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Um Diálogo Entre Gênero e Educação Infantil: Prática pedagógica voltada para o combate à exclusão

Por:   •  20/5/2016  •  Artigo  •  4.382 Palavras (18 Páginas)  •  357 Visualizações

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UMESP – UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

LICENCIAMENTO EM PEDAGOGIA

MARIA JOSÉ XAVIER DE CARVALHO GOMES

UM DIÁLOGO ENTRE GÊNERO E EDUCAÇÃO INFANTIL:

PRÁTICA PEDAGÓGICA VOLTADA PARA O COMBATE A EXCLUSÃO

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2015

UMESP – UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

LICENCIAMENTO EM PEDAGOGIA

MARIA JOSÉ XAVIER DE CARVALHO GOMES

UM DIÁLOGO ENTRE GÊNERO E EDUCAÇÃO INFANTIL:

PRÁTICA PEDAGÓGICA VOLTADA PARA O COMBATE A EXCLUSÃO

Artigo Científico apresentado à UMESP – Universidade Metodista de São Paulo, como requisito para obtenção de Licenciamento em Pedagogia, sob a orientação da Professora Dra. Zeila de Brito Fabri Demartini.

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2015

GOMES, Maria José Xavier de Carvalho. Um diálogo entre gênero e educação infantil: Prática pedagógica voltada para o combate à exclusão. Artigo Científico apresentado à UMESP. São Paulo, 2015.

Um diálogo entre gênero e educação infantil: Prática pedagógica voltada para o combate à exclusão

Dra. Zeila de Brito Fabri Demartini [1]

Maria José Xavier de Carvalho Gomes [2]

RESUMO: O presente artigo descreve-se uma pesquisa bibliográfica de cunho descritivo onde é tratada a influência da temática, gênero na educação infantil, destacando-se a importância da inclusão dessas temáticas na interação com o cotidiano escolar e suas práticas, que contribuem para a criação de uma articulação entre diversidade, inclusão, educação, formação de educadores e ludicidade, ressaltando a importância em não limitar a interligação dessas temáticas às práticas pedagógicas dos educadores.

Palavras-chave: Gênero; Educação Infantil; igualdade.

Introdução

O processo que envolve a educação infantil, de acordo com o artigo 21, da Lei de Diretrizes e Bases Nacional nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, é a primeira etapa da educação básica, e tem como objetivo principal a educação e cuidados das crianças com idade de zero a cinco anos.

As relações de gêneros são fundamentadas em construções históricas, as quais integram a cultura de uma sociedade, onde são mantidas ou modificadas de acordo com as normas, valores, comportamentos e subjetividade de cada pessoa, nesse contexto, a educação, uma das principais agências culturais que impõe aos educandos as delimitações da sociedade para o que é aceitavelmente masculino e feminino.

Este artigo apresenta algumas concepções sobre gêneros e a relação com o ensino da educação infantil, especificamente, visa contribuir para uma reflexão sobre a importância da inclusão dessas temáticas nas interações com o cotidiano escolar e suas práticas. Este trabalho foi construído a partir de: ARIÈS (1981), BOURDIEU (1999), BOZON (1999), ARAUJO (2005), BORGES (2003), CARVALHO (2009), CRUZ (2005), Constituição da República Federativa do Brasil, a Lei n. 8.069 (ECA), a Lei n. 9.394 (LDB), e os Parâmetros Curriculares Nacionais e o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.

1. Gênero: do que estamos falando

        A concepção de que as crianças eram adultas miniaturizadas e incapazes, no contexto de aprendizagem, foi mantido durante muitos séculos pela sociedade. Essa crença, onde a aprendizagem infantil era reduzida simplesmente ao que a criança poderia aprender através dos adultos, aprendizado este que, trazia costumes e conhecimentos que seriam mantidos para toda vida por aquela pessoa. Segundo Pilippe Ariès (1981), além do aprendizado fundamentado dessa convivência entre criança e adulto, que, ainda segundo o teórico era desenvolvida por fases, existia a diferenciação do que seria ensinado para a pessoa do sexo feminino e a do sexo masculino. (ARIÈS, 1981, p.39.).

        De acordo com as teorias de Bourdieu (1999 p.17), a noção de gênero era entendida, a partir da definição do teórico, como uma relação estabelecida que partisse da percepção social da diferenciação biológica entre os sexos, percepções essas, fundamentadas em esquemas classificatórios que opõe o sexo masculino e o sexo feminino, sendo essa concepção homóloga e relacionada a outras como: dominante/dominado, forte/fraco, grande/pequeno, acima/abaixo, posições essas que são hierarquizadas, cabendo ao indivíduo do sexo masculino e seus similares a preferencia do que poderá ser valorizado como positivo, superior, onde essas oposições são arbitrárias e historicamente construídas.

        Para Bozon (1999, p.14), um entendimento das relações de gênero presentes em toda a sociedade, permite compreender a posição da mulher, em particular, como sendo um ser subordinado, mas também a relação entre sexo e poder. Sexualidade é considerada um fato social enquanto condutas como fundadora da identidade e como domínio, que permite uma exploração cientifica.

Portanto, de acordo com os teóricos abordados, o gênero é uma construção social e podem sofrer alterações de acordo com o contexto e as circunstancias históricas e culturais vivenciadas pela pessoa, tanto o homem como a mulher, nesse contexto, as pessoas são ensinadas através do processo de socialização a agirem e se comportar de acordo com as exigências e prescrições a cada um dos gêneros, como por exemplo, a maneira como se sentar, se vestir, de se comportar perante as outras pessoas, de se relacionar com as outras pessoas quando o assunto é namoro, bem como a maneira de expressar ou ocultar os seus sentimentos.

Dessa forma, as diferenças entre o masculino e o feminino, o homem e a mulher não são determinados, simplesmente, por causas biológicas, presença ou ausência de determinados tipos de hormônios, nem por explicações científicas, mas, através de um longo processo de construção social do sujeito, não podendo ser vistas como universais e fixas, justamente porque, tanto o homem como a mulher, estão envolvidos em diferentes sociedades, tempos e contextos.

A educação no Brasil sofreu muitas influências durante o período de colonização através dos outros países, principalmente de Portugal, em virtude da grande número de imigrantes que aqui em nosso país chegavam, fundamentando os princípios educacionais naquela época de acordo com as suas ideologias. Já durante o período da idade média o infanticídio era considerado uma prática comum. De acordo com Sebastiani (2009), esse período foi marcado pelo desrespeito dos pais aos seus filhos, principalmente os que tinham mais de um, por falta de condições favoráveis para promover os cuidados necessários e principalmente pelas condições precárias de higiene e saúde.

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