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Carnaúba

Por:   •  23/11/2015  •  Projeto de pesquisa  •  4.096 Palavras (17 Páginas)  •  137 Visualizações

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Projeto carnaúba

No segundo semestre do mesmo ano, o Instituto começa a executar os primeiros dias de campo sinalizados na proposta inicial. Os dias de campo, na fase inicial do projeto, se dão na comunidade Santo Elias, a mesma comunidade considerada a mais bem sucedida pelos projetos anteriores do Carnaúba. Famílias de agricultores das comunidades vizinhas, que foram mapeadas no semestre anterior pelo Instituto, são convidadas a participar com alguns dias de antecedência. Esse convite acontece por meio de faixa localizada na comunidade com potencial para um bom número de inscrições de famílias de agricultores, além da divulgação corpo a corpo do dia de campo. No dia do evento, eles são transportados de ônibus custeado pelo Instituto ou prefeituras locais para verem um exemplo de SAF implantado na comunidade Santo Elias. Lá, eles iniciam a visita pelo sítio de Seu Sebastião, uma grande liderança da comunidade. Eles veem a unidade de beneficiamento de frutas de seu Sebastião – essa implantada com recursos próprios de seu Sebastião antes do período do atual projeto -, além de verem o beneficiamento de outros produtos produzidos na região, como os bolos de mandioca, laranja, entre outros sabores para escolas da região. Após as visitas, uma pequena palestra é realizada num espaço comunitário próximo a casa de Seu Sebastião. Ela tem o objetivo de explicar o que é um SAF para os agricultores convidados, além de apresentar mais detalhes sobre o projeto. Por fim, são convidados a participar do projeto. Para isso, basta sinalizar interesse na lista de presença do dia de campo. Nesse período, o Instituto realizou o cadastramento de mais de 100 famílias no projeto. O cadastro é realizado após a anuência de participação do projeto, dada pelo agricultor num dos dias de campo. Ele afere a situação socioeconômica do produtor, seu potencial produtivo e as características de sua propriedade. O cadastro dura cerca de 2 horas para ser preenchido, apesar de possuir somente quatro páginas. Isso ocorre porque os técnicos do Instituto tentam criar um vínculo de confiança com os produtores, pois isso é indispensável para que as metas do projeto se concretizem. Portanto, durante o cadastro e qualquer outra ação direta com os produtores do projeto, os técnicos assumem uma postura de visitante e amigo dos agricultores. Durante boa parte do ano de 2011, o Instituto acompanhou o desenvolvimento do crescimento das 200 mil mudas adquiridas para o projeto. Não encomendaram mudas de grandes produtores, pois, para eles, fazer uma contratação dessa magnitude com pequenos produtores locais de mudas seria mais condizente com os ideais do projeto e do instituto, pois eles acreditam que uma compra dessa magnitude reforçaria a desigualdade entre grandes e pequenos produtores e que essa verba do projeto poderia ser mais bem utilizada na compra das 200 mil mudas em produções locais. O preço das mudas pagas pelo Instituto para esses produtores é maior do que o valor cobrado por grandes produtores de mudas. Porém, os cinco produtores escolhidos para produzir as mudas não obtiveram total êxito nessa tarefa, pois não tinham tido experiências anteriores quanto a produção de mudas nativas e produção de outras mudas menos típicas da região. Mesmo o viveiro de mudas da Fundação CIS, outro contratado para produção, teve dificuldades de suprimento da demanda. No caso desse viveiro, a inexperiência na fabricação de mudas nativas também ocorreu. A Fundação CIS, por meio de seu diretor, Benedito, talvez venda seu viveiro, pois essa estrutura é cara e não possui tantas demandas quanto suporta. No primeiro semestre de 2012, o Instituto iniciou a entrega das mudas previstas no projeto. Porém, das 200 mil mudas pretendidas, foram entregues apenas 60 mil. O principal fator para entrega das mudas ter sido inferior ao planejado foi a temporada de chuvas do período, com índice pluviométrico abaixo do esperado. Por isso, uma parte das mudas encomendadas pelo Instituto morreu antes de estarem aptas ao plantio definitivo. Além disso, a maioria dos produtores cadastrados não quis receber a total quantia de mudas previstas na fase de cadastro, pois imaginavam que a taxa de mortalidade das mudas seria alta, devido a escassez de recursos hídricos nas propriedades cadastradas. No segundo semestre de 2012, os técnicos do Instituto visitaram as famílias cadastradas para verificarem qual a situação da plantação das mudas doadas. Eles identificaram que, principalmente devido à seca, boa parte dos produtores não plantou todas as mudas, sendo que as mudas que são plantadas, em alguns casos, morrem por falta de irrigação, e, em outros casos, estão bem irrigadas, dependendo da família produtora e de sua propriedade. Uma técnica de irrigação que os técnicos do Instituto apresentam durante suas visitas aos agricultores é a de gotejamento com a utilização de garrafas PET. Diferentemente da utilização de mangueiras, que demanda alto investimento, a utilização de garrafas PET é mais barata e prática de ser implantada. Basta apoiar uma garrafa em posição vertical ao lado de uma planta que se deseja irrigar, fazer furos da espessura de uma agulha na tampa da garrafa - para que a água, posta na garrafa em períodos variáveis por espécie e incidência de luz, possa gotejar junto à raiz da planta. Outro ponto relevante do projeto a ser citado são as 15 unidades de triagem planejadas para entrarem em funcionamento durante a execução do projeto. Como já citado, os agricultores familiares da região possuem dificuldade de acesso aos mercados de varejo de sua produção. Sendo assim, como alternativa encontrada, os agricultores que mais têm produção para vender, adquirem a produção de seus vizinhos para revendê-la, juntamente com a sua, em feiras da zona urbana de Sobral. Sendo assim, os agricultores que compram a produção de seus vizinhos conseguem vender mais e abater os seus custos derivados do grande deslocamento, enquanto os produtores que vendem sua produção aos vizinhos – por um preço mais baixo do que conseguiriam na feira – se beneficiam de não precisar custear o deslocamento de seus produtos à feira. Sendo assim, o projeto do Instituto prevê a implantação de 15 unidades de triagem, que funcionariam, basicamente, nessas diretrizes. O Instituto afirma, segundo o primeiro relatório de prestação de contas à Petrobras, que 8 unidades já estão em funcionamento e que as mercadorias delas estão sendo vendidas no Galpão da Agricultura Familiar do município de Sobral – esse galpão é cedido pelo município ao Carnaúba aos sábados. Um ponto negativo que é necessário destacar é o fato de nenhum dos produtos comercializados possuir embalagem padronizada, nem os agricultores no dia da venda possuem materiais de identificação da procedência das mercadorias.

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