que sem a prática a teoria será apenas palavras, e a prática, ativismo.

O educador passa por vários processos permanente na sua experiência cotidiana. No dia-a-dia ele recebe os conhecimentos – conteúdos acumulados pelo sujeito, o aluno, que sabe e lhe transmite.

Nesta perspectiva, ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.

Ensinar é mais que verbo-transitivo relativo, pede um objeto direto: quem ensina, ensina alguma coisa; pede um objeto indireto: à alguém, mas também ensinar inexiste sem aprender e aprender inexiste sem ensinar. Portanto só existe ensino quando tem como resultado um aprendizado em qual o aprendiz tornasse capaz de recriar ou refazer o conteúdo ensinado, ou seja, o conteúdo foi totalmente compreendido e absorvido pelo aprendiz.

Esse domínio do conteúdo aprendido é a vivência autêntica exigida pela prática de ensinar-aprender. É uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética. Consequentemente somos “seres programados, mas, para aprender” (François Jacob). O processo de aprender pode incitar no aprendiz uma curiosidade crescente e assim desencadear a buscar mais e mais, ou em outras palavras: quanto mais criticamente se exerça a capacidade de aprender tanto mais se constrói e desenvolve a “curiosidade epistemológica”, sem a qual não alcançamos o conhecimento cabal do objeto.

1. ENSINAR EXIGE RIGOROSIDADE METODOLÓGICA

O educador democrático, crítico, em sua docência deve insistir que o educando desenvolva sua capacidade de crítica, sua curiosidade, sua insubmissão. Trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se “aproximar” dos objetos cognoscíveis, é uma de suas tarefas primordiais. Para isso, ele precisa ser um educador criador, instigador, inquieto, rigorosamente curioso, humilde e persistente. Sendo claro para os educandos que o educador já teve e continua tendo experiência de produção de certos saberes e que estes não podem ser simplesmente transferidos a eles.

Docente e discente (educador e educandos), paralelamente, vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber. Portanto é impossível tornar-se um professor crítico, aquele que é mecanicamente um memorizador, um repetidor de frases e idéias inertes, e não um desafiador. Quem pensa mecanicamente, tornasse alienado, pensa errado. Consequentemente só pode ensinar certo quem pensa certo, mesmo que às vezes, pense errado. Esta é uma das condições necessárias a pensar certo é não estarmos ilimitado certos de nossas certezas. O professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos a beleza de estarmos no mundo e com o mundo, como seres históricos, intervindo no mundo e conhecendo-o. Contudo, nosso conhecimento do mundo tem historicidade. Ao ser produzido, o conhecimento novo supera outro que antes foi novo e se fez velho, e se “dispõe” a ser ultrapassado por outro amanhã.

Ensinar, aprender e pesquisar lidam com dois momentos do ciclo gnosiológico: o momento em que se ensina e se aprende o conhecimento já existente, e o momento em que se trabalha a produção do conhecimento

2. ENSINAR EXIGE PESQUISA

Portanto não há ensino sem pesquisa, nem pesquisa sem ensino. Enquanto ensino continuo buscando, investigando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço, recriando, buscar e comunicar o novo.

3. ENSINAR EXIGE RESPEITO AOS SABERES DO EDUCANDO

A escola deve respeitar os saberes socialmente construídos pelos alunos na prática comunitária. Dialogar e discutir com eles a razão de ser de alguns saberes em relação ao ensino dos conteúdos. Discutir os problemas por eles vividos. Estabelecendo uma particularidade entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos. Discutir as implicações políticas e ideológicas, e a ética de classe relacionada a descasos.

4. ENSINAR EXIGE CRITICIDADE

Entre o saber feito de pura experiência e o resultante dos procedimentos metodicamente rigorosos, não há uma ruptura, mas uma superação que se dá na medida em que a curiosidade ingênua, associada ao saber do senso comum, vai sendo substituída pela curiosidade crítica ou epistemológica que se prioriza metodicamente.

5. ENSINAR EXIGE ESTÉTICA E ÉTICA.

Nós somos seres históricos sociais, capazes de comparar, valorizar, intervir, escolher, decidir, romper e portanto, nos fizemos seres éticos. Só somos porque estamos sendo. Transformar a experiência educativa treinamento técnico é depreciar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador. Se respeitarmos a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando. Divinizar ou diabolizar a tecnologia ou a ciência é uma forma altamente negativa e perigosa de pensar errado.

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