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Espaço escolar

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Por:   •  27/10/2014  •  Tese  •  2.093 Palavras (9 Páginas)  •  180 Visualizações

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O espaço escolar, com seus rituais, normas e estruturas privilegia ou desenvolve algumas representações em torno do corpo em movimento de seus alunos que muito tem a ver com o que historicamente constitui-se sobre sua expressão. Mas até onde essa expressão é espontânea? Será que ela representa mesmo o que o sujeito está passando no momento? Será o contexto escolar um espaço que privilegia essas representações? Ou será que a escola está fazendo com que os alunos in(corpo)rem papéis sociais e relações de poder que farão parte do seu mundo quando adultos? Partindo dessas indagações, objetivamos refletir sobre o espaço escolar e as práticas corporais que o permeiam e como estão agindo na modelagem do corpo dos sujeitos segundo os significados sociais atribuídos a ele.

Nesse contexto, precisamos ampliar nossa visão e trabalhar para que na escola, e mais especificamente, nas aulas de Educação Física Escolar, as experiências de movimento dos alunos não sejam silenciadas, ou mesmo enquadradas em padrões estereotipados de um modelo de cultura que se pretende transmitir como paradigma hegemônico, determinado por outros âmbitos sociais. Dessa forma, a Educação Física, por suas características singulares e apelo prazeroso que possuí em relação às outras disciplinas do cotidiano escolar, pode aproveitar tais oportunidades para redimensionar o seu papel social e a sua função pedagógica, colaborando para uma formação emancipatória.

Trabalhar simultaneamente a problemática de gênero, da diversidade sexual e das relações étnico-raciais, ou seja, abordar em conjunto a misoginia, a homofobia e o racismo não é apenas uma proposta absolutamente ousada, mas oportuna e necessária. No Brasil, o estudo destes três temas e dos correlativos processos de discriminação social deu origem a campos disciplinares distintos (quem estuda uma coisa não estuda outra), a diferentes arenas de atuação de ativistas (cujo diálogo entre si nem sempre é fácil) e, finalmente, a políticas públicas específicas.

Apesar dessa fragmentação, gênero, raça, etnia e sexualidade estão intimamente imbricados na vida social e na história das sociedades ocidentais e, portanto, necessitam de uma abordagem conjunta. Para trabalhar estes temas de forma transversal, será fundamental manter uma perspectiva não-essencialista em relação às diferenças. A adoção dessa perspectiva justifica-se eticamente, uma vez que o processo de naturalização das diferenças étnico-raciais, de gênero ou de orientação sexual, que marcou os séculos XIX e XX, vinculou-se à restrição do acesso à cidadania a negros, indígenas, mulheres e homossexuais.

Gênero é uma construção que se dá durante toda a vida, isso acontece em diferentes instituições e práticas sociais que constituem os sujeitos como homens e mulheres em um processo que não tem fim, nem se completa. Os sujeitos se fazem homens e mulheres continuamente, de maneira dinâmica, aprendida nas diferentes instituições sociais que expressam as relações sociais, ou seja, as instituições são generificadas. A escola é uma dessas instituições que tem transmitido e reproduzido, por meio de suas práticas sociais, valores e comportamentos, considerados adequados, formando sujeitos masculinos e femininos.

Nosso dever, como educadores, é primeiramente quebrar nossos mitos, tabus e preconceitos, reformulando nossos conhecimentos e nossa percepção sobre todas as questões que envolvem os gêneros e a orientação sexual, para em um segundo momento atuarmos de forma a sensibilizar nosso alunado, modificando suas atitudes e pensamentos, com reflexos ao longo do tempo, na formação de uma cultura de igualdade que será externalizada por seus comportamentos dentro e fora da escola. Adotando práticas educativas com metodologias e técnicas inovadoras, poderemos trabalhar a temática e transformar a vida dessas crianças e adolescentes para que em um futuro muito próximo possam mudar a sociedade não só para um patamar de qualidade, mas sim, de igualdade humana.

Portanto, devemos reconstruir a identidade do cidadão, com vista a mudanças desse paradigma social negativo que ainda permeia a sociedade brasileira. Tal trabalho é dever da família, da comunidade, da sociedade e das entidades governamentais e não governamentais, tendo como centro a escola, para constituir uma rede de sensibilização e conscientização para tomadas de mudanças reais e concretas no comportamento e nos pensamentos das pessoas, do indivíduo à coletividade.

A escola pode contribuir de diversas maneiras, como:

- Promover encontros de reflexão para que os pais e professores reflitam sobre os possíveis papéis do homem e da mulher.

- Trazer à escola pessoas que conseguiram quebrar os estereótipos de gênero para ter uma conversa com as crianças e assim responderem as dúvidas que surgirem.

Muitas vezes, na própria comunidade local encontramos mulheres que são motoristas de ônibus, de táxi, que trabalham na construção civil.

Homens que trabalham como empregados domésticos e enfermeiros, que fazem Curso de Moda e que trabalham como estilistas ou costureiros.

Conversar sobre sexo com adolescentes não é fácil, mas se faz necessário, pois por volta dos dez anos de idade as crianças começam a valorizar o assunto, até mesmo porque seu corpo está se modificando.

O tema deve ser abordado com naturalidade, mas através de aulas planejadas e organizadas, levantando vários tipos de informações.

Um projeto sobre o assunto é uma excelente forma de se trabalhar. Alguns livros podem orientar o desenvolvimento de uma boa atividade, afinal, se pautar nas teorias é ainda a melhor forma de valorizar o trabalho de pesquisa na escola.

É de grande relevância informar as famílias sobre o tema que será abordado, a fim de evitar problemas com pais mais rígidos, que não gostam de falar sobre o assunto ou acham que a escola acaba incentivando a sexualidade quando discute o tema. É importante esclarecer que existem as necessidades da idade, que as pessoas precisam se conhecer, saber dos riscos que correm com doenças, dos perigos da internet através das relações virtuais, etc.

O primeiro passo é conversar com a turma, fazendo uma prévia pesquisa sobre as dúvidas, curiosidades, se existe interesse no tema, etc. Muitas vezes tentamos direcionar um assunto, mas os alunos estão mais interessados em coisas da atualidade, então o melhor é ouvi-los.

Caso o tema seja aceito, é importante propor que pesquisem e levem os materiais para a aula, a fim de iniciarem as discussões. Na aula seguinte, peça que cada aluno apresente o material pesquisado,

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