Análise crítica do filme "Música do Coração"

Ficha técnica do filme:

WEINSTEIN, B.; WEINSTEIN, H.; CRAVEN, W. Música do coração. [filme] Produção de

Bob e Harvey Weinstein, direção de Wes Craven. EUA, 1999.

O filme – baseado em história real – conta a história de uma mulher (Roberta)

que sacrificou sua carreira para acompanhar o marido (que era da marinha), o que lhes

obrigava a mudar de endereço frequentemente, fazendo com que esta não conseguisse

ficar em nenhum emprego. Contudo, após ser abandonada com seus filhos, pelo marido

(que pede o divórcio) para viver com outra, ouve o conselho de sua mãe, muda de casa e

começa a dar aula de violino, em uma escola localizada na cidade de New York. Porém,

logo no início, percebe que terá um grande desafio, pois a mesma enfrentará o

preconceito dos pais dos alunos e da Direção.

Embora não tivesse muita experiência em sala de aula, Roberta era

determinada, talentosa e tinha equipamentos para oferecer aos seus alunos,

possibilitando que esta lecionasse naquela escola. No começo, sofreu repressão por parte

dos alunos que não demonstravam interesse em aprender, por não considerarem que

aquela arte era útil perante as dificuldades que enfrentavam em suas vidas, mas

persistente foi conseguindo ganhar a confiança destes que, aos poucos, entraram em

sintonia e aprenderam a tocar de forma exemplar.

No entanto, para atingir esse resultado, Roberta teve que mostrar para todos

(alunos, famílias, Direção da escola) que cada um é capaz de fazer qualquer coisa na vida, mesmo que possua limitações e/ou deficiências. Assim, motivava seus alunos disciplinando-os a não desistir e dedicar-se cada dia mais. Após dez anos, mesmo com todo o sucesso das suas aulas e de seus alunos, que muitas vezes profissionalizavam-se, o conselho da escola decidiu cortar a verba destinada ao curso da mesma, que com a ajuda de seus alunos, ex-alunos, amigos (companheiros de profissão famosos), além da comunidade, levantou a verba necessária conseguindo manter sua aula na grade extracurricular daquela instituição. Desta forma, vale lembrar que a escola exerce papel fundamental para compreendermos a sociedade, pois a ela cabe a formação dos indivíduos, que atuarão nesta. Sua função social consiste em como queremos que seja o futuro e é organizada em cima de um ideal político estabelecido pelo governo, mas que sofre a influência pessoal de cada professor, que pode ou não concordar em moldar os alunos para esta sociedade. Como afirma Alarcão (2001, p.19): “Para mudá-la é preciso envolver as decisões político-administrativo-pedagógicas, os alunos e professores, os auxiliares e funcionários, os pais e os membros da comunidade. É preciso envolver o elemento humano, as pessoas e através delas, mudar a cultura que se vive na escola e que ela própria inculca”. Cabe à mesma, ainda, formar cidadãos críticos, reflexivos, autônomos, conscientes de seus direitos e deveres, capazes de compreender a realidade em que vivem, preparando-lhes para participar da vida econômica, social e política do país, tornando-lhes aptos a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. Assim, uma de suas funções principais é garantir a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e valores necessários à socialização