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OS BENEFÍCIOS DA INCLUSÃO DE ALUNOS SURDOS PROPORCIONAM PARA OS ALUNOS OUVINTES, NO ENSINO FUNDAMENTAL

Por:   •  16/10/2015  •  Artigo  •  4.715 Palavras (19 Páginas)  •  482 Visualizações

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A INCLUSÃO

OS BENEFÍCIOS DA INCLUSÃO DE ALUNOS SURDOS PROPORCIONAM PARA OS ALUNOS OUVINTES, NO ENSINO FUNDAMENTAL¹

Beatriz Valéria Donadel²

Simone Hornung Kohler³

RESUMO

        A possibilidade da educação inclusiva vem avançando nos últimos anos, com força especial desde a publicação da Declaração de Salamanca, fruto da Conferência de Salamanca, na Espanha, em 1994. Partindo desde viés, o presente artigo discute a realidade da inclusão de alunos surdos, estudando um caso na Escola Estadual Manoel Antônio da Cunha, município da Lapa, no Paraná.

        Analisar como se dá a inclusão, os benefícios proporcionados tanto para o surdo quanto para os ouvintes, oferecendo uma oportunidade a todos de convivência com a diferença e qual é a vantagem para todos de estarem juntos na escola regular é a razão deste estudo. Com este trabalho, foram levantadas algumas dificuldades para os envolvidos na questão, dentro do ambiente escolar e foi proposta uma reflexão sobre comportamentos que são observados no cotidiano, a partir do momento que em uma classe escolar existe uma pessoa que tem como sua língua principal a libras – Língua Brasileira de Sinais – e como é possível a comunicação entre surdos e ouvintes, integrando as vivências e particularidades de cada um.

1 Artigo apresentado como TCC para o Curso de Pós-Graduação em Educação para a Inclusão da Diversidade Especial e Social, para obtenção do Título de Especialista.

2 Aluno(a) da telessala do município da Lapa, PR, sob matrícula de número 174169. E-mail: beetrees71@gmail.com

3 Aluno(a) da telessala do município Lapa, PR, sob matrícula de número 170566. E-mail: simonekohler@seed.pr.gov.br


INTRODUÇÃO

        Até muito pouco tempo, as escolas tinham uma maneira de trabalhar muito diferente da que podemos perceber atualmente. Os alunos que a frequentavam eram os que se dizia “normais”. Estudantes que apresentassem qualquer necessidade especial eram sempre conduzidos a estabelecimentos de ensino específicos, isso quando não permaneciam isolados em seus lares.

        Com a efetiva inclusão dos alunos especiais na escola regular, eis que o panorama vem se modificando todos os dias. Existem certas situações que só vão acontecer de fato quando a Lei assim o exigir, ou seja, as condições reais para que isso ocorra terão que ser criadas no caminhar da situação que já se instalou.

        Algo neste sentido vem acontecendo na inclusão educacional. Como qualquer aluno com necessidades específicas, também o aluno surdo chegou à escola regular quando ela e seus membros ainda não se sentiam totalmente preparados para recebê-lo. Os outros alunos e os educadores poderiam até conhecer pessoas surdas, mas muito poucos sabiam como é a sua realidade, como acontece sua maneira de se relacionar com o mundo, como se conversa em libras.

        O surdo chegou na escola regular na expectativa de ser acolhido e ansioso com a nova convivência. A escola, por sua vez, o recebeu preocupada em como seria o seu aprendizado, não apenas do conteúdo das disciplinas que são oferecidas, mas da socialização que a partir de então era oportunizada a todos.

        A escola em que foi realizado o trabalho de pesquisa que visa identificar como é a convivência dos alunos surdos com os demais e os benefícios da convivência comum trata-se de um estabelecimento do município de Lapa, no estado do Paraná, a escola estadual Manoel Antônio da Cunha, que oferta as quatro séries finais do ensino fundamental.

DESENVOLVIMENTO

O SUJEITO SURDO SE INTEGRA Á COMUNIDADE E À ESCOLA

        A Lei de diretrizes e Bases da Educação do Brasil – a LDB – nº 9394/1996, prevê que os educandos “portadores de necessidades especiais” deverão ser atendidos preferencialmente dentro da escola regular de ensino, havendo apoio especializado se for necessário (art. 58, parágrafo I).

        Neste sentido, dois anos antes, em 1994, a Declaração de Salamanca, fruto da Conferência de Salamanca, Espanha, promovida pela UNESCO, que contou com a participação do Brasil, tratou dos princípios que deveriam nortear a educação especial. A referida declaração chamou-se “Procedimentos-Padrões das Nações Unidas para a Equalização de Oportunidades para Pessoas Portadoras de Deficiências”

A escola regular de ensino começou a colocar em prática a inclusão muito recentemente. Este é um dos motivos de que ainda se discute como se dá a relação destes alunos inclusos com a comunidade escolar que os recebeu. Se tratando de alunos surdos, primeiramente se deve ter em mente que eles fazem uso de uma linguagem chamada libras (língua brasileira de sinais), reconhecida como língua oficial brasileira, tanto quanto a língua portuguesa. Tal direito é garantido pela lei nº 10.436/2002, que em seu art. 1º diz que “É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.” Uma vez que o surdo está amparado pela lei a usar Libras, então a comunidade em que ele está inserido, para recebê-lo e garantir a sua inclusão, necessariamente precisará conhecer a língua ou contar com intérpretes para que a comunicação se efetive. Nesta mesma lei, no art. 4º, parágrafo único, pode-se ler que “A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.”. Partindo disso, pode-se presumir que ao aluno surdo será oferecida uma educação bilíngue, ou seja, ele irá aprender libras e a língua portuguesa, esta última ao menos na forma escrita.

        A pessoa surda tem um desenvolvimento de comunicação e expressão um pouco diferente do ouvinte, já que não percebe ou pouco percebe sons. Entretanto, os seus outros sentidos lhe permitem perceber o mundo e a convivência com a família e as outras pessoas vai lhe permitindo interagir com elas. Para compensar a ausência do som, os gestos e expressões faciais vêm como mais importante meio de comunicação do surdo. Passos, Bastos e Gomes (2011, p. 106) defendem a proposta bilíngue – libras e língua portuguesa – como possibilidade de expressão do surdo, para que ele possa melhor se expressar e ser compreendido, a partir da aceitação e promoção da cultura surda. Ainda de acordo com as autoras (p. 107), a proposta bilíngue exige dedicação de todos os envolvidos, desde a família, passando pela escola e pelo poder público, pois terão que ser ofertadas as condições para que aconteça a inclusão do surdo na escola e na vida. Nos três primeiros anos de vida a criança já precisa ser colocada em contato com a libras e logo em seguida com a educação bilíngue. Em suas palavras,

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