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Fichamento Pedagogia do Oprimido

Por:   •  5/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.319 Palavras (10 Páginas)  •  7.971 Visualizações

Página 1 de 10

Curso: Pedagogia

Disciplina: Metodologia da Pesquisa

Bimestre: 1º

Profº: Rosangela Cristina Rosinski Lima

Discente: Luana Carla Bernardo        

FICHAMENTO

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

TIPO: Livro

ASSUNTO: Educação

RESUMO DOS CAPÍTULOS:

1.

No primeiro capítulo o autor estabelece a humanização e a desumanização como duas possibilidades. Afirma que o homem nasce vocacionado para humanização, porém nega essa vocação quando é injusto, explorador e violento. Ao mesmo tempo essa negação gera afirmação da negação. A Negação é afirmada quando o oprimido anseia por justiça, liberdade e luta pela recuperação da sua humanidade. Para o autor, a grande tarefa histórica do oprimido é humanizar o opressor sem se tornar opressor. Se o oprimido ao buscar restaurar sua humanidade trona-se opressor do opressor, a luta não tem sentido. A Dualidade sofrida pelo oprimido é o dilema que sua pedagogia tem de enfrentar. A Transformação objetiva da situação opressora não se dá quando oprimido-opressor se descobrem nessa posição, e sim quando superam a contradição em que se acham, e engajam-se na luta pela liberdade.

2.

No Segundo capítulo, o autor critica a concepção bancária da educação como um instrumento da opressão. É o tipo de educação onde o professor deposita a informação e o aluno é o depositário. Nessa concepção o professor é tido como o que sabe, o que pensa, o que tem a palavra, o que educa, e o aluno é o recebedor, o que não sabe de nada, o disciplinado, o que ouve e guarda para si o que aprendeu. Isso anula a criatividade do aluno, e o leva a ser cada vez mais ingênuo e conformado.

3.

O Autor inicia o capítulo fazendo considerações em torno da essência do diálogo. Afirma que a palavra verdadeira é a que leva a reflexão e a ação. O Diálogo só é possível com fé nos homens, amor e humildade, pra reconhecer que não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos: há homens que, em comunhão, buscam saber mais. Do diálogo surge a problematização e a busca do conteúdo programático, o diálogo permite a investigação de temas geradores, ou seja, o que iremos estudar.

4.

Finalizando o livro no capítulo 4, o autor repete alguns pontos na intenção de aprofunda-los ou para esclarecer novas afirmações. Reafirma por exemplo que o homem, ao contrário dos animais é um ser de práxis, um ser que reflete, age e assim transforma o mundo, isso quando há diálogo. O Caminho para a libertação do oprimido é a revolução e para que essa revolução seja legítima o diálogo com as massas é fundamental. A De se considerar também que o Processo de libertação não se trata de mero ativismo, é necessário reflexão para transformação.

Discorre sobre a teoria da ação antidialógica e suas características; Conquista, Divisão para manter a opressão, a Manipulação e a Invasão Cultural.  A Conquista é o esforço dos opressores para manter o oprimido como um admirador do mundo, e para isso mitifica o mundo. A Divisão para manter a opressão, se dá na dispersão de qualquer forma de união dos oprimidos, dividi-los facilita a ação do opressor. Através da Manipulação os opressores tentam conformar as massas a seus objetivos, anestesiá-los para que não pensem. Por fim, a Invasão Cultural também é uma ferramenta do opressor para manter o seu states quo.

Finaliza com a teoria da Ação Dialógica, cujas características são a Colaboração, que ao contrário da Conquista são sujeitos que se encontram para juntos transformarem o mundo, a União, a Organização e a Síntese Cultural em que afirma que a ação cultural pode estar a serviço da libertação dos homens ao bater de frente com a cultura alienada e alienante.

CITAÇÕES:

Página:

16

(...) Humanização e desumanização, dentro da história, num contexto real, concreto, objetivo, são possibilidades dos homens como seres inconclusos e conscientes de sua inconclusão.

Página:

18

“O “medo da liberdade”, de que se fazem objeto os oprimidos, medo da liberdade que tanto pode conduzilos a pretender ser opressores também, quanto pode mantê-los atados ao status de oprimidos, é outro aspecto que merece igualmente nossa reflexão.”

Página:

19

“Sofrem uma dualidade que se instala na “interioridade” do seu ser. Descobrem que, não sendo livres, não chegam a ser autenticamente. Querem ser, mas temem ser. São eles e ao mesmo tempo são o outro introjetado neles, como consciência opressora. Sua luta se trava entre serem eles mesmos ou serem duplos. Entre expulsarem ou não ao opressor de “dentro” de si. Entre se desalienarem ou se manterem alienados. Entre seguirem prescrições ou terem opções. Entre serem espectadores ou atores. Entre atuarem ou terem a ilusão de que atuam, na atuação dos opressores. Entre dizerem a palavra ou não terem voz, castrados no seu poder de criar e recriar, no seu poder de transformar o mundo.”

