Pinóquio às avessas

Pinóquio às avessas

São Paulo

2015

As teorias das abordagens tradicional, comportamentalista e humanista citadas em sala, focam no propósito de educar e desenvolver o indivíduo em sociedade, e podemos encontrar um pouco de cada uma delas em nosso dia a dia na escola, faculdade, e no decorrer da nossa vida.

Na abordagem tradicional tem como princípio que o homem é um receptor do conhecimento, sendo ele inserido no mundo e a educação escolar é a recepção para a inclusão desse homem ao seu meio, tendo o professor como alguém superior, que fala e ensina, já o aluno apenas ouve, pois o professor é alguém dotado de um conhecimento a mais e, portanto ele está acima daqueles que não tem o seu mesmo conhecimento, não focando na adaptação do modo que esse conteúdo é passado, levando em conta as particularidades de cada aluno, mas sim na quantidade de pessoas que estão aprendendo e memorizando o conteúdo.

A abordagem humanista já nos traz a ideia do homem como o arquiteto dele mesmo, tendo ênfase nas reações emocionais, relações interpessoais e foco no conteúdo de aprendizagem de seu maior interesse, não descartando conhecimento algum adquirido, como por exemplo, fora da escola, que é onde geralmente passamos a maior parte do nosso tempo adquirindo conhecimento. Sem deixar de pensar no homem situado no mundo, a abordagem humanista foca também na personalidade do indivíduo em suas questões pessoais.

Na abordagem comportamentalista temos Skinner (1904-1990) que nos diz o seguinte: “Se vamos usar os métodos da ciência no campo dos assuntos humanos, devemos pressupor que o comportamento é ordenado e determinado”. Esperamos descobrir que o que o homem faz é o resultado de condições, e que uma vez determinados, poderemos antecipar até certo ponto e determinar as ações. A ideia desta teoria diz que o ser humano é a conseqüência das condições do meio externo, sendo ele o produto do meio, e resultado dele, e voltado para a educação, essa teoria baseia-se em aspectos observáveis, tendo a visão de que é possível ser controlado e se tornar auto-suficiente através disso, ou seja, o aluno no caso em uma sala de aula vai ser aquilo que lhe é determinado.

Assimilando as teorias das abordagens descritas acima com o livro “Pinóquio às Avessas” de Rubem Alves, que é um livro que descreve a ideia do aprendizado humano a partir da educação escolar, visualizamos a teoria partindo de vários pontos. O livro conta uma história infantil, no qual Felipe é uma criança entrando na fase escolar, e como em todas as crianças nessa fase, surgem perguntas e a necessidade de respostas. Ao questionar seu pai sobre várias de suas dúvidas, a resposta era sempre a mesma: “Na escola você aprenderá”, “É preciso ir à escola para ser gente de verdade”; “As escolas existem para transformar crianças que brincam em adultos que trabalham.”

Em um determinado momento no livro o pai de Felipe lhe pergunta: “O que é que você quer ser quando crescer?” e Felipe responde: “Quando eu crescer quero continuar a ser quem eu sou agora. Felipe! Não quero ser outra pessoa! Não quero mudar de nome.” Seu pai então lhe explica que a questão de “o que você quer ser quando crescer”, e cita que o importante é ir à escola e obter boas notas, para passar de ano, entrar na universidade, se formar e assim ter uma profissão e ser reconhecido na sociedade. Observando o comportamento do pai de Felipe identificamos nele uma visão da abordagem tradicional que diz que a aprendizagem tem inicio na escola e não por meios externos. Georges Sydners nos diz: “O ensino se volta para o que é externo ao aluno”, justificando essa idéia que só a partir do ensino escolar uma pessoa vai adquirir conhecimento, sendo esse conhecimento partindo de cima para baixo P – A (Professor – Aluno). Porque nessa teoria se diz que o professor é quem tem o conhecimento, sendo assim o aluno fica sujeito ao ensino que o professor lhe passa, ocorrendo apenas a reprodução do conhecimento.

Felipe ao questionar sua professora sobre tudo que era passado na escola, teve como resposta que tinham que seguir o “programa”,

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