AS PERCEPÇÕES ACERCA DA TEORIA DE JEAN PIAGET

PERCEPÇÕES ACERCA DA TEORIA DE JEAN PIAGET

Neste pequeno texto pretende-se uma síntese das percepções acerca da teoria de Jean Piaget a partir de seu alicerce com a noção de equilíbrio (ou ‘equilibração’), que considera o desenvolvimento como os estados ou processos de equilíbrios (ou ‘eqüilibrações’) sucessivos entre os padrões funcionais de formação do indivíduo, que são naturalmente identificados (assimilações) e modificados/incluídos como novos padrões (acomodações), a partir da identificação de quatro etapas de aprendizagem (GARCÍA, 2002).

A primeira etapa ou estágio é o sensório-motor, que vai do nascimento aos 2 ou 3 anos, no qual a criança desenvolve um conjunto de arranjos para ação sobre os objetos que lhe possibilite construir um referencial físico da realidade. É a etapa inicial que a criança desenvolve um conceito de existência/permanência do objeto para construção de padrões/esquemas sensório-motores que a capacita a efetuar imitações e construir representações mentais cada vez mais complexas.

O segundo estágio é o pré-operatório ou intuitivo, que vai dos 2 ou 3 aos 6 ou 7 anos, no qual a criança inicia a construção da relação de causa e efeito, assim como das simbolizações. Esta é a etapa na qual as crianças procuram os motivos por trás das coisas ou acontecimentos. É a fase também conhecida como a “idade dos porquês” e do “faz de conta”.

O terceiro estágio é o operatório-concreto, que vai dos 6 ou 7 aos 10 ou 11 anos, no qual a criança começa a construir conceitos por seus próprios estudos lógicos, consolidando a preservação de quantidades e valores para a construção do conceito de número. O pensamento da criança, embora lógico, ainda está preso aos conceitos concretos, ainda não ocorrem abstrações.

A quarta e última etapa é o operatório-formal, que é desenvolvida dos 10 ou 11 anos aos 15 ou 16 anos e mantida no decorrer da vida adulta, na qual o indivíduo, agora adolescente, inicia a construção do pensamento abstrato ou teórico, ou seja, o pensamento com a capacidade de consideração das diversas hipóteses, dos diferentes pontos de vista e da reflexão científica.

Assim, observa-se que a matriz geral do aprendizado, a partir da teoria de Piaget, equivale à compreensão de como se dá o processo de constituição do pensamento lógico-formal por relações interdependentes entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer, que percorre um processo primário e contínuo de maturação do organismo e secundário de equilíbrio deste com o meio, no qual se expressa uma ideia de que o desenvolvimento é predeterminado e o seu afloramento vinculado apenas a um processo temporal (CAMPOS, 2016).

Portanto, diante dos fundamentos elencados acerca da teoria de Piaget, apreende-se que tal teoria é de elementar contribuição para a prática pedagógica na atualidade, por demonstrar os processos primários de maturação do indivíduo, mas há que ser complementada por novos princípios e/ou paradigmas, por considerar secundária a relação com o meio, subestimando a importância do conhecimento e o impacto da cultura para o aprendizado.

REFERÊNCIAS:

CAMPOS, J. AP. P. P. et al. Psicologia da Educação. Batatais: Claretiano, 2016.

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