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Pedagogia

Por:   •  3/5/2015  •  Projeto de pesquisa  •  942 Palavras (4 Páginas)  •  231 Visualizações

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Mulheres Honestas e Mulheres Faladas Uma Questão de Classe

Imagens Femininas na Formação da elite de Desterro

O livro Mulheres Honestas e Mulheres Faladas divide-se em quatro capítulos, nos quais Joana Maria Pedro, Professora da UFSC e Coordenadora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, descortina, de forma agradável, as imagens femininas traçadas ao longo dos anos.  Retrata com clareza os preconceitos que sempre cercaram a vida das mulheres dos mais diferentes segmentos sociais.

Neste trabalho a autora, pretende, reconstruir os papéis sociais femininos, desempenhados no final do século XIX e início do XX, em Desterro – Florianópolis e também elucidar as imagens idealizadas das mulheres que, principalmente, os jornais desta cidade divulgaram, no período de 1880 a 1923.

Ao documentar o papel feminino na formação das elites de Desterro, Joana Maria Pedro nos retrata estratégias políticas com que as elites enfrentaram as vicissitudes da transição para a República.

Percebe-se que a acumulação de riquezas, bem como a diversificação de atividades na área urbana, teve nas atividades do porto seu principal elemento. Entre os produtos em destaque na economia de Desterro podemos citar a farinha de mandioca, um grande incremento na economia. Era para o porto do Rio de Janeiro que se escoava a maior parte da

A nova elite criou vários mecanismos de diferenciação social, o Rio de Janeiro era o modelo a ser seguido. Porém, não bastava mais ser branco, católico e proprietário, era preciso ser civilizado, ter gosto e ser higienizado.

Pelas abordagens de Maria Pedro, percebe-se que o comportamento das mulheres foi um valioso ponto de referência para a delimitação de distinções entre as elites. Nas camadas populares, alvos do poder público, as mulheres sofreram investimentos específicos por conta de imagens que as mesmas não correspondiam.

Todos os segmentos da sociedade eram comandados por homens, as mulheres deveriam restringir-se aos papéis familiares. A educação feminina visava regular o comportamento da mulher de acordo com a elevada missão que lhe compete na sociedade a de mãe e mestra dos filhos.

O trabalho da autora baseia-se em relatos de jornais, a imprensa foi de grande valia para a obra. Analisando a imprensa feminina como manifestação de uma ideologia individualista, aparece privilegiando, ainda a importância da noção de subjetividade na construção do indivíduo moderno, enquanto categoria. O objetivo principal quando a autora trabalha a questão feminina em jornais, é perceber as imagens de mulheres que apareciam em jornais dirigidos por homens, no final do século XIX.  As mulheres eram complementação das páginas quando faltava assunto.

A autora optou por um estudo de artigos da imprensa local, porém, deixa claro ao leitor que não pode ser subestimada a ideologia, exigindo uma hermenêutica ousada e pertinaz, no entanto, percebe-se um estudo minucioso da filiação político-partidária dos representantes dos jornais.  

Nesse processo de busca de formas de distinção e de exclusão, os jornais tiveram, papel importante, e, em relação às mulheres, utilizaram-se, muitas vezes, de mitos e símbolos da cultura masculina, brancos e ocidentais.

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