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A Deficiência Neuromotora

Por:   •  11/6/2017  •  Seminário  •  2.906 Palavras (12 Páginas)  •  334 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

 

 

 

DEFICIÊNCIA NEUROMOTORA

PSICOLOGIA E EXCEPCIONALIDADE

 

Sabrina Xavier

 

 

 

SÃO PAULO/SP

 2016

 

A Paralisia Cerebral: Conceito, Etiologia, Tipos e o método de Bobath

A Paralisia Cerebral é comumente tida pelos profissionais da saúde como “um distúrbio permanente, embora não invariável, do movimento e da postura, devido a defeito ou lesão não progressiva do cérebro no começo da vida. ”

A Paralisia Cerebral (PC) se caracterizada por uma alteração dos movimentos voluntários ou posturais dos pacientes. Não é reconhecida como resultado de uma doença cerebral progressiva ou degenerativa. Embora haja debates em relação a atrasos do âmbito mental em pacientes com PC, estudos médicos como o no neurologista. Segundo o neurologista infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Fernando Kok, uma lesão no sistema nervoso central pode afetar a parte motora ou mental da pessoa e quando esta lesão só atinge a parte motora, denomina-se paralisia cerebral.  Ou seja, Paralisia Cerebral é um termo para casos em que as lesões se dão exclusivamente na questão motora. Elas no geral são consequentes de uma disfunção ou danificação no Sistema Nervoso Central (SNC) durante os períodos pré, peri ou pós-natal, ou também durante a primeira infância (até dois anos de idade).

No pré-natal, a deficiência pode ser causada por infecções como rubéola, sífilis, listeriose(1), citomegalovirose(2), toxoplasmose e Aids; também por uso de álcool, drogas, tabagismo, desnutrição e alterações cardiocirculatórias maternas. No perinatal pode ocorrer por anóxia – falta de oxigênio no cérebro – e hemorragias intracranianas – trauma obstétrico. No pós-natal pode ocorrer por conta de traumas na cabeça, meningites, convulsões, desnutrição, falta de estimulação e hidrocefalia.

Segundo Leite e Prado, “o diagnóstico de PC usualmente envolve retardo ou atraso no desenvolvimento motor, persistência de reflexos primitivos, presença de reflexos anormais, e o fracasso do desenvolvimento dos reflexos protetores, tal como a resposta de paraquedas, caracterizada pela extensão dos braços como se a criança fosse apoiar-se e com isso apoio do corpo sobre os braços. ” Para isso, é importante que a criança realize exames de múltiplas áreas do conhecimento da saúde, tendo em vista que a PC geralmente está associada a diversos distúrbios do desenvolvimento, de modo que uma abordagem multidisciplinar poderá ser muito mais benéfica e trará muito mais resultados para a criança.

As alterações no comportamento motor, que dependem da área afetada e do tônus muscular (grau de tensão), são vistas por três tipos: Espástico, onde apresenta rigidez de movimento e incapacidade de relaxar os músculos, é o tipo mais comum de alteração; Atetósico, onde apresenta movimentos involuntários de contorção das extremidades e da língua, causado pela falta de fixação do tônus, acontece tanto em repouso quanto em movimento; Atáxico, que é a dificuldade no equilíbrio corporal, com movimento sem ritmo ou direção, apresentando tremores - não é um tipo de tônus, e sim caracterizado por movimentos incoordenado; e, por fim, o Misto, que é a associação de alguns tipos ditos anteriormente.

O método Bobath é um dos principais meios que a equipe multidisciplinar da saúde considera efetivo para o desenvolvimento de algumas das dificuldades motoras que o paciente com PC possa apresentar. Uma prioridade para esses profissionais, em especial nessa prática os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, é auxiliar a criança a ter uma boa postura, esteja ela sentada ou, quando possível, de pé. Uma boa postura faz com que a criança tenha uma outra visão e perspectiva em relação ao mundo. O objetivo é “atingir o patológico através do sadio”, ou seja, a terapia utiliza o corpo como um todo, de modo que aos poucos uma parte mais patológica se insere junto com a sadia. Um exemplo seria uma tentativa de segurar uma bolinha com um braço com dificuldade de movimentação. A criança pode, por vezes, ter um ombro perfeitamente funcional e, com o auxílio do ombro, levar o braço e a mão até a bolinha. Desse modo, a criança passa a “sentir” um movimento, mesmo que esse não seja completamente realizado, adquirindo tônus muscular e até reflexos naquela parte do corpo que era antes tida como exclusivamente patológica. Desse modo, o paciente desenvolve habilidade neurais e não neurais com aquele membro.

 

Comunicação alternativa/acessibilidade

O nível de comunicação das pessoas com deficiência neuromotora varia de acordo com o grau da doença, o tipo e a etiologia. A comunicação pode ser bem próxima da normalidade, apresentando apenas leves distúrbios articulatórios, até a impossibilidade de emitir um som compreensível, por conta da dificuldade motora na produção da linguagem. No último caso, os indivíduos com deficiência são, muitas vezes, excluídos do convívio social, sofrem preconceitos e descréditos em relação às suas capacidades por não conseguirem se comunicar com as pessoas, o que prejudica sua vida emocional, profissional e social.

Como maior parte desses indivíduos tem a compreensão preservada, visto que o transtorno no desenvolvimento da fala existe em decorrência das alterações dos aspectos motores expressivos da linguagem, e não intelectuais, foi criado para os portadores de paralisia cerebral que têm a capacidade de expressão oral e escrita limitada, um sistema de Comunicação Aumentativo e Alternativo (CAA), que refere-se a qualquer tipo de comunicação que suplemente ou substitua os modos habituais de fala e escrita. Esses outros tipos de comunicação podem ser pelo uso de gestos, língua de sinais, expressões faciais, uso de pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador com voz sintetizada, dentre outros.

A linguagem alternativa é indicada para pessoas com grande defasagem na comunicação, como paralisia cerebral, deficiências mentais e autistas, a fim de proporcionar ao indivíduo independência e competência em situações comunicativas, tendo a oportunidade de integração com o outro. Este é um recurso desenvolvido também com o propósito de aumentar a acessibilidade e a qualidade de vida das pessoas, visto que possibilita uma inclusão social e oferece a oportunidade de elas expressarem seus pensamentos e sentimentos e, com isso, combater preconceitos através da interação e exposição de suas ideias.

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