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Pedagogia

Por:   •  30/4/2015  •  Resenha  •  2.172 Palavras (9 Páginas)  •  991 Visualizações

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A Ludicidade na Educação

As Bases teóricas da Educação Lúdica

    Na educação, muitas vezes entendemos que a melhor maneira de contribuir para analisar e transformar o processo de ensino aprendizagem seria encontrar uma fórmula que minimizasse o desinteresse, a falta de concentração, a indisciplina e as dificuldades de aprendizagem dos alunos, temas que constantemente preocupam os educadores. Nesse contexto, uma alternativa seria atuar pedagogicamente para encontrar formas de agir com os próprios meios, tomando como ponto de partida as partes e não o todo, enfrentando o desafio de educar com criatividade e responsabilidade, descobrindo maneiras mais interessantes de lidar com a realidade. Muitos profissionais da área educacional utilizam a ludicidade como um recurso pedagógico, como jogos e brincadeiras auxiliam a transposição dos conteúdos para o mundo do educando. Nesse sentido, a ludicidade, como elemento da educação, também é passível de demonstrar a evolução humana com base em suas interações sociais, culturais e motoras, pois o homem sempre teve em seu repertório as linguagens do brincar.

   Pesquisas têm apontado que, atualmente, há uma constante necessidade e a escola trabalhar conteúdos programáticos com aplicabilidade prática, correspondendo aos anseios de um aluno que hoje é mais questionador.  

    A função educacional da escola é ensinar e ter objetivos educacionais a atingir, o aluno nesse sentido, faz parte da elaboração e orientação rumo a esses objetivos, para chegar à construção do seu próprio conhecimento.  Santos aponta que “a falta de clareza do perfil profissional se reflete nos currículos, tornando os cursos fragmentados e distantes da prática pedagógica desenvolvidas nas escolas. Para a autora, a formação acadêmica em nível universitário, na maioria das vezes, limita-se a um grupo de disciplinas teóricas que não guardam relação com a prática na qual aqueles profissionais irão atuar.

  Quando se trata da formação do professor da educação infantil, uma questão tem preocupado os meios educacionais, é o lúdico como recurso ou método de ensino. A ludicidade tem como característica lidar com as emoções e por isso traz à tona sentimentos de alegrias, companheirismo e cooperação, mas também evoca sentimentos de medo, ansiedade e frustração. Por isso, a ludicidade é uma possibilidade pedagógica que, fortalecida pelos diferentes tipos de linguagem, como a música, a arte, o desenho, a dramatização, a dança, entre outros, torna significativo os conceitos a serem trabalhados.

    A ludicidade se define pelas ações do brincar que são organizadas em três eixos: o jogo, o brinquedo e a brincadeira. Ensinar por meio da ludicidade é considerar que a brincadeira faz parte da vida do ser humano e que, por isso, traz referenciais da própria vida do sujeito. Utilizado em sala de aula, o jogo torna-se então um meio para a realização dos objetivos educacionais, e ao educando, ao praticá-lo nesse contexto, deve ser garantida a ação livre, iniciada e mantida unicamente pelo prazer de jogar é atrelada aos objetivos educacionais sistematizados pelo educador.

   Kishimoto sinaliza a existência de divergência em torno do jogo educativo: A primeira seria a função lúdica do jogo, expressa a idéia de que sua vivência propicia a diversão, o prazer, quando escolhido voluntariamente pela criança; a segunda seria a função educativa, quando a prática do jogo leva a criança desenvolver seus saberes, seus conhecimentos e sua expressão de mundo. O equilíbrio entre as duas funções seria então o objetivo do jogo educativo. A ludicidade utilizada como recurso pedagógico em ambiente de ensino traz o prazer como um referencial das ações dos educandos.

         O jogo também evoca problemas e a necessidade de sua superação. Nem sempre estão todos preparados para jogar; haverá dificuldades cognitivas, motoras, afetivas e sociais. Para a superação das dificuldades é preciso que você, educador, tenha conhecimento sobre as classificações dos jogos que possibilitam identificar quais tipos atendem aos objetivos elaborados de acordo com as necessidades dos alunos e do planejamento pedagógico. O professor, ao utilizar o lúdico, deve ter domínio sobre o assunto. A ludicidadade como prática pedagógica requer estudo, conhecimento e pesquisa por parte do educador. A brincadeira é apontada como a atividade espontânea da criança, sozinha ou em grupo, ela constrói uma ponte entre a fantasia e a realidade, ela possibilita a criança à imitação de diferentes papéis, comumente de seu cotidiano. Quando ela brinca de faz de conta, a criança age e enfrenta desafios, organiza pensamento e elabora regras, o que facilita a transição do mundo adulto para seu universo.

    As brincadeiras tradicionais são elementos que perpetuam a manifestação livre e espontânea da cultura popular. Para Piaget, o jogo é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, pois, ao representar situações imaginárias, a criança tem a possibilidade de desenvolver pensamento abstrato.

   No que diz respeito à definição de jogo, os estudos feitos por Kishimoto o definem como “uma ação voluntária da criança, um fim em si mesmo, não pode criar nada, não visa um resultado final. O que importa é o processo em si de brincar que a criança se impõe”. O jogo só pode ser jogo quando escolhido livre e espontaneamente pela criança; caso contrário, é trabalho ou ensino. Já o brinquedo, é entendido como um objeto, suporte da brincadeira ou do jogo, quer no sentido concreto, quer no ideológico.

   Kishimoto destaca quatro tipos de brincadeiras na ação lúdica das crianças: As educativas; as tradicionais; as de faz de conta, e as de construção.

   Atualmente, os pesquisadores da área da ludicidade revelam que o jogo espontâneo tem pouquíssimo espaço na atuação pedagógica escolar, pois é significativo o números de educadores que encontram dificuldades em obter espaço e materiais adequado para essa prática.

   Os estudos de Ferreira apontam que toda criança tem características próprias e o professor não pode esquecer que essas são as portas de seu desenvolvimento. Essas características são identificadas nas áreas cognitivas, afetiva, social, lingüística e psicomotora. E Friedmann lembra que “através do jogo a criança fornece informações, e pode ser útil para estimular o desenvolvimento integral da criança e trabalhar conteúdos curriculares”.

          Nas dramatizações, de acordo com Cocco, a criança desenvolve a capacidade de representar, assim as expressões ocorrem de maneira mais significativa. A autora destaca também que a alfabetização é um processo gradativo, assim como o falar e o andar, e tem por objetivo propiciar aos alunos a interação com a leitura e a escrita, favorecendo-lhes a construção de sua base alfabética e ortografia por meio da compreensão e da evolução desses conhecimentos de forma prazerosa e lúdica.

   Quando o professor tem diante de si um aluno que corre pela sala o tempo todo e não sabe pular amarelinha, ao observar o comportamento da criança nessa situação, é comum que o professor não compreenda suas atitudes diante do momento direcionado a aprendizagem. O educador tem de lidar com sentimentos como amor, ódio, agressividade, medo, insegurança, tensão, alegria, tristeza, para encaminhar a criança no seu desenvolvimento.

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