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A Conferências introdutórias à Psicanálise

Por:   •  31/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.197 Palavras (5 Páginas)  •  214 Visualizações

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Universidade de Brasília - UnB
Instituto de Psicologia - IP
Departamento de Psicologia Clínica - PCL
Disciplina: Teorias Psicanalíticas 1
Período: 01/2017
Docentes: Maura Cristina de Carvalho e Eliana Rigotto Lazzarini
Discente: Natália Assunção Alves Melo - 11/0133889

Resenha Crítica

Texto 1.
Freud, S. (1916-1917) Conferência 27 – A  Transferência. P 570-593. In: Conferências introdutórias à Psicanálise. Sigmund Freud, trad. César de Souza. Obras Completas, Vol.13. São Paulo: Companhia das Letras, 2011

        Nessa Conferência, Freud convida os “senhores” da época, que realizaram objeções à sua teoria e metododologia, a pensar a respeito dos meandros da matéria psicanalítica. Dessa, forma, Freud acaba por esclarecer o seu leitor acerca do processo de uma terapia psicanalítica. Afinal, questiona o autor, como a terapia produz efeitos? Conforme postulado anteriormente como uma premissa básica da psicanálise, na qual se faz necessário que o sujeito chegue a uma conclusão por conta própria, assim o faz com seu leitor: Freud insiste que descubram as respostas por conta própria, que sejam autores de suas próprias descobertas. O trabalho aqui é apenas de tornar o paciente ciente do seu processo.

Aqui, o autor elabora a respeito do papel da analista enquanto um observador crítico do comportamento, e não somente um mentor, que aplaca todas as questões do sujeito entregando-lhe as respostas. Para Freud, cabe ao analista auxiliar o sujeito em análise a direcionar o seu olhar para o que ele “deveria estar vendo”, ou seja, para as verdadeiras razões e motivações que revestem o seu afeto.

Dessa forma, os analistas nada mais são do que sujeitos igualmente impotentes socialmente e, no entanto, treinados para agir com a necessária cautela nesse processo de tradução do inconsciente em consciente que o paciente precisa trilhar. Isso só é possível, de acordo com o autor, quando a este é oferecida uma escuta clínica e questionadora, que o leva a ponderar sem preconceitos assuntos referentes à sexualidade. Assim sendo, aqueles que são acometidos por um adoecimento neurótico só podem ser curados na medida em que vivem plenamente a sua sexualidade.

Freud pondera ainda que, para um bom exercício da terapia psicanalítica, é necessário que tenhamos sempre em mente que, enquanto analistas, não somos reformadores. Não temos o papel de transformar o sujeito em análise em outra pessoa que não ele mesmo em sua melhor versão, ou seja, no melhor que ele pode vir a se tornar, na melhor das hipóteses e nas condições mais favoráveis.

A questão central do texto, portanto, diz respeito a como é possível guiar o sujeito em análise no processo de trazer à luz da consciência todo o conteúdo do seu psiquismo que se encontra circunscrito no inconsciente. O autor postula que só é possível fazê-lo removendo as resistências, pertencentes ao âmbito do EU, que sustentam as repressões. Isso só é possível devido a uma combinação do anseio do paciente de aplacar seu sofrimento, de se curar, e sua capacidade de sugestionabilidade, com a capacidade de inteligência e de interpretação do analista. É somente por meio da superação de cada resistência que uma luta intensa é travada na psique do sujeito, dando início aos efeitos da terapia

Assim sendo, a Transferência entra aqui como uma resistência típica do grupo de adoecimento das neuroses (histérica, de ansiedade e neurose obssessiva), isso porque os sujeitos neuróticos possuem uma alta inclinação à sugestionabilidade devido ao seu excessivo investimento objetal libidinal no outro. Ou seja, muito embora todas as pessoas sejam, de alguma forma, sugestionáveis, os neuróticos atribuem sentimentos fantasiosos à figura do analista. Ela se apresenta como resistência pois, na maioria das vezes, é inclusive uma forma de desviar o foco da terapia das suas próprias questões. Uma maneira de desviar a atenção de algo que pretendem guardar para si mesmos, preferindo não traduzir para o consciente.

Texto 2.
Freud, S. (1912). A dinâmica da Transferência. In: Sigmund Freud, trad. Paulo César de Souza. Obras Completas, Vol. 10. São Paulo: Companhia das Letras, 2011

Os sentimentos excessivamente ternos, amorosos, de imensa admiração ou igualmente hostis para com a figura do/a analista, manifestos em um conjunto de palavras e afetos, são fantasiosos e frutos de uma projeção, pois se trata de uma repetição dos imagos infantis, ou seja, uma repetição do registro psíquico das experiências sexuais infantis que permanecem de maneira idealizada na vida adulta.

É sobre esse mecanismo da transferência que Freud discorre nesse seu trabalho. Aqui, o autor se propõe a explicar duas ideias centrais que permanecem inexplicáveis ao analista: porque a transferência ocorre mais intensamente nos indivíduos neuróticos em análise e porque essa é a mais forte forma de resistência ao tratamento apresentada na terapia psicanalítica. Como, fora de análise, sentimentos afetuosos e de tamanha ternura e adoração por uma pessoa podem ser fator determinante de cura e, em análise, se manifestam como grande impasse na obtenção de sucesso do processo terapêutico?

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