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Resenha do Livro o Alienista

Por:   •  25/3/2023  •  Resenha  •  1.022 Palavras (5 Páginas)  •  81 Visualizações

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ASSIS, Machado De. O Alienista. Barueri, SP: Camelot, 2021.

RESENHA

O presente trabalho expõe uma resenha do conto “O Alienista” do autor Machado De Assis publicado pela primeira vez em (1982), aqui será abordado a concepção do que é normal x patológico, mas para entendermos essa diferença faremos um breve resumo sobre o livro.

Em O Alienista, de Machado De Assis, conhecemos a história do Doutor Simão Bacamarte, médico renomado, que após conquistar respeito em sua carreira na Europa e no Brasil, acaba voltando para sua terra natal, Itaguaí, e se dedica ainda mais a sua profissão.

Após um período em sua cidade Bacamarte acaba se casando com a viúva D. Evarista, uma mulher de vinte e cinco anos que não era nem bonita e nem simpática. O médico acabou a escolhendo acreditando que ela seria capaz de gerar bons filhos, mas termina não tendo.  

O Dr. Bacamarte acaba mergulhando inteiramente no estudo e na prática da medicina, se dedicando ao recanto psíquico, o exame de patologia cerebral. Foi então que surgiu a ideia de construir a Casa verde, foi o nome dado ao asilo, por alusão à cor das janelas, que pela primeira vez pareciam verdes em Itaguaí. Em pouco tempo o local fica cheio, os primeiros internos realmente apresentavam sinais de loucura e a internção acaba sendo aceita pela sociedade, só que com o passar do tempo Dr. Bacamarte começa enxergar patologia em todos e até em pessoas que causam espantos.

O Alienista dividiu seus enfermos primeiramente em duas classes principais: os furiosos e os mansos, a cada dia notava uma nova observção, um fenômeno extraordinário.  Dr. Bacamarte tinha como objetivo principal na obra da Casa Verde estudar profundamente a loucura, os seus diversos graus, classificar os casos, descobrir enfim a causa do fenômeno e o remédio universal.

Visto isso, agora diferenciaremos os casos normais dos patológicos, utilizando personagens como exemplo. O tabu da Loucura é algo ainda muito forte, e muitos discursos vem sem se dá conta que ninguém é completamente  normal e que normalidade é um padrão imposto que basicamente ninguém consegue cumprir, é um fato quase inalcançável.

Diante disso trazemos o caso de D. Evarista, esposa do Alienista, quando a mesma acabou sendo recolhida a casa verde causou espanto para todos inclusive ao padre que o questionou, mas o médico alegou que seu caso se travava de uma “mania sumptuária”, não incurável em todo caso digno de estudo. A partir dessas analises interpretamos que a D. Evarista não tinha nenhuma condição patológica, consideravelmente uma pessoa típica que não apresenta nenhum comportamento conceituado como anormal, pelo contrario a mesma apresentava atitudes de pessoas etiquetadas que conseguia seguir normas e regras e assim conseguia ter rotinas saudáveis que proporcionam bem estar social, físico e mental.

Outro caso é o de Costa, era um dos cidadãos mais estimados de Itaguaí herdou muito dinheiro mas não soube o administrar, assim acabou perdendo todo ele emprestando as pessoas, para o Alienista este homem não estava no perfeito equilíbrio das faculdades mentais e sua prima ao questionar sua internação, acabou sendo levada também para casa verde. Com isto observamos que o conceito de loucura para Dr. Bacamarte estava cada vez mais se estreitando e qualquer um que apresentasse algum tipo de comportamento considerado para ele “inadequado” se encaixaria neste conceito.

Foram muitos casos que causaram espantos para a comunidade por se tratar de pessoas normais, como o de Martim Brito que fora alojado na casa verde depois de declamar um discurso a D. Evarista        . Três dias depois ele foi recolhido, duas senhoras que estavam com o casal no momento atribuíram o ato a ciúmes do Alienista.

Por fim, observaremos alguns casos considerados patológicos, que apresentam comportamentos distintos. O autor citou que “os loucos por amor eram três ou quatro, mas só dois espantavam pelo curioso delírio”. Logo em seguida trouxe os motivos pelos quais se encaixam na patologia.

 “O primeiro, um Falcão, rapaz de vinte e cinco anos, supunha-se estrela-d’alva abria os braços e alargava as pernas, para dar-lhes certa feição de raios, e ficava assim horas esquecidas a perguntar se o sol já tinha saído para ele recolher-se.”

“O outro andava sempre,  à roda das salas ou do pátio, ao longo dos corredores, à procura do fim do mundo. Era um desgraçado, a quem a mulher deixou por seguir um peralvilho. Mal descobrira a fuga, armou-se de uma garrucha, e saiu-lhes no encalço; achou-os duas horas depois, ao pé de uma lagoa, matou-os a ambos com os maiores requintes de crueldade. O ciúme satisfez-se, mas o vingado estava louco. E então começou aquela ânsia de ir ao fim do mundo à cata dos fugitivos.”

“Outro da mesma espécie era um escrivão, que se vendia por mordomo do rei; outro era um boiadeiro de Minas, cuja mania era distribuir boiadas a toda a gente, dava trezentas cabeças a um, seiscentas a outro, mil e duzentas a outro, e não acabava mais.”

“O último é “um sujeito que, chamando-se João de Deus, dizia agora ser o deus João, e prometia o reino dos céus a quem o adorasse, e as penas do inferno aos outros; e depois desse, o licenciado Garcia, que não dizia nada, porque imaginava que no dia em que chegasse a proferir uma só palavra, todas as estrelas se despegariam do céu e abrasariam a terra; tal era o poder que recebera de Deus. Assim o escrevia ele no papel que o alienista lhe mandava dar, menos por caridade do que por interesse científico.”

Os casos acima descrito pelo autor, apresentam traços patólogicos. Em termos apropriados, uma manifestação patológica é a expressão resultante de um mecanismo de degradação e a patologia é uma ciência formada por um conjunto de teorias que serve para explicar o mecanismo e a causa da ocorrência de determinada manifestação patológica. Em função disso, fica claro que a patologia é um termo muito mais amplo do que manifestação patológica, uma vez que ela é a ciência que estuda e tenta explicar a ocorrência de tudo o que se relaciona com a degradação de uma edificação" (SILVA, 2011).

 

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