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Observação do Desenvolvimento Infantil

Por:   •  17/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.016 Palavras (9 Páginas)  •  394 Visualizações

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UNIP – Universidade Paulista
Pedagogia – 1º Período

Observação do Desenvolvimento Infantil

São Paulo – 2016

Introdução

O presente trabalho vem apresentar estudos com relação à segunda infância, embasado em autoras como Helen Bee, Denise Boyd e Diane E. Papalia, com o intuito de compreender o desenvolvimento em diversas áreas durante este período. Para o seguinte estudo e atendendo a proposta para este trabalho, observamos a Mariana, de cinco anos e onze meses de idade, buscando observa-la em seu meio habitual, nos foram abertas as portas da escola EMEI “Aviador Edu Chaves” em que tivemos a oportunidade de presenciar a aluna agindo em diversas situações, possibilitando maior precisão ao aplicar o conteúdo estudado para realizar a observação.

A segunda infância

O processo de desenvolvimento da criança na segunda infância – de dois a seis anos de idade – apresenta diferentes campos, porém interligados, podemos perceber como o ambiente e o meio orgânico influenciam nesse momento de tamanho aprendizado, fase em que Denyse Boyd e Helen Bee denominam como “os anos pré-escolares”, no livro A Criança em Desenvolvimento – 12ª Edição.

A personalidade da criança é formada constantemente desde o nascimento, mas na segunda infância a criança vive o que Erik Erikson denomina como “Iniciativa versus Culpa”, principalmente nesse período, a criança procura cada vez mais “testar todos os limites”, pois percebe que as pessoas são seres autônomos (como poderemos perceber na linguagem e nas relações sociais) e tomam decisões sobre seu comportamento, porém entra em conflito com o desejo de agir independentemente e o medo da consequência inesperada do ato, a reação dos pais como resposta é de extrema importância para a formação de uma pessoa segura e independente, ou ao contrário.
Na segunda infância, mais especificamente entre três e cinco anos de idade, para Freud, se inicia a fase fálica, período em que as pulsões sexuais se concentram nos órgãos genitais, mas logo em seguida, aos seis anos, a criança tende a viver um período de latência onde canaliza essa energia sexual para as atividades como aprendizado e brincadeiras.

Em meio ao desenvolvimento, Boyd e Bee citam o processo de “laterização”, nome dado à fase em que a criança apresenta preferência por um lado em que tem mais habilidade, podendo ser destra, canhota ou ambidestra. O cérebro se torna mais eficiente, a criança tem uma maior capacidade de prestar atenção e uma capacidade de memória elevada, e há um refinamento nas habilidades. As autoras mostram que é esperado, por exemplo, que a criança salte, pule e tenha mais habilidade com jogos que utilizam bola (o que pode ajudar na canalização de energia na fase de latência e na socialização ao brincar com outras crianças).

Esta é uma fase em que as relações interpessoais são de extrema importância, pois segundo Boyd e Bee, é este o campo o qual o desenvolvimento cognitivo é estimulado, como verificou Charles Lewis, em um estudo com crianças que tem muitos irmãos ou tem contato frequente com adultos ou outros familiares, estas compreendiam melhor pensamentos e ações de outras pessoas comparadas àquelas que tinham um grupo de relação social mais restrito, paralelamente, Jenkins e Astington chegaram a similar conclusão além de constatarem maior facilidade de uma “teoria de mente representativa”.

A Teoria da Mente é mais sofisticada nessa fase da infância, pois permite a criança perceber e entender o comportamento das pessoas, influenciando diretamente no seu campo social e ajudando em suas interações, seja com os pais ou com outras crianças, também nesse período começam a aparecer grupo de amizades mais constantes entre si, e brincando juntas adquirem experiências permitindo maior crescimento cognitivo, pois se torna possível que elas conheçam diferentes opiniões e formas de agir, permitindo uma percepção de mundo com os outros e ela mesma, formando sua personalidade.

Toda esta interação é favorecida pela linguagem que também esta mais avançada, Boyd e Bee, relatam que a comunicação é facilitada, pois a criança já tem a capacidade de usar o tempo verbal no pretérito, plurais, frases passivas e formular perguntas, já Diane E. Papalia em seu livro Desenvolvimento Humano acrescenta que as crianças de três anos de idade, habitualmente, sabem e utilizam um vocabulário de novecentas palavras e compreendem a diferença entre “eu, você e nós”, começando a referir-se em primeira pessoa, e aos seis anos de idade esse número pode atingir em média duas mil palavras, por esta razão, entre cinco e sete anos a criança começa utilizar frases mais complexas e semelhante a dos adultos, mas ainda sim precisa de auxílio nos erros gramaticais como trocar “fazido” por “feito”, conforme o exemplo de Papalia.

Por fim, embora a segunda infância abranja de dois a seis anos de idade, podemos ver uma mudança significativa de uma criança de cinco anos em relação à de seis anos, segundo Boyd e Bee, podemos perceber uma criança mais responsável, capaz de entender ideias mais complexas e diz-se que é aos seis anos que a criança tem o primeiro ponto de inteligência, acrescentando que “O fato de que a educação escolar começa nessa idade parece refletir um reconhecimento implícito ou explicito dessa mudança fundamental” (BEE, 2011, p. 458). Além de apresentar o aumento no uso de estratégia cognitiva e ser menos atraída pelas aparências, não somente em relação aos objetos, mas também às pessoas, melhorando seu entendimento com próximo e consigo mesma, período de alta formação de um autoconceito. Contudo, é necessário sempre colaborar e incentivar o desenvolvimento da criança em todas as áreas amparando-a nesse processo de transição.

Observação da Mariana

Utilizamos para o seguinte estudo a EMEI “Aviador Edu Chaves”, tendo como foco a aluna Mariana, de cinco anos e onze meses de idade, observando-a durante todo o período de aula, envolvendo momentos dentro da sala de aula e em espaços externos, como o parque. Sempre com a preocupação de interferir o menos possível, permitindo assim que a criança não saísse de seu ambiente natural e que seguisse um dia de aula como de costume.

Desde a entrada foi observado que a aluna tem uma ótima atenção e organização, não sendo necessário comando ou ordem vindo da professora para que a aluna se situasse na fila (por ordem de tamanho). Durante o trajeto até a sala, Mariana interagia com os colegas, conversando animadamente sobre assuntos diversos. Ao chegar à sala de aula colocou-se em seu lugar sem dificuldades, aguardando assim as orientações da professora pra o inicio da aula.

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