TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Síntese de Artigos sobre Inclusão

Por:   •  15/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.592 Palavras (15 Páginas)  •  294 Visualizações

Página 1 de 15

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU

MARIANE RODRIGUES LOURENÇO

SÍNTESE DE ARTIGOS

Caderno de Textos

Uberlândia

2017

07) A Educação Inclusiva: um meio de construir escola para todos no século XX

Surgimento e causas da inclusão

  • Primeiramente, a autora aborda sobre a luta contra o isolamento da educação especial, citando o exemplo de um movimento nos Estados Unidos que buscava unificar e regular a educação especial, objetivando a inclusão de crianças deficientes em escolas comuns, e que, para isso, defendia um único sistema educativo para todos, no qual todos os alunos, sem exceção, receberiam educação eficaz. Paralelo a essa onda de movimentos, havia quem questionasse essa integração e considerasse as dificuldades de aprendizagem do aluno produto de algum distúrbio. Porém, esses não cogitavam a possibilidade de tais dificuldades advirem da organização das escolas e de suas maneiras de ensinar. Diante disso, foram feitas reflexões acerca dos sistemas de ensino, o que incentivou a defesa de uma educação inclusiva pautada no pensamento sobre as necessidades educacionais especiais e na crítica às práticas da educação em geral.  
  • A autora destaca também a importância da UNICEF e da UNESCO, que organizavam reuniões para chamar atenção das pessoas a respeito deste assunto. De todas, destaca-se a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, em Salamanca, a qual mais contribuiu na expansão da Educação Inclusiva no mundo, com a elaboração de uma Declaração que estabelece uma série de recomendações aos países participantes, em prol de que a educação chegue a TODAS as crianças em idade escolar. Atribui também devida importância à Organização das Nações Unidas, que possui uma posição defensora dos mais desfavorecidos, demonstrada, principalmente, ao eleger 1996 como o Ano Internacional contra a Exclusão Social. Destaca também o “Informe à Unesco”, que determina dois objetivos para que a educação chegue a todos, são eles: transmitir um volume cada vez maior de conhecimentos teóricos e técnicos, e definir orientações que possam ser desenvolvidas em projetos de desenvolvimento individual e coletivo; e que estabelece quatro pilares para o cumprimento desse (aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser).

Qualidade e eficácia para todos os alunos

  • Posteriormente, a autora aborda mais diretamente sobre a filosofia da inclusão, afirmando que a mesma defende uma educação eficaz para todos, em que a escola deve ser capaz de educar com sucesso a diversidade nela existente e colaborar para o desaparecimento da desigualdade e injustiça. E, os professores que se dedicam a este fim, tem consciência de que os seus alunos com deficiência são benéficos para a reforma na educação, pois exigem novas forma de ensino. Portanto, a autora considera a educação inclusiva como “ uma tentativa a mais de atender as dificuldades de aprendizagem de qualquer aluno no sistema educacional” e como um meio de assegurar que os alunos, que apresentam alguma deficiência, tenham os mesmos direitos que os outros”. Ela ressalta também que a ideia de inclusão: a) faz referência não só aos portadores de necessidades especiais, mas sim a TODOS; b) defende a participação plena do aluno na vida escolar e social da escola e não apenas a sua integração.
  • A autora trata a inclusão como uma questão de direitos humanos, como um conjunto de ações e um sistema de valores e crenças e afirma que a educação inclusiva propõe aumentar a participação de todos os alunos no currículo escolar; diminuir a exclusão escolar e social; encontrar meios de apoiar as qualidades e necessidades de cada um e de todos; uma aprendizagem significativa centrada na criança; acolher e encarar a diversidade naturalmente.
  • O termo inclusão pode adquirir significados distintos em contextos distintos. Pesquisas analisaram a situação da inclusão em um contexto internacional e apontaram quatro variedades de abordagem, são elas, a inclusão: a) como colocação: tem como objetivo concretizar o local onde os alunos com necessidades educacionais especiais serão escolarizados; b) como educação para todos: defende a igualdade de oportunidades no conjunto dos direitos humanos e, particularmente, dos da criança; estabelece um debate em relação ao desenvolvimento da educação nos países mais pobres; c) como participação: interessa-se em conhecer se as crianças são educáveis; reivindica a noção de pertencimento considerando a escola uma comunidade acolhedora; atenta-se para que não haja exclusão e ocupa-se dos alunos que estejam em situação de risco; d) inclusão social: a educação inclusiva é um meio para alcançar a inclusão social, na qual se inclui a participação no mercado de trabalho competitivo. Os pontos comuns entre essas variantes são o compromisso com uma sociedade mais justa e o anseio por uma educação mais equitativa.