Página:

20

“Parece-nos muito claro, não apenas neste, mas noutros momentos do ensaio que, ao apresentarmos esta radical exigência – a da transformação objetiva da situação opressora – combatendo um imobilismo subjetivista que transformasse o ter consciência da opressão numa espécie de espera paciente de que um dia a opressão desapareceria por si mesma, não estamos negando o papel da subjetividade na luta pela modificação das estruturas.”

Página:

32

“Deste modo, a presença dos oprimidos na busca de sua libertação, mais que pseudo-participação, é o que deve ser: engajamento.”

Página:

34

“Não é de estranhar, pois, que nesta visão “bancária” da educação, os homens sejam vistos como seres da adaptação, do ajustamento. Quanto mais se exercitem os educandos no arquivamento dos depósitos que lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em si a consciência critica de que resultaria a sua inserção no mundo, como transformadores dele. Como sujeitos.

 Quanto mais se lhes imponha passividade, tanto mais ingenuamente, em lugar de transformar, tendem a adaptar-se ao mundo, à realidade parcializada nos depósitos recebidos. ”

Página:

36

“Esta é uma concepção que, implicando numa prática, somente pode interessar aos opressores que estarão tão mais em paz, quanto mais adequados estejam os homens ao mundo. E tão mais preocupados, quanto mais questionando o mundo estejam os homens.”

Página:

39

“O antagonismo entre as duas concepções, uma, a “bancária”, que serve à dominação; outra, a problematizadora, que serve à libertação, toma corpo exatamente aí. Enquanto a primeira, necessariamente, mantém a contradição educador-educandos, a segunda realiza a superação.

 Para manter a contradição, a concepção “bancária” nega a dialogicidade como essência da educação e se faz antidialógica; para realizar a superação, a educação problematizadora – situação gnosiológica – afirma a dialogicidade e se faz dialógica.”

Página:

41

“Mais uma vez se antagonizam as duas concepções e as duas práticas que estamos analisando. A “bancária”, por óbvios motivos, insiste em manter ocultas certas razões que explicam a maneira como estão sendo os homens no mundo e, para isto, mistifica a realidade. A problematizadora, comprometida com a libertação, se empenha na desmitificação. Por isto, a primeira nega o diálogo, enquanto a segunda tem nele a indispensával relação ao ato cognoscente, desvelador da realidade.

A primeira “assistencializa”; a segunda, criticiza. A primeira, na medida em que, servindo à dominação, inibe a criatividade e, ainda que não podendo matar a intencionalidade da consciência como um desprender-se ao mundo, a “domestica”, nega os homens na sua vocação ontológica e histórica de humanizar-se. A segunda, na medida em que, servindo à libertação, se funda na criatividade e estimula a reflexão e a ação verdadeiras dos homens sobre a realidade, responde à sua vocação, como seres que não podem autenticar-se fora da busca e transformação criadora.”

Pagina:

44

“A existência, porque humana, não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar.  Não e no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.”

Pagina:

46

“A auto-suficiência é incompatível com o diálogo. Os homens que não têm humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do povo. Não podem ser seus companheiros de pronúncia do mundo. Se alguém não é capaz de sentir-se e saber-se tão homem quanto os outros, é que lhe falta ainda muito que caminhar, para chegar ao lugar de encontro com eles. Neste lugar de encontro, não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos: há homens que, em comunhão, buscam saber mais.”

Pagina:

48

“Para o educador-educando, dialógico, problematizador, o conteúdo programático da educação não é uma doação ou uma imposição – um conjunto de informes a ser depositado nos educandos, mas a revolução organizada, sistematizada e acrescentada ao povo, daqueles elementos que este lhe entregou de forma desestruturada.”

Pagina:

48

A educação autêntica, repitamos, não se faz de “A” para “B” ou de “A” sobre “B”, mas de “A” com “B”, mediatizados pelo mundo. Mundo que impressiona e desafia a uns e a outros, originando visões ou pontos de vista sobre ele. Visões impregnadas de anseios, de dúvidas, de esperanças ou desesperanças que implicitam temas significativos, à base dos quais se constituirá o conteúdo programático da educação. Um dos equívocos de uma concepção ingênua do humanismo, está em que, na ânsia de corporificar um modelo ideal de “bom homem”, se esquece da situação concreta, existencial, presente, dos homens mesmos. “O humanismo consiste, (diz Furter) em permitir a tomada de consciência de nossa plena humanidade, como condição e obrigação: como situação e projeto.”

Pagina:

58

“Não posso investigar o pensar dos outros, referido ao mundo se não penso. Mas, não penso autenticamente se os outros também não pensam. Simplesmente, não posso pensar pelos outros nem para os outros, nem sem os outros. A investigação do pensar do povo não pode ser feita sem o povo, mas com ele, como sujeito de seu pensar. E se seu pensar é mágico ou ingênuo, será pensando o seu pensar, na ação, que ele mesmo se superará. E a superação não se faz no ato de consumir idéias, mas no de produzi-ias e de transformá-las na ação e na comunicação.”

