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ENVELHECIMENTO: PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS/AS

Por:   •  11/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  5.728 Palavras (23 Páginas)  •  481 Visualizações

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ENVELHECIMENTO: PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS/AS

  IDOSOS/AS – NO BRASIL.

        

1.ENVELHECIMENTO

  1. Conceituando envelhecimento

Assim como outros países, o Brasil tem vivenciado nas últimas décadas uma dinâmica demográfica em que se combina o aumento da expectativa de vida com uma redução da taxa de natalidade. Sendo assim, há um crescimento significativo da população idosa brasileira de 4% em 1940 para 9,6% em 2004, com perspectivas de chegar a 15% em 2020 (IBGE, 2010).

Em relação aos aspectos demográficos do envelhecimento, faz-se necessário esclarecer que o mesmo é um resultado não só do declínio da fecundidade, mas também das melhores condições de vida da população. Como pode ser verificado na citação abaixo:[a]

Uma população torna-se mais idosa à medida que aumenta a proporção de indivíduos idosos e diminui a proporção de indivíduos mais jovens, ou seja, para que uma determinada população envelheça, é necessário haver também uma menor taxa de fecundidade. A transição demográfica originou-se na Europa e seu primeiro fenômeno foi a diminuição da fecundidade, observada na Revolução Industrial, fato este anterior ao aparecimento da pílula anticoncepcional. O aumento na expectativa de vida ocorreu de modo insidioso e lento e foi possível graças às melhores condições sociais e de saneamento, além do uso de antibióticos e de vacinas (NASRI, 2008).

A consequência natural desse fato é a elevação da participação dos idosos na população total, também chamado de envelhecimento da população. A população mais idosa será, de modo eminente, feminina. No ano de 2000, para cada cem mulheres idosas, haviam 81 homens idosos; em 2050 haverá provavelmente cerca de 76 idosos para cem idosas. No grupo acima de 80 anos, estima-se que, em 2050, teremos duas idosas para cada idoso (NASRI, 2008, p. 5), conforme ilustrado no gráfico abaixo.

[pic 1]

Fonte:  IBGE, 2008 apud SILVA, 2016, P. 15) – Projeção da População do Brasil: 1980-2050. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/piramide/piramide.shtm

     

O envelhecimento é um fenômeno que atinge todos os seres humanos, sendo caracterizado como um processo dinâmico, progressivo e irreversível, ligados intimamente a fatores biológicos, psíquicos e sociais (BRITO, LITVOC, 2004). Costumeiramente fala-se do envelhecimento como se tratando de um estado que classificado de “terceira idade” ou ainda “ quarta idade”. Entretanto, o envelhecimento não se trata de apenas um estado, mas sim de um processo de degradação progressiva e diferencial (FONTAINE, 2000).

Envelhecer e o morrer são fenômenos inerentes à vida em todas as suas formas; porém, as interpretações e os sentimentos que envolvem tais temas variam de um ser humano para outro. Dentre as muitas definições de envelhecimento, temos que este é:

(...) um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não-patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte (ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD, 2003, p. 30)

        

O processo de envelhecimento acarreta mudanças físicas, psicológicas e sociais no indivíduo (ZIMERMAN, 2000). Assim, o desafio, neste cenário, é construir um mundo melhor para envelhecer e valorizar o idoso em toda a sua potência de vida, trazendo forças na contramão de uma sociedade que supervaloriza o jovem, o consumo a curto prazo e as relações superficiais.

De acordo com Vieira (1996) e Lopes (2000), os processos de envelhecimento são iniciados desde a concepção, de forma que a velhice seja um processo movimentado, ativo, progressivo, de modo que ocorrem diversas modificações, tanto morfológicas quanto funcionais, bioquímicas e até mesmo psicológicas.

[b]

Levando em consideração esta abordagem, o envelhecimento traduz algo muito complexo, que envolve os vários [c]componentes da vida do ser humano e não deve ser encarado numa perspectiva redutora e unidisciplinar. Pode-se observar diversos conceitos a respeito do envelhecimento, como diz Oliveira (2005), é comum encontrarmos metáforas que sugerem definições do conceito de envelhecimento, quer de um ponto de vista mais positivo ou, contrariamente mais negativo.  Sendo assim, cientificamente, de acordo com Oliveira (2005, p.24), o envelhecimento é[d] “um processo que, devido ao avançar da idade, atinge toda a pessoa, bio-psico-socialmente considerada, isto é, todas as modificações morfofisiológicas e psicológicas, com repercussões sociais, como consequência do desgaste do tempo”. Com a mesma ideia de pensamento Okuna (1998), nos afirma que a velhice não pode ser [e]definida apenas cronologicamente, mas sim por condições físicas, funcionais e mentais diferenciadas de cada indivíduo.

Desta forma, pode-se inferir que a velhice não pode ser pré-determinada somente por fatores padrões. Há que se levar em conta que cada idoso[f]/a possui características próprias que influenciam no processo de envelhecimento, o que o diferencia dos outros[g].

Segundo Neri (2011), o envelhecimento é um fenômeno universal, é um processo de mudanças que são inerentes ao desenvolvimento humano, porém, é heterogêneo, mudando de pessoa para pessoa e se desenvolvendo de forma singular em cada indivíduo.

São diversos conceitos trazidos pelos autores, visto que o envelhecimento é um processo desafiador que a ciência tem que enfrentar, devido a multiplicação de fenômenos que lhe são enfrentadas.

(...) envelhecimento embora marcado por mutações biológicas visíveis, é também cercado por determinantes sociais que tornam as concepções sobre velhice variáveis de indivíduo para indivíduo, de cultura para cultura, de época para época. Deste modo, fica evidente a impossibilidade de pensarmos sobre o que significa ser velho, fora de um contexto histórico determinado[h]. (SECCO, 1999, p. 12)

Segundo Costa (2002), ao longo do envelhecimento há uma perda progressiva de capacidades do corpo que não se renovam. A transformação dos processos sensoriais perceptivos, cognitivos e afetivos, a alteração na autoimagem e no papel social, a perda de autonomia, a solidão, o isolamento, a inatividade e as alterações resultantes do padrão familiar tradicional determinam necessidades de saúde sobre as quais urge refletir, estudar, debater e fazer o idoso falar. O processo de envelhecer é um processo que acontece gradativamente, no qual [i]todos os seres humanos estão condicionados a passar, nada mais é do que uma junção de fatores, sejam eles biológicos, sociais ou psicológicos, que divergem em cada indivíduo.

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