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O Fichamento Comentado Livro Educação como Exercício do Poder

Por:   •  12/7/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.609 Palavras (11 Páginas)  •  149 Visualizações

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PARO, Victor Henrique. Educação como exercício do poder: crítica ao senso comum em educação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2010. (Coleção questões da nossa época v. 4)

“Para a imensa maioria das pessoas a aparência da relação entre dois indivíduos que se comunicam é que acaba por prevalecer, e se acredita que educação (ou ensino) é simples passagem de conhecimentos e informações de quem sabe para quem não sabe”. (PARO, 2010, p.21)

Na visão do senso comum educação é sinônimo de ensino, definindo então como somente passagem de conhecimentos e informações, tendo como princípio um indivíduo que “ensina” a um outro sujeito, ocorrendo apenas essa corrente de informações, o educador acaba se tornando esse mediador de informações. Sendo assim a educação se torna um ensino individual, não havendo interação entre as duas partes, apenas o professor que ensina e o aluno que tem o dever de decorar o que é ensinado.

Olhar a educação como uma simples passagem de conhecimento e informações é privar o indivíduo de se enriquecer de sua cultura, sendo essa cultura um mix de conhecimentos, informações, valores, crenças, ciência, costumes, entre outros gerados pela natureza do homem.

 

“[...] A forma de educar consiste predominantemente na passagem verbalizada (oral ou escrita) de conhecimentos e de informações de quem educa para quem é educado. Nesse processo, o mais importante é o conteúdo a ser transmitido, aparecendo o educador como simples provedor dos conhecimentos e informações e o educando como simples receptáculo desses conteúdos”. (PARO, 2010, p.21)

O autor enfatiza mais adiante em seu livro que os métodos e procedimentos de ensino são basicamente os mesmos, se tornando apenas uma exposição de conhecimentos e informações. Um ensino ausente de qualidade e quantidade, já que o principal é somente a transmissão desse conteúdo.

A metodologia desse ensino básico é onde em uma aula do curso superior ou de ensino fundamental contém a mesma forma de ensino, o professor explica o conteúdo para os alunos sentados, não havendo diálogo entre professor e aluno. Se tornando uma relação unilateral, um ensino desgastado, não despertando no aluno o interesse de estudar, mas somente a obrigação de decorar o conteúdo proposto pelo professor, se tornando um bom aluno quando responde aos seus testes com respostas decoradas igual ao que o professor ensinou. O aluno não adquiri conhecimento, apenas decora assuntos, que futuramente podem ser esquecidos já que terão que decorar outros conteúdos.

O autor cita em outra obra “Nas escolas existem ainda indícios de uma escola tradicional, que seria aquela que transmite “conhecimentos” aos alunos, que o recebem de forma passiva, somente absorvendo tais informações. Não podendo dialogar, questionar aquilo que foi dito, apenas aceitar. Quanto mais informações o aluno memorizar, se sairá melhor na escola”. (PARO, 2008, p.20)

“A necessidade da educação se dá precisamente porque, embora autor da história pela produção da cultura, o homem ao nascer encontra-se inteiramente desprovido de qualquer traço cultural. [...] É pela apropriação dos elementos culturais, que passam a constituir sua personalidade viva, que o homem se faz homem-histórico”. (PARO, 2010, p.25)

Paro fala que pensar no homem como o objetivo da educação exige, antes de tudo, ter clareza a respeito de sua especificidade histórica. Sendo assim para ele o que capacita o homem a se tornar histórico é a sua condição de sujeito, pois é como sujeito que o homem se diferencia do restante da natureza. Como sujeito o homem se desprende de sua condição natural e age na criação de valores, revelando o seu caráter ético.

Sendo assim, o homem faz história ao produzir cultura. A educação então engloba a cultura humana, auxiliando o homem a se tornar humano, transmite conteúdos de suas culturas.

“Para a educação, a principal implicação dessa condição política do humano diz respeito ao tipo de sociedade que se tem em mente em termos políticos e, por conseguinte, ao tipo de homem político que se pretende formar. [...] tornar o homem histórico como o objetivo da educação implica formá-lo como cidadão, afirmando-o em sua condição de sujeito e preparando-o para atuar democraticamente em sociedade”. (PARO, 2010, p.27-28)

Paro ainda afirma que o objetivo da educação implica em formar o homem como cidadão, o preparando para atuar democraticamente em sociedade, ou seja visando na ação do homem na sociedade. A educação se torna condução na formação de um homem político.

“Mas quando o conteúdo envolve toda a cultura, em que, além de conhecimentos e informações, acham-se contemplados valores, condutas, crenças, gosto artístico etc., fica muito mais evidente que os métodos de ensino precisam incorporar a participação ativa do educando”. (PARO, 2010, p.29)

Aqui o ensino não se faz somente pela explicação de conteúdos didáticos de uma escola tradicional, como aritmética ou geografia, o que se espera é que a escola ensine mais do que conhecimentos e informações. A escola deve ser portadora de valores que pretende desenvolver e ser capaz de oferecer ao educando, ou seja, a formação total de um indivíduo, juntando os conteúdos e cultura. Sendo necessário mudar sua pratica metodológica.

“... o educando só aprende se quiser. Diante disso, o que há a fazer é buscar formas de levar o aluno a querer aprender”. (PARO, 2010, p.30)

Já que o educando só aprende se quiser, é preciso fazer um ensino intrinsecamente desejável, sendo necessário que o professor precisa levar o aluno a aprender. Havendo a necessidade de proporcionar uma educação diferenciada, contendo a liberdade do pensar do aluno. Deixando o educador de ser um mero explicador de conteúdo e o educando um receptor dessas explicações.

No momento que o conteúdo ensinado se torna obrigação para o aluno, o interesse de aprender é menor, já que o mesmo tem a obrigação de decorar conteúdos e responder atividade e testes proposto pelo professor, contendo as repostas de acordo com que o professor quer.

“Não basta conhecer determinado conteúdo e “explicá-lo” a seus alunos, é preciso saber como ensinar os conteúdos da cultura de modo a que se alcance a formação da personalidade do educando. Não basta gostar do trabalho que exerce, é preciso ter consciência política de sua função e do que ela representa na construção de seres democráticos para uma sociedade democrática”. (PARO, 2010, p.32)

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