Pagina:

58

“Quanto mais investigo o pensar do povo com ele, tanto mais nos educamos juntos. Quanto mais nos educamos, tanto mais continuamos investigando.

 Educação e investigação temática, na concepção problematizadora da educação, se tornam momentos de um mesmo processo.

Enquanto na prática “bancária” da educação, anti-dialógica por essência, por isto, não comunicativa, o educador deposita no educando o conteúdo programático da educação, que ele mesmo elabora ou elaboram para ele, na prática problematizadora, dialógica por excelência, este conteúdo, que jamais é “depositado”, se organiza e se constitui na visão do mundo dos educandos, em que se encontram seus “temas geradores”.”

Pagina:

70

“A tão conhecida afirmação de Lênin:1 “Sem teoria revolucionária não pode haver movimento revolucionário” significa precisamente que não há revolução com verbalismo, nem tampouco com ateísmo, mas com práxis, portanto, com reflexão e ação incidindo sobre as estruturas a serem transformadas.”

Pagina:

72

“Estamos convencidos de que o diálogo com as massas populares é uma exigência radical de toda revolução autêntica. Ela é revolução por isto. Distingue-se do golpe militar por isto. Dos golpes, seria uma ingenuidade esperar que estabelecessem diálogo com as massas oprimidas. Deles, o que se pode esperar é o engodo para legitimar-se ou a força que reprime.”

Pagina:

78

“Daí que os opressores desenvolvam uma série de recursos através dos quais propõem à. “admiração” das massas conquistadas e oprimidas um falso mundo. Um mundo de engodos que, alienando-as mais ainda,

as mantenha passivas em face dele. Daí que, na ação da conquista, não seja possível apresentar o mundo como problema, mas, pelo contrário, como algo dado, como algo estático, a que os homens se devem ajustar.”

Página:

79

“Daí que toda ação que possa, mesmo incipientemente, proporcionar as classes oprimidas o despertar para que se unam é imediatamente freada pelos opressores através de métodos, inclusive, fisicamente violentos.

Conceitos como os de união, de organização, de luta, são timbrados, sem demora, como perigosos. E realmente o são, mas, para os opressores. É que a participação destes conceitos é indispensável à ação libertadora.”

Págna:

83

“Através da manipulação, as elites dominadoras vão tentando conformar as massas populares a seus objetivos. E, quanto mais imaturas, politicamente, estejam elas (rurais ou urbanas) tanto mais facilmente se deixam manipular pelas elites dominadoras que não podem querer que se esgote seu poder.”

Página:

86

“Desrespeitando as potencialidades do ser a que condiciona, a invasão cultural é a penetração que fazem os invasores no contexto cultural dos invadidos, impondo a estes sua visão do mundo, enquanto lhes freiam a criatividade, ao inibirem sua expansão.”

Página:

97

“Daí que, ao contrário do que ocorre com a conquista, na teoria antidialógica da ação, que mitifica a realidade para manter a dominação, na colaboração, exigida pela teoria dialógica da ação, os sujeitos dialógicos se voltam sobre a realidade mediatizadora que, problematizada, as desafia. A resposta aos desafios da realidade problematizada é já a ação dos sujeitos dialógicos sobre ela, para transformá-la.”

Página:

“Se, na teoria antidialógica da ação, se impõe aos dominadores, necessariamente, a divisão dos oprimidos com que, mais facilmente, se mantém a opressão, na teoria dialógica, pelo contrário, a liderança se obriga ao esforço incansável da união dos oprimidos entre si, e deles com ela, para a libertação.”

Página: 104

“O que pretende a ação cultural dialógica, cujas características estamos acabando de analisar, não pode ser o desaparecimento da dialeticidade permanência-mudança (o que seria impossível, pois que tal desaparecimento implicaria no desaparecimento da estrutura social mesma e o desta, no dos homens) mas superar as contradições antagônicas de que resulte a libertação dos homens.”

Página:

105

“Na invasão cultural, os espectadores e a realidade, que deve ser mantida como está, são a incidência da ação dos atores. Na síntese cultural, onde não há espectadores, a realidade a ser transformada para a libertação dos homens é a incidência da ação dos atores.

Isto implica em que a síntese cultural é a modalidade de ação com que, culturalmente, se fará frente à força da própria cultura, enquanto mantenedora das estruturas em que se forma. Desta maneira, este modo de ação cultural, como ação histórica, se apresenta como instrumento de superação da própria cultura alienada e alienante. Neste sentido é que toda revolução, se autêntica, tem de ser também revolução cultural.”

INDICAÇÃO DA OBRA: Interessados no tema Educação

LOCAL: Paranaguá/PR

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