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Analise do livro Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire

Por:   •  29/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  9.603 Palavras (39 Páginas)  •  527 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA

CENTRO DE FILOSOFIA, LETRAS E EDUCAÇÃO-CENFLE

CAMPUS BETÂNIA

CURSO DE PEDAGOGIA

ACADÊMICA: KARLA MARQUES ROCHA

DISCIPLINA: EDUCAÇÃO, ESTADO E POLITICAS PÚBLICAS

PROFª : Dr.ª CLEIDIMAR RODRIGUES DE SOUSA LIMA

TURNO: MANHÃ, 3º PERÍODO

ANALÍSE DO LIVRO PEDAGOGIA DA AUTONOMIA – SABERES NECESSÁRIOS A PRÁTICA EDUCATIVA DE PAULO FREIRE

SOBRAL-CE

2018

1- Dados bibliográficos relevantes da vida de Paulo Freire.

Não devemos lembrar-nos de Paulo Freire como um grande mito, mas como um educador concreto e histórico. Este reconhecido por sua contribuição para a história das ideias pedagógicas tanto no Brasil como em alguns lugares do mundo, estas que revolucionaram os conceitos daquela educação tradicional presente naquele tempo.

Com a grande depressão de 1929, Paulo vivenciou a miséria durante sua infância, pois devido a tal crise sua família perde todos os bens. Desse modo, sua mãe preocupada com sua educação pede a um diretor de uma determinada escola particular uma bolsa de estudos para seu filho. Paulo formou-se em Direito pela Universidade do Recife, mas nunca exerceu a profissão, pois o que gostava era de dar aulas de língua portuguesa e começou dar também aulas de filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1947 foi nomeado diretor do setor de Educação e Cultura do Serviço Social da Indústria. Em 1955, junto com outros educadores fundou, no Recife, o Instituto Capibaribe, uma escola inovadora que atraiu muitos intelectuais da época, e que continua em atividades até hoje.

Paulo Feire se preocupou com o grande número de adultos analfabetos na área rural dos estados nordestinos, que formavam um grande número de sujeitos excluídos, Paulo desenvolveu estratégias de alfabetização baseadas no vocabulário do cotidiano e da realidade dos alunos dessas áreas rurais. A iniciativa do educador foi aplicada pela primeira vez, no sertão do Rio Grande do Norte, quando foram alfabetizados 300 trabalhadores da agricultura.

 Com o golpe militar de 1964, Paulo Freire foi preso durante 70 dias acusado de agitador, logo após esse período se exilou no Chile. Durante cinco anos desenvolveu trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária. Em 1969, Paulo Freire lecionou na Universidade de Harvard. Durante dez anos, foi consultor especial do Departamento de Educação do Conselho Municipal das Igrejas, em Genebra, na Suíça. Viajou por vários países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento prestando a esses serviços educacionais. Em 1980, com a anistia, retornou ao Brasil, estabelecendo-se em São Paulo. Foi professor da UNICAMP e da PUC. Foi Secretário de Educação da Prefeitura de São Paulo, na gestão de Luisa Erundina. Por seu trabalho na área educacional, Paulo Freire foi reconhecido mundialmente por suas ideias e concepções inovadoras. É o brasileiro com mais títulos de Doutor Honoris Causa de diversas universidades, são 41, ao todo, entre elas, Harvard, Cambridge e Oxford.

Em termos pedagógicos, Freire é mais conhecido por seu ataque sobre o que chamou de conceito "bancário" da educação, em que o aluno é visto como uma conta vazia a ser preenchida pelo professor. Aluno este que não poderia ter nenhum tipo de autonomia, justamente pelo fato de receber apenas saberes “programados”.

2- Análises dos capítulos da obra lida (citações transcritas mais comentários pessoais do leitor).

- Capitulo 1: Não há docência sem discência

“[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” (FREIRE. 1996. p. 22)

O conhecimento é vasto, lindo, libertador. Praticando-o temos autonomia para seguir o caminho que queremos. Criando possibilidades para as suas diversas reproduções e reconstruções. Desse modo ensinar não é apenas transferir  saberes, e sim, explanar algo no qual os sujeitos percebam a grandiosidade do que lhe é apresentado, para assim tomar a sua própria posição perante o assunto.

“Não há docência sem discência, as duas coisas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que as conotam, não se reproduzem à condição de objeto, um do outro.” (FREIRE. 1996. p. 23)

O ato de ensinar e o ato de aprender. Essas duas práticas sustentam todos os processos da humanidade. Pois ensinar-aprender é uma relação humana, onde há situações que acontecem com tanta naturalidade em determinados processos das condições em que os indivíduos precisam passar. Apesar das diversas diferenças que existem, a reflexão critica sobre a prática apresenta um elo entre os dois fatores mencionados inicialmente. Pois há uma junção de atos na qual não haverá uma dependência obsessiva de um perante o outro, nisso num vinculo onde não tem alienação.

“Aprender precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía na experiência realmente fundante de aprender.” (FREIRE. 1996. p. 24)

Portamos a experiência de aprender, desde os primórdios da humanidade, onde conhecer é essencial para a condição humana. Pois o ato de aprender é uma aquisição daquilo que necessitamos para a nossa sobrevivência. Desse modo precisamos primeiramente conhecer para poder ensinar, instruir, educar. Educando corretamente transformamos sujeitos e indivíduos modificados praticam do seu modo ambas as situações. Por fim, que, aprender veio antes de ensinar, pois como instruir algo que não temos um saber solidificado e vasto.

“[...] o educando mantenha vivo em si o gosto pela rebeldia que, aguçando sua curiosidade e estimulando sua capacidade de arrisca-se, de certa forma o ‘imuniza’ contra o poder apassivador do ‘bancarismo’.” (FREIRE. 1996. p. 25)

O discente não deve ser totalmente submisso ao seu educador, este deve ter uma rebeldia necessária para tal fato. Já que não é apenas um depósito de saberes programatizados e controlados por determinada massa da sociedade. Pois com sua rebeldia o tal questionará o professor naquilo que está sendo ensinado, e no mesmo tempo que faz isto também estará praticando sua curiosidade aguçada, esta indagadora e inquietante para si e que assim deve ser expressada referente ao grau de seu pensamento. Mas o educando deve ter consciência de que precisa se arriscar. Primeiramente para si mesmo, ou seja, quebrar todas as suas barreiras pessoais de impedimento, para depois arriscar-se perante o educador que está em seu convívio. Praticando tais fatos o educando liberta-se da venda de ideologias alienadoras que a educação ‘bancária’ quer cada vez mais impor. Pois se mostra que não é uma tabula rasa, no qual tem saberes já adquiridos nos quais precisam ser ouvidos nos momentos em que necessitam ser relatados. Já o educador que não é um robô perante a tal tipo de educação deve dar autonomia e orientar o educando quando este precisa se posicionar.

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