Integração X Inclusão OU Inclusão como continuidade da integração?

  • A autora também pontua sobre a relação entre inclusão e integração. Visando efetivar os princípios norteadores da educação inclusiva, primeiramente, procuraram integrar as pessoas com deficiência nas salas comuns. Porém, na maioria dos países, essa integração não ocorreu. A partir daí o objetivo principal era promover uma educação eficaz para todos, e as primeiras tentativas para se chegar a esse fim partiram do movimento de integração. As classes especiais, constituíram-se, em primeira estância, em centros escolares. Somente depois foi estabelecida, em classes regulares, a assistência aos deficientes.
  • Segundo o princípio de integração, para que o aluno com necessidade estivesse em uma classe regular, deveria apresentar dificuldades médias ou comuns. Enquanto que, na inclusão, todos os alunos têm direito à classe regular.
  • É feita uma crítica à ação de integração em relação ao fato de que ela se refere muito pouco à qualidade da educação e, também, no que diz respeito à atribuição do termo “especial” ao aluno (dificuldade de aprendizagem = resultado de um déficit). Para alguns autores, o conceito de integração tem incentivado práticas de exclusão, uma vez que considera que o diferente é que deveria se preocupar em integrar-se, enquanto a inclusão propõe que a escola se responsabilize por ser receptiva com o aluno.
  • A educação inclusiva implica em uma reforma educativa, uma vez que supõe melhoria das práticas educativas para todo o conjunto escola (pais, alunos, educadores, etc.).
  • A autora destaca a necessidade de rompimento com uma visão individualizada que leva ao estabelecimento de tipos de alunos, os quais exigem tipos de ensino e de professores diferentes. Essa visão desvia a atenção para com as formas de ensino, colocando-a sobre a diversidade, e subestima a interação social como meio de facilitar a aprendizagem.
  • Resumindo, a inclusão, no contexto internacional, tem sido tratada com a intenção de dar um passo à frente na integração. Portanto, o termo inclusão surge primeiro como alternativa à integração; segundo, como tentativa de reconstruir o enfoque deficitário individualista e médico dominante; terceiro, como reivindicação para que todos os alunos recebam educação de qualidade.

19) Inclusão: o paradigma do século 21

  • O autor inicia seu artigo comentando sobre os caminhos diferentes tomados pela perspectiva da integração e da inclusão. No que tange à inclusão, ele afirma que ela requer mudanças na perspectiva pela qual a educação deve ser entendida. Enquanto a integração pauta-se em práticas de normalização, de classes especiais, de escolas especiais. Ou seja, todas as formas que visavam a inserção escolar implicavam na existência de dois sistemas educativos, um regular e um especial. Isso está implícito também na LDB de 1996.
  • Esse viés conceitual até então vigente surge do modelo médico da deficiência (acredita que o deficiente é que deveria ser corrigido para participar da sociedade). E muitos ativistas combatem esse novo viés, pois defendem que cabe à sociedade e à escola se adaptarem às necessidades de todos os alunos, e não que as próprias crianças se mostrassem aptas a ingressar na educação comum. Portanto, essa nova perspectiva defendida, deu origem ao “modelo social da deficiência”, o qual aponta as barreiras impostas pela sociedade (políticas discriminatórias, atitudes preconceituosas, padrões de normalidades, etc.) que impedem o desenvolvimento e a inserção social das pessoas.

O Paradigma da Inclusão

  • O paradigma da inclusão surgiu a partir de uma organização não-governamental que definiu o conceito de equiparação de oportunidades como sendo o processo em que os sistemas gerais da sociedade são acessíveis para todos. A partir disso deu-se início à conscientização das pessoas acerca do viés da inserção que propõe a necessidade de modificação da sociedade/escola.
  • Segundo o autor, “a inclusão consiste em adequar os sistemas sociais gerais da sociedade de tal modo que sejam eliminados os fatores que excluíam certas pessoas do seu seio e mantinham afastadas aquelas que foram excluídas. A eliminação de tais fatores deve ser um processo contínuo e concomitante com o esforço que a sociedade deve empreender no sentido de acolher todas as pessoas, independentemente de suas diferenças individuais e das suas origens na diversidade humana. Pois, para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é e que precisa ser capaz de atender às necessidades de seus membros. ”

Integração para Inclusão

  • O autor discorre sobre as formas de integração que estavam sendo adotadas, são elas: a inserção de deficientes que conseguem utilizar os espaços sem modificação pela sociedade; a inserção de deficientes que precisam de adaptação especifica no espaço e na realização de atividade; e a inserção de deficientes em ambientes separados de sistemas gerais (forma segregativa). Estas formas nada exigem da sociedade a não ser que aceitem e recebam tais indivíduos. Por isso, elas não suprem todos os direitos das pessoas deficientes. Portanto, a integração responsabiliza a própria pessoa com deficiência, que deve procurar tornar-se aceitável pela sociedade. Porém, a integração tem seu ponto forte quando apela contra a exclusão e a segregação dos deficientes ao buscar a aproximação desses com escolas, pessoas, empresas comuns. A partir daí inicia-se o período de transição.
  • O autor destaca também as diversas maneiras com que as pessoas utilizam as palavras inclusão e integração. Ele aponta que algumas pessoas as utilizam de acordo com a terminologia moderna do paradigma da inclusão considerando-as diferentes; outras pessoas fazem uso do conceito integração e integração total; outras consideram apenas integração, mas no sentido de inclusão e integração; e outras consideram todos como sinônimos.

Prática da educação inclusiva

  • Por fim, o autor afirma que cada vez mais, no Brasil e no mundo, tem se observado a expansão da abordagem inclusiva e discorre sobre os efeitos da implementação correta dos princípios da educação inclusiva. São eles: transformação das escolas regulares em unidades inclusivas; transformação das escolas especiais em centros de apoio e capacitação profissional; adoção de medidas de adequação dos sistemas escolares em todas as dimensões da acessibilidade (arquitetônica, comunicacional, metodológica e atitudinal); aplicação da teoria das identidades múltiplas nas aulas, que facilita a aprendizagem, o ensino, o relacionamento e o estudo; incorporação de conceitos de autonomia, independência e empoderamento; valorização da diversidade.

24) A Hora da Virada

Antecedentes

  • A partir do século XIX, a educação especial no Brasil tem seu início inspirada em experiencias norte-americanas e europeias. Desde então, a atuação dos líderes (na maioria das vezes, pais de deficientes) dos movimentos de atendimento à deficiência esforçava-se mais para manter as condições de atendimento aos alunos com deficiência do que para muda-las.
  • A partir da década de 80/90, as próprias pessoas com deficiência começaram a se organizar para tentar garantir que seus direitos já conquistados fossem assegurados, assim como reivindicaram ainda outros direitos. Porém, não chegaram a efetivar uma atuação firme em relação à inclusão.
  • A trajetória dos serviços/políticas de Educação Especial, no Brasil, fez que o país chegasse a um momento em que não se podia aceitar a segregação e a discriminação escolar dos deficientes. É o momento em que vivemos hoje. A partir desse novo quadro, as leis que certificam a inclusão são muito claras, assim como prescreve a Constituição de 1988 nos artigos 206 e 208, incisos I e V, respectivamente.

Avanços e impasses

  • O cumprimento do que preconiza a Constituição tem sido constantemente barrado por diversos entraves. Os mais abordados dizem respeito aos obstáculos humanos e materiais (acesso físico, necessidade de interpretes, etc.) e à resistência das organizações sociais para com as mudanças e inovações, em razão da excessiva burocracia e do endurecimento das suas estruturas arraigadas a tradições.
  • Ao neutralizar os propostos pela inclusão, propicia-se o estabelecimento de falsas soluções e demonstra-se claramente a presença do impasse entre integração e inclusão nas políticas públicas.
  • A dificuldade que se tem de superar o sentido tradicional da Educação Especial (destinada a substituir o ensino regular comum) é um dos maiores entraves.

A grande virada

  • Primeiramente, para que a inclusão deixe de ser considerada como ameaça aos princípios pedagógicos defendidos e adotados pela escola, é necessário “abandonar tudo o que a leva a tolerar as pessoas com deficiência, nas turmas comuns, por meio de arranjos criados para manter as aparências de “bem-intencionada”, sempre atribuindo a esses alunos o fracasso, a incapacidade de acompanhar o ensino comum”. Portanto, “a escola terá de enfrentar a si mesma, reconhecendo o modo como produz as diferenças nas salas de aula”. Essa mudança fará com que as escolas compreendam que ensinar é fornecer meios para que o aluno possa produzir saberes, expandir significados, conforme suas necessidades e interesses; é libertar o aluno daquilo que lhe impede de trilhar seu próprio caminho por meio do conhecimento e de fazer valer a pena seus esforços em busca da sua aprendizagem.

37) Uma Escola Para Todos: Reflexões sobre a Prática Educativa

...

Baixar como (para membros premium)  txt (24.3 Kb)   pdf (196.9 Kb)   docx (23 Kb)  
Continuar por mais 14 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com