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Resenha do Livro O Que é Educação

Por:   •  2/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.672 Palavras (7 Páginas)  •  1.402 Visualizações

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Resenha do livro: “O que é educação” - autor: Carlos Rodrigues Brandão. São Paulo: Brasiliense, 2007 - (coleção primeiros passos; 20) – 49° reimpressão da primeira edição de 1981.

O livro O que é educação, escrito por Carlos Rodrigues Brandão, foi publicado pela primeira vez em 1981. Brandão tem na composição de seu currículo: professor colaborador do programa de pós-graduação em antropologia da Universidade Estadual de Campinas e professor visitante sênior da Universidade Federal de Uberlândia com graduação em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, mestrado em antropologia pela Universidade de Brasília e doutorado em ciências sociais pela Universidade de São Paulo.

Essa obra aborda o tema “educação”. Descreve sobre suas principais características, o significado social, sua história, sua finalidade. O livro divide-se em 10 capítulos, os quais discorrem sobre a educação e seus vários âmbitos, além de um capítulo adicional sobre as indicações para leitura e a resenha divide-se em apenas 5 capítulos. O autor faz uma trajetória sobre a educação, falando do saber desde quando não havia escolas e os ensinamentos que se perpetuava nas tribos, depois, até quando há a criação das instituições escolares e no que esperamos sobre esta educação imposta em nossas sociedades.

O objetivo do autor é levarmos a refletir sobre a educação num todo, onde nos mostra que a educação está em todos os lugares e em diversas formas e ela varia de pessoa para pessoa, mostrando que às vezes o que tem serventia para uma pessoa ou povo pode não ter para outros, observamos também que o saber ao longo dos anos foi passado de diversas maneiras pelo ser humano, com isto vemos que a educação é utilizada de maneira livre, e é capaz de estimular a criação; como forma de tornar comunitário o saber, através das trocas sem fim com a natureza e o homem.

No primeiro capítulo Brandão exibe os âmbitos da educação, e utiliza como representação os índios norte-americanos, que recusaram um convite dos governantes do Estado de Virgínia e Maryland para que enviassem um jovem de sua tribo para estudar fora, com os colonizadores. Os índios responderam agradecendo a oferta, e explicando que um jovem que aprendesse na sociedade fora da tribo seria obsoleto quando voltasse, como aparece em um trecho na carta, “Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros” (Brandão,2007, p. 9). Portanto, a educação é utilizada de maneira livre, é capaz de estimular a criação; como forma de tornar comunitário o saber, através das trocas sem fim com a natureza e o homem. Com isto, não tem uma forma única de educar; e em sociedades com a cultura muito marcante (como em tribos indígenas) o desenvolvimento delas existe de diferentes formas.

No segundo capítulo o autor expõe sobre a ideia de que a educação está por todo lado, não se fazendo necessário um ensino metódico para ensinar e aprender. Num contexto onde não há escolas; por exemplo, sempre existiu, existe e sempre existirá transferência do saber entre gerações. O ser humano como um ser consciente, que usa partes da natureza, cria invenções, aprendeu com o passar do tempo a transformar estas transferências de saber em um processo de ensino-aprendizagem, como um modo primordial de centralização do processo educacional. Mas, a partir do momento em que o indivíduo vive em uma sociedade mais confusa socialmente, que ocorre uma grande divisão social e trabalhadora, ele percebe que o processo educacional surge como uma dificuldade para esta sociedade fragmentada. Então é a partir desde pressuposto que se inicia a pensar em uma organização, normatização desse processo. E essa sistematização educacional aumenta o acesso ao conhecer, que não se torna mais comunitário como que era de seu caráter.

No terceiro capítulo do livro realiza uma ideia acerca da divisão social entre trabalho e o saber, pois, se há desigualdade na secessão de tais elementos, a educação passa a ter efeito divergente ao que deveria gerar, e ao invés de ajudar, construir, transformar e libertar, principalmente a robustez das dessemelhanças da tribo. O saber, então, passa a ser um espaço educacional. Reside aos princípios das desigualdades educacionais, pois, o grupo social começa a agir de forma ativa no sujeito, na medida em que determina o trabalho social do indivíduo baseado em um saber único. Mas, mesmo em sociedades primitivas, quando o trabalho e o poder são divididos e começam a gerar uma hierarquia, o saber não se torna mais comum para todos, começa a ser distribuída de forma desigual, e pode servir de ajuda para aumentar estas diferenças sociais. Entretanto, mesmo em sociedades como a nossa, não se pode abandonar as formas livres de aprendizagem que acontecem na família e na comunidade, e essa troca de aprendizagem é muito mais universal, nas relações entre os indivíduos e suas sociedades. Porém Brandão reafirma no capítulo seguinte como em todas as outras práticas sociais, um dia surge um interesse político de controle.

Brandão inicia o quarto capítulo fazendo uma apresentação sobre as grandes sociedades ocidentais, com ênfase na sociedade grega. Nesta sociedade, era estabelecido pela Paidéia um modelo de perfeição, sistema educacional e de formação ética da Grécia Antiga, no qual o homem livre e educado, é, para eles, o que poderia haver de mais perfeito. O ensinamento do saber possuía duas faces: a primeira era comandada por mestres-escolas, que instruíam para o trabalho e muitas das vezes eram tidos como pequenos; na segunda, os pedagogos, escravos anciões que era tido como os principais e mais importantes, pois instruíam as crianças e adolescentes nobres não só para a escola, mas também doutrinavam para a vida. Nesta sociedade grega também existia a figura dos sofistas, mestres responsáveis pela construção do orador, cuja ênfase do ensino ficava em sua raiz no logo e no discurso, ou seja, em uma retórica excelente. Entretanto, o modelo educacional grego reafirma a noção de que a educação humana está em todos os lugares, sendo uma resultante da influência do meio sociocultural em seus membros. São as vivências e a convivências as razões para a educação.

No quinto capítulo pensa sobre a educação na Roma Antiga. Apesar de ter uma ligação em comum com os povos gregos e índios a educação como um bem coletivo, a educação latina surge com várias noções distintas das da Grécia Antiga, tendo como exemplo a educação da criança, que, para os latinos antigos era uma responsabilidade doméstica que se dava com o ajuda de pessoas mais idosas; exaltando não só a imagem dos mais antigos, como também todas as crenças, virtudes e valores de seus antepassados (diferentemente dos gregos antigos, que não levavam em conta a criança e estavam sempre no constante desejo de torná-las em um adulto ideal). Consequentemente, tal educação, ensina a consciência moral, tendo como figura o homem educado como aquele que é capaz de abrir mão de si mesmo, de sua individualidade em favor de sua dedicação integral à sua comunidade. Em Roma surgiu aos poucos antes do IV século A.C. o ensino elementar; na metade do século seguinte surge o ensino que podemos caracterizar como o secundário, e no I século A.C. surge o ensino superior, universitário. Mas, na maior parte da história de Roma a educação é limitada a iniciativa da propriedade privada, só quando o Cristianismo surge e se espalha pelo Império Romano, que por volta do ano 400 de nossa era, aparece a “schola publica”, mantida pelo Estado. Os ensinamentos romanos, assim como a religião, seguiam a sombra dos generais através das terras e povos conquistados. Plutarco descreve como a autoridade da educação foi determinada para a dominação de Roma: “As armas não tinham conseguido submetê-los a não ser parcialmente; foi a educação que os domou”. (Brandão,2007, p.53). O que realmente Roma fez, foi deixar sua estrutura educacional de herança: a educação na sociedade ocidental, até os dias de hoje é constituída tendo como firmamento a separação por faixa etária

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