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O Ponto de Partida

Por:   •  3/4/2020  •  Artigo  •  2.044 Palavras (9 Páginas)  •  91 Visualizações

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Atuei como docente na educação básica em 1990, anteriormente a esta experiência, atuei também como estagiária durante os 3 anos do meu curso técnico de Formação de Professores, totalizando 4 anos de experiência. A princípio, confesso que não foi amor à primeira vista, pois percebi que trabalhar com crianças tão pequenas não era exatamente uma habilidade que mostrava-se em evidência em minha jornada profissional. Formei-me muito jovem ainda e não tive muito estímulo a permanecer na área da educação.

Por conseguinte, pela necessidade de buscar o meu sustento, fui incentivada pelos meus familiares a inserir-me no mercado de trabalho e distanciei-me por completo da área acadêmica mergulhando de cabeça no mundo corporativo em que atuei por mais de 20 anos, trabalhando incessantemente. Cursei Direito por 5 períodos, mas não consegui concluir. Tinha um sonho de tornar-me juíza, mas percebi que também não esforcei-me o suficiente para que pudesse realizar o meu sonho. Em seguida, ingressei na faculdade de Letras e felizmente tive a felicidade de me formar. Sou de uma família muito humilde em que poucos conseguiram ao menos completar o ensino médio.

Inicialmente, tive uma enorme dificuldade de ter a primeira oportunidade em uma instituição de ensino. A direção das escolas não demonstraram interesse em disponibilizar uma vaga para uma pessoa como eu, com mais de 40 anos, e que havia acabado de concluir o ensino superior que não possuía indicação e tampouco experiência na área. Após muito esforço e disciplina, finalmente tive a primeira porta aberta em que eu pudesse atuar de verdade.

Comecei a trabalhar nesta instituição de ensino em 2017, mas frustrei-me ao perceber que seria um trabalho com crianças, 3º e 4º ano do Ensino Fundamental I. Adoro crianças, mas definitivamente não levo muito jeito com elas. Por outro lado, não poderia fazer escolhas, pois precisava manter o meu trabalho atuando da melhor forma possível. A minha postura inicial era de uma colaboradora atuando na área corporativa, pois não conseguia ficar à vontade na sala de aula, mas executava minhas tarefas de forma precisa e pontual. Creio que a maturidade também contribui para que sejamos pacientes e perseverantes em nossos projetos e ideais.

Outrossim, percebi que apenas os 4 anos acadêmicos do curso de Letras ainda eram insuficientes para que eu pudesse conseguir algo melhor na minha área. Portanto, comecei a inovar em meus projetos, perguntar e ser mais participativa na escola. Minha vasta experiência trabalhando tantos anos na indústria com tanta disciplina contribuiu significativamente para que em menos de 3 meses, cooperando nesta mesma escola, conseguisse a primeira oportunidade de lecionar nas turmas de Fundamental II e Ensino Médio.

Percebo diariamente, contribuindo em sala de aula, que devemos estar sempre em busca de conhecimento. É inconcebível que um professor não perceba o quão importante deve ser que ele se renove através da leitura, estudo e tantas outras fontes de conhecimento que sejam atuais, relevantes e confiáveis. Considero fundamental as experiências vividas pelo docente na construção de seu saber. Entendo ainda que estas experiências não se dissociam das vivências em sala de aula. Os alunos são surpreendentes em seus questionamentos. Devemos levar em consideração as suas próprias experiências que nos enriquecem e nos motivam com ideias inovadoras.

O nosso mundo tem sido marcado por grandes mudanças, logo percebo permanentemente em sala de aula que os alunos não conseguem se concentrar durante muito tempo em uma mesma atividade. Ouço relatos diários de desânimo e falta de estímulo que permeiam as salas de aula. Por outro lado, percebo também que os discentes estão acostumados a receber respostas prontas. Não conseguem, muita das vezes, compreender e interpretar um texto com absoluta convicção daquilo que de fato estão fazendo. Cabe a escola, portanto, motivá-los em perceber como esta nova necessidade poderá ser explorada no dia a dia e como esta habilidade poderá contribuir e ajudá-los em todas as disciplinas.

É necessário que tenhamos a consciência de que existe uma ferramenta poderosíssima que contribui de forma essencial no processo de aprendizagem. A tecnologia tornou-se o grande advento dos últimos tempos. É claro que precisamos orientá-los sobre a melhor forma de buscar conhecimento através de fontes que sejam de fato seguras. Além disso, os alunos ainda não são bem orientados a trazer respostas que de fato sejam essenciais e significativas. As poderosas teclas  “Ctr-c e Ctrl-v” não possibilitam que o alunos se aprofundem em suas pesquisas.

É preciso, além disso, considerar que este tipo de processo ocorre nas mais diversas esferas educacionais, sociais e culturais. Recentemente, trabalhando como regente em uma turma de 6º ano, encaminhei para eles uma atividade em que eles pudessem buscar o significado de algumas palavras, expressões e gírias em dicionários específicos. Percebi que muitos buscaram a ajuda do poderosíssimo “Google”. Acho que podemos sim utilizar a internet a nosso favor, mas nesta faixa etária, é necessário que haja o acompanhamento dos pais, que infelizmente são omissos com seus filhos neste processo de aprendizagem. Percebi que nesta busca, eles colocavam o primeiro significado que encontravam pela frente. Não tiveram o trabalho de avaliar o contexto destas palavras. E pensar que há alguns anos atrás precisávamos ir à biblioteca e pesquisar em vários livros. O interessante é que aprendíamos ou não. Mas conseguíamos de fato absorvermos algum conhecimento válido.

No entanto, analisando outro caso, na universidade tive a triste experiência de alocar no grupo uma colega que agiu de forma irresponsável copiando vários artigos de diferentes sites como contribuição para o nosso trabalho. A professora e tutora de nossa disciplina descobriu após criteriosa análise e teve a delicadeza de informar que deveríamos refazer todo o trabalho e que plágio era inadmissível dentro de uma área acadêmica. Achei vergonho, mas a experiência nos faz refletir sobre o melhor caminho a ser seguido. É claro que a punimos retirando-a do grupo em outros trabalhos.

Por outro lado, temos o mundo na palma de nossas mãos. Através de um dispositivo móvel e uma boa internet, conseguimos ter acesso todo tipo de informação. Isso é incrível, pois é possível lermos sobre os mais diversos assuntos que são retratados em diferentes portais. Em uma análise mais profunda e providos de uma certa experiência, é possível aproveitarmos e aprendermos ao máximo através de uma pesquisa séria e mais aprofundada sobre os mais diversos assuntos.

Na sala de aula, de uma escola privada, tenho normalmente a liberdade de adequar a metodologia e os recursos audiovisuais que são permitidos de forma que contribua no processo natural de aprendizagem. A motivação deve ser imprescindível para que professor e alunos sintam-se estimulados. Os bons resultados de aprendizagem só serão possíveis partindo do pressuposto que os alunos possam contribuir a ampliação de ideias através de pergunta, discussão, comparação e análise de casos. Creio que seja indispensável valorizarmos o processo contínuo de aprendizagem que não seja amparado apenas em avaliações como teste e prova.

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