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A Consciência e Desenvolvimento Sensorial na Psicologia da Gestalt

Por:   •  10/3/2021  •  Artigo  •  1.360 Palavras (6 Páginas)  •  360 Visualizações

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Disciplina: Consciência e Desenvolvimento Sensorial na Psicologia da Gestalt.

Identificação da tarefa: Tarefa 3. Unidade 3. Envio de arquivo.

Pontuação: 10 pontos.

TAREFA 3

Durante os estudos da Gestalt vimos que a emergência de uma figura na fronteira de contato e a decisão do organismo perante as escolhas que lhe são possíveis diante dessa figura correspondem ao ciclo de abertura e fechamento de Gestalt. Ciclo este que pode ser definido como as polarizações do self no encontro com o mundo. Uma necessidade emergente, algo que seja do foco do interesse do organismo, ao ser contatada, é uma Gestalt aberta, que necessita de movimento para ser fechada. Contato como percepção (de) e movimento (para), traz consigo a ideia de abertura e fechamento de Gestalt, de configurações inteiras, por meio dos processos envolvidos o ciclo contato, ou, em outras palavras, na dinâmica do funcionamento do self.

A partir da leitura do texto “Fronteiras do Contato: Gestalt Terapia e as Influências de Wilhelm Reich” de Mendes e Baratieri, escrito em 2011, disponível na Biblioteca da disciplina, construa uma resenha crítica, de no mínimo 3 laudas, relacionando os dados teóricos com como deve ser a prática clínica do gestalt-terapeuta.  

FRONTEIRAS DO CONTATO GESTALT TERAPIA E AS INFLUÊNCIAS DE WILHELM REICH

O artigo traz um resumo sobre os dados biográficos do fundador da Gestalt Terapia: Frederick Salomon Perls. É de extrema importância conhecer a história dele para que seja possível entender a origem da Gestalt como abordagem terapêutica, suas influências, e os contribuintes que auxiliaram no seu surgimento.

Perls e Reich concordavam que, em um processo psicoterápico, somente falar não é suficiente, é necessário que sejam experienciados os afetos relacionados às lembranças, evitando assim dicotomizar a ação psicoterapêutica (Ribeiro, 1985). Nesta afirmação os autores são contrários ao ato de apenas falar no processo terapêutico. O que de acordo com minha visão, é um pensamento coerente. Pois temos outras fontes de informação e sensibilidade no corpo humano, além do falar, da linguagem verbal em si. A linguagem não verbal, os gestos, atitudes, expressões faciais, entre outros, muitas vezes trazem mais informações do que a própria fala. Acredito também que o cliente/paciente fala aquilo que ele quer falar, podendo por muitas vezes esconder alguma situação ou evitar um assunto por ser algo que lhe traz sofrimento. Mas quando utilizamos outras formas para experienciar um fenômeno, ele se torna algo mais autêntico.

Através do corpo do indivíduo é possível perceber o seu interior. Goia (2007) afirma que as terapias corporais exerceram forte influência sobre o imaginário dos profissionais de psicologia, entretanto não é um dado que foi corroborado pela literatura, não tendo sido apontadas as terapias corporais como influência marcante no campo teórico dos estudos sobre corpo (Freitas et al.,2015). Percebemos que as concepções sobre corpo são ainda fortemente marcadas pelos conceitos de “esquema corporal” e “imagem corporal”, primeiros construtos sobre a questão em psicologia. A corporeidade estaria conectada sim à subjetividade, mas apenas como imagem ou reflexo, raramente tido como lugar de apreensão do sentido ou da própria emergência de sentido como vemos nas perspectivas fenomenológicas, a despeito de se articular com o fenômeno da linguagem em alguns exemplos (Freitas, 2018).

O trabalho psicoterapêutico, para Reich e Perls, acontece através da frustração. De acordo com Perls, o crescimento ocorre através da frustração (Ribeiro, 1985). Quando se fala em frustração no processo psicoterapêutico, é possível associar isto com “trazer o paciente para a sua realidade”, ou seja, é mostrar para o outro a sua real situação, impossibilitando que ele negue a verdade. É basicamente tentar fazer com que o paciente tome consciência da situação que está sendo vivenciada, ou do fenômeno que está emergindo naquele momento. Quando a conscientização é acessada, se torna possível se auto-regular. O paciente consegue buscar possibilidades e alternativas para lidar com a demanda e então irá se ajustar ou adaptar, promovendo para si a auto-regulação. Por isso que os autores afirmam que o crescimento acontece através da frustração. Quando o paciente é frustrado ele se conscientiza, quando ele se conscientiza é obrigado a se auto-regular para sair da atual situação. E então alcança um crescimento e evolução no processo psicoterapêutico.

Reich afirmava que para cada paciente existia uma forma de intervenção e esta devia levar em consideração as circunstancias individuais de cada um, bem como o momento do processo terapêutico (Ribeiro, 1985). Esse pensamento faz muito sentido, uma vez que, cada ser humano é um ser único, repleto de individualidades e singularidades, movido por sua subjetividade. Com isso, não poderia ser diferente o tratamento de cada paciente. É necessário intervir de maneira única com cada pessoa. Buscando através do processo psicoterapêutico, trabalhar as demandas que são trazidas pelo indivíduo. Sendo assim, o que funciona com “A” pode não funcionar com “B”, e então o psicólogo terá que ser capaz de elaborar uma intervenção que atenda às características e circunstâncias apresentadas pelo paciente.

Esse pensamento chamou a atenção de Perls para o uso indiscriminado das técnicas. Na abordagem Gestalt Terapia não há um protocolo montado de técnicas que devem ser utilizadas em situações específicas. É necessário que o psicoterapeuta enxergue a necessidade disto, e aplique a técnica/recurso de modo que ajude o paciente no processo de conscientização ou ajustamento criativo. Essas técnicas buscam fazer com que o paciente tenha um contato consigo mesmo e com o mundo. Trazendo assim, uma possibilidade de interação saudável entre ambas as partes. A Gestalt possibilita ao psicólogo utilizar de sua criatividade pra aplicar as técnicas ou recursos, sendo então importante estimular essa habilidade, para que os resultados nos tratamentos possam ser alcançados de forma satisfatória.

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