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LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

Por:   •  22/8/2017  •  Resenha  •  1.504 Palavras (7 Páginas)  •  178 Visualizações

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          Atualmente, muito se tem discutido sobre a avalia��o no contexto escolar. Busca-se uma verdadeira defini��o para o seu significado, justamente porque esse tem sido um dos aspectos mais problemticos na prtica pedaggica.
          Apesar de ser a avalia
��o uma prtica social ampla, pela prpria capacidade que o ser humano tem de observar, refletir e julgar, na escola sua dimenso no tem sido muito clara. Ela vem sendo utilizada ao longo das dcadas como atribui��o de notas, visando a promo��o ou reprova��o do aluno.
          Sabe-se que a educa
��o  um direito de todos os cidados, assegurando-se a igualdade de oportunidades (Constitui��o Brasileira). Inseridas neste contexto, ao estudarem, as pessoas passam muitas e muitas vezes pela avalia��o, cujos aspectos legais norteiam o processo educacional atravs dos regimentos escolares. Assim, as avalia��es so tidas como obrigatrias e, atravs delas,  expresso o "feedback" pelo qual se define o caminho para atingir os objetivos pessoais e sociais.
          Hoje a avalia
��o, conforme define Luckesi (1996, p. 33), " como um julgamento de valor sobre manifesta��es relevantes da realidade, tendo em vista  uma tomada de deciso". Ou seja, ela implica um juzo valorativo que expressa qualidade do objeto, obrigando, conseqentemente, a um posicionamento efetivo sobre o mesmo.
          A avalia
��o no contexto educativo, quer se dirija ao sistema em seu conjunto quer a qualquer de seus componentes, corresponde a uma finalidade que, na maioria das vezes, implica tomar uma srie de decises relativas ao objeto avaliado.
          A finalidade da avalia
��o  um aspecto crucial, j que determina, em grande parte, o tipo de informa��es consideradas pertinentes para analisar os critrios tomados como pontos de referncia, os instrumentos utilizados no cotidiano da atividade avaliativa.
          Nem sempre o professor tem definido os objetivos que quer alcan
ar com seus alunos. Nesse sentido, a avalia��o muitas vezes tem sido utilizada mais como instrumento de poder nas mos do professor, do que como feedback para os seus alunos e para o seu
pr
prio trabalho. Na realidade,  comum ouvir dos professores, os famosos "chaves" sempre indicando o desempenho ruim de alguns alunos, esquecendo-se de que esse desempenho pode estar ligado a outros fatores que no s o contexto escolar.
          Segundo Sant'Anna (1995, p. 27), "h
 professores radicais em suas opinies, s eles sabem, o aluno  imbecil, cuja presena s serve para garantir o miservel salrio detentor do poder".
          Nos dias de hoje, sabe-se que o professor tem "fortes concorrentes": a televis
o, videocassete, computador, e aquele, em contrapartida, na sala de aula, tem o quadro negro e o giz. No seria pertinente  pensar na questo da utiliza��o dos recursos no dia-a-dia, explorando mais o que o aluno tem fora, em casa, no s para as suas aulas, mas tambm para o processo de avalia��o? Ezpeleta & Rockwell (1986, p. 25) declaram que "o conhecimento que um professor desenvolve ao trabalhar com um grupo de criana, incorpora necessariamente elementos de outros domnios de sua vida".
          Na realidade, muitos professores fazem uso da avalia
��o, cobrando contedos aprendidos de formas mecnicas, sem muito significado para o aluno. Chegam  at mesmo a utilizar a ameaa, vangloriam-se de reprovar a classe  toda e/ou realizar vingana contra os alunos inquietos, desinteressados, desrespeitosos, levando estes e seus familiares ao desespero.
          Enfatiza Hoffmann (1993) que geralmente os professores se utilizam da avalia
��o para verificar o rendimento dos alunos, classificando-os como bons, ruins, aprovados e reprovados. Na avalia��o com fun��o simplesmente classificatria, todos os instrumentos so utilizados para aprovar ou reprovar o aluno, revelando um lado ruim da escola, a excluso. Segundo a autora, isso acontece pela falta de compreenso de alguns professores sobre o sentido da avalia��o, reflexo de sua histria de vida como aluno e professor.
          De acordo com Moretto (1996, p. 1) a avalia
��o tem sido um processo angustiante para muitos professores que utilizam esse instrumento como recurso de represso e alunos que identificam a avalia��o como o "momento de acertos de contas", "a hora da verdade", "a hora da tortura".
         
Percebe-se que a avalia��o tem sido utilizada de forma equivocada pelos professores. Estes do sua sentena final de acordo com o desempenho do aluno.
          Luckesi (1996) alerta que a avalia
��o com fun��o classificatria no auxilia em nada o avano e o crescimento do aluno e do professor, pois constitui-se num instrumento esttico e frenador de todo o processo educativo. Segundo o autor, a avalia��o com fun��o diagnstica, ao contrrio da classificatria, constitui-se num momento dialtico do processo de avanar no desenvolvimento da a��o e do crescimento da autonomia.
          Essa problem
tica em torno da avalia��o ocorre no s na educa��o infantil, mas no ensino regular, mdio e superior. E a exigncia de um processo formal de avalia��o surge por presses das famlias.
          Exercendo a fun
��o de avaliador, deve-se ter claro o desenvolvimento integral do aluno pois, segundo Jersild (apud Sant"Anna, 1995, p. 24, "a autocompreenso e a auto aceita��o do professor constituem o requisito mais importante em todo o esforo destinado a ajudar os alunos a se compreenderem e forjar neles atitudes sadias de auto-aceita��o".
          O professor deve ver seu aluno como um ser social e pol
tico, construtor do seu prprio conhecimento. Deve perceb-lo como algum capaz de estabelecer uma rela��o cognitiva e afetiva com o seu meio, mantendo uma a��o interativa capaz de uma transforma��o libertadora e propiciando uma vivncia harmoniosa com a realidade pessoal e social que o envolve. O professor dever, ainda, ser o "mediador" entre o aluno e o conhecimento, proporcionando-lhe os conhecimentos sistematizados. Assim, nessa viso, o professor deixa de ser considerado "o dono do saber" e o aluno, um mero receptor de informa��es.
          O ato de avaliar n
o pode ser entendido como um momento final do processo em que  se verifica o que o aluno alcanou. A questo no est, portanto, em tentar uniformizar o comportamento do aluno, mas em criar condi��es de aprendizagem que permitam
a ele, qualquer que seja seu n
vel, evoluir na constru��o de seu conhecimento.
          A avalia
��o tem um significado muito profundo,  medida que oportuniza a todos os envolvidos no processo educativo momentos de reflexo sobre a prpria prtica. Atravs dela, direciona o trabalho, privilegiando o aluno como um todo, como um ser social com suas necessidades prprias e tambm possuidor de experincias que devem ser valorizadas na escola. Devem ser oportunizados aos alunos os conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade.
          Nesse sentido, faz-se necess
rio redimensionar a prtica de avalia��o no contexto escolar. Ento, no s o aluno, mas o professor e todos os envolvidos na prtica pedaggica podem, atravs dela, refletir sobre sua prpria evolu��o na constru��o do conhecimento.
          O educador deve ter, portanto, um conhecimento mais aprofundado da realidade na qual vai atuar, para que o seu trabalho seja din
mico, criativo, inovador. Assim, colabora para um sistema de avalia��o mais justo que no exclua o aluno do processo de ensino-aprendizagem, mas o inclua como um ser crtico, ativo e participante dos momentos de transforma��o da sociedade.


REFER
NCIAS BIBLIOGRFICAS

BRASIL. Constitui
��o.  Constitui��o da Repblica Federativa do Brasil: 1988.  So Paulo : Saraiva 1988.
EZPELETA, Justa,  ROCKWELL, Elsie.
Pesquisa participante. So Paulo : Cortez, 1986.
HOFFMANN, Jussara.
Avalia��o mito & desafio:  uma perspectiva construtiva.  11. ed.  Porto Alegre :  Educa��o & Realidade, 1993.
LUCKESI, C. C. 
Avalia��o da aprendizagem escolar. 4. ed.  So Paulo : Cortez, 1996.
MORETTO, Vasco.  Avalia
��o da aprendizagem: uma rela��o tica.  In: VI CONGRESSO PEDAGGICO DA ANEB. Braslia,
     1996.  ( Palestra).
SANT'ANNA, Ilza Martins. 
Por que avaliar? Como Avaliar? critrios e instrumentos.  Petrpolis : Vozes, 1995.

 

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