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A Dislexia Em Crianças Nos Primeiros Anos Escolares: Um Olhar Neuropsicológico

Por:   •  15/10/2023  •  Artigo  •  2.716 Palavras (11 Páginas)  •  30 Visualizações

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DISLEXIA EM CRIANÇAS NOS PRIMEIROS ANOS ESCOLARES: UM OLHAR NEUROPSICOLÓGICO.

Mara Jackeline Moraes Ribeiro

Resumo

O presente estudo tem como principal objetivo explanar sobre as características que sinalizam a dislexia em crianças com início da vida escolar bem como identificar as funções neuropsicológicas afetadas mostrando assim o padrão cerebral que as crianças com dislexia apresentam. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica considerando as contribuições dos principais nomes sobre o estudo da dislexia TELES (2004) e MOURA (2013) entre outros, buscando conceituar e enfatizar as características apresentadas nas crianças com dislexia a fim de facilitar a identificação do transtorno de aprendizado aqui apresentado.  Concluiu-se a importância do conhecimento a respeito do transtorno bem como o cérebro é afetado e quais prejuízos são comuns na dislexia.

Palavra-chave: Dislexia de Desenvolvimento, leitura, escrita, funções neuropsicológicas.

Introdução

O presente trabalho tem como tema, Dislexia em crianças nos primeiros anos escolares: um olhar neuropsicológico, sendo importante salientar os aspectos neuropsicológicos para a compreensão das funcionalidades afetadas nesse processo de ensino e aprendizagem.

 Nesta perspectiva, construiu-se questões que nortearam este trabalho:

  • Qual Característica da Dislexia?
  • Que funções neuropsicológicas são afetadas?

Quando se fala em processo de ensino e aprendizagem pressupõem que os estímulos recebidos necessitam ser processados e sintetizados por funções do cérebro responsável pelo recebimento, processamento e aquisição das informações. Crianças com dislexia apresentam déficits específicos nas funções neuropsicológicas referentes ao processamento visual e auditivo, sistema fonológico da linguagem, atenção e funções executivas.

Na literatura vários autores ressaltam que dentre os transtornos de aprendizagem que acometem as crianças a dislexia é o mais pesquisado e difundido. Por isso hoje conseguimos encontrar pesquisas dos últimos anos muito bem difundida com aprofundamento do conhecimento da etiologia, diagnostico e formas de tratamento desse distúrbio que afeta a vida de tantas crianças que desde seu inicio da vida escolar sofrem com as dificuldades.

Segundo Moura (2013), os disléxicos recebem informações em uma área diferente do cérebro, portanto o cérebro dos disléxicos é normal. Infelizmente essas informações em áreas diferentes resultam de falhas nas conexões cerebrais. O resultado é que devido a essas falhas no processo de leitura, eles têm dificuldades de aprender a ler, escrever, soletrar, pois é difícil assimilarem as palavras.

Portanto é de suma importância explanar a temática e identificar as funções neuropsicológicas afetadas nos casos de dislexia para que se desenvolva intervenções que colaborem diretamente para o desenvolvimento dessas crianças que estão no início de suas vidas escolares. 

Para alcançar os objetivos propostos, utilizou-se como recurso metodológico, a pesquisa bibliográfica, realizada a partir da análise de materiais já publicados na literatura e artigos científicos divulgados no meio eletrônico.

Por se trata de uma pesquisa bibliográfica sobre esta temática, utilizou-se como procedimento uma leitura exploratória, sobre a dislexia a partir de autores especializados na área, e por seguinte de uma leitura seletiva do material bibliográfica sobre a temática abordada.

O texto final foi fundamentado nas ideias e concepções de autores como:  DSM-5 (2013) Moura (2013), Teles (2004), Gonçalves e Navarro (2012), Farell (2008), Adams(2006) entre outros com estudos importantes na áreas da neuropsicologia e dislexia.

Desenvolvimento

Etimologicamente na palavra Dislexia, dis aponta para dificuldade/perturbação e lexia significa leitura (latim) e linguagem (grego). A Dislexia indica a presença de dificuldades na leitura e na linguagem e foi o primeiro termo utilizado globalmente para designar vários problemas relacionados com a aprendizagem.

A dislexia é um distúrbio relacionado a uma dificuldade específica na aprendizagem, sobretudo no processo de aquisição da leitura nas séries iniciais.

 TELES (2004), defini a dislexia da seguinte maneira:

A dislexia é uma perturbação da linguagem que tem na sua génese um défice fonológico. As dificuldades de orientação espacial, lateralidade, identificação direita e esquerda, psicomotoras e grafomotoras são independentes da dislexia. Podem existir subgrupos que, em comorbilidade, apresentem essas perturbações (TELES, 2004, p. 03).

Apresenta-se ainda uma outra visão sobre a dislexia, segundo Gonçalves e Navarro (2012, p.03):

A Fundação Brasileira de Dislexia defende que os pesquisadores têm enfatizado que a dificuldade de soletração é um sintoma muito forte de dislexia. Há o resultado de um trabalho recente que quanto maior a capacidade de leitura da criança, melhor ativação, ela mostra em uma específica área cerebral, quanto envolvida um exercício de soletração de palavras. Esses pesquisadores usaram métodos de Imagem Funcional de Ressonância Magnética, que revela como diferentes áreas cerebrais são estimuladas durante atividades específicas. Essa descoberta enfoca que essa região cerebral é a chave para habilidade de leitura, conforme sugere esses estudos. Essa área, localizada atrás do ouvido esquerdo é a chamada região ocipto-temporal esquerda. Cientistas advertem que essa tecnologia não pode ser usada para diagnóstico de pessoas disléxicas.

Também recorremos ao  Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-5(2014), a dislexia está inserida dentro de uma categoria mais ampla, denominada de "Transtornos do Neurodesenvolvimento", sendo referida como "Transtorno Específico de Aprendizagem". Segundo o manual, o seu diagnóstico requer a identificação de pelo menos um dos seguintes sintomas:

1. Leitura de palavras é feita de forma imprecisa ou lenta, demandando muito esforço. A criança pode, por exemplo, ler palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta (ou lenta e hesitante); frequentemente, tenta adivinhar as palavras e tem dificuldade para soletrá-las;

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