O Projeto Integrador

PROJETO INTEGRADOR DE COMPETÊNCIAS EM PEDAGOGIA I

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EJA – Vai além de uma discussão das questões pedagógicas

Introdução 

As diferenças sociais na sociedade brasileira entre brancos e negros são nítidas e podemos observar isso no dia a dia. E além do aspecto econômico, no qual os negros possuem rendimentos mais baixos, são os que estão em maiores vulnerabilidades nos campos da saúde, moradia e educação, que mostram essa desigualdade na garantia de direitos para a população negra.

Ao pensarmos sobre a evasão escolar, temos que pensar no decorrer da história, que podemos observar a trajetória de luta da mulher para ocupar seu lugar na sociedade. Historicamente, as mulheres foram educadas para constituir família, ser responsáveis pelos afazeres domésticos, provedoras dos filhos e a educação escolar era privilégios para poucos e ainda para os homens. Mas, neste contexto temos a mulher negra, num país que se favoreceu do trabalho escravo por quase quatro séculos, deixando esse povo a margem, na miséria, sem trabalho, sem possibilidade de sobrevivência em condições dignas.

O ano de 1950 foi marcado por um intenso debate sobre a educação brasileira com muitos movimentos sociais que traziam propostas para a organização de um sistema nacional de ensino mais democrático e popular, que superasse as desigualdades socioculturais, formasse cidadãos conscientes de seus direitos e preparados para desafios econômicos, pois o Brasil estava com índices de analfabetismo alarmantes. 

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Educação 2019), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): 71,7% dos jovens fora da escola são negros e o analfabetismo para esse grupo chega no percentual chega a 8,9%. A Educação de jovens e adultos (EJA), passou por diversas modificações na história do Brasil, tantos nos aspectos legais, quanto em sua concepção formativa e educacional. O EJA tem a função histórico-político-social, pois sua finalidade é reparar, equalizar e qualificar, ele perpassa as questões pedagógica.

Segundo os resultados de um recorte educacional da PNAD feito pelo IBGE, no que se refere à análise por sexo, do total daqueles que frequentavam ou frequentaram anteriormente a EJA, 53% eram mulheres. Com relação ao rendimento, o maior percentual de pessoas que frequentavam EJA, na época da pesquisa, 3,0%, foi daquelas que estavam na faixa de até ¼ do salário mínimo e as que não tinham rendimento foi de 2,6%. A maioria dos que cursavam EJA era formada por pessoas que se declaravam pardas (47,2%) e negras (10,5%). (a combinação desses grupos forma a classificação negra, segundo o IBGE)

A perspectivas no retorno a rotina escolar por parte das mulheres, apresenta objetivos individuais, como melhores empregos, adquirirem liberdade financeira, contato com a sociedade, buscar novas condições de vida para si e para sua família ou até mesmo assinar o próprio nome. Outro motivo de retorno muito comum, está ligado a uma característica frequente que é baixa auto estima que muitas vezes reforçada pelo fracasso escolar, ao ter que abandonar os estudos por ter que ir trabalhar, necessidade de cuidar dos filhos ou até mesmo pela proibição do marido.